![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgHgxkrnCwyTz-uvYJITGsaAGv2xD_Ye2wMoJBGVW_mIKAx2slc1IVIEv0Sh4zsCXx7vRyh2G02lND7I8QaKiqkUItkSs27ggGLS2jCSAQIDY0q9rXspbpn274S5jzYB6A5W9_HOXWvNVk/s400/elefanteP.jpg)
![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhlTfJ6BsRnbRjDGKpwmmo15EFiX1Fpx3Oy1itQUmYi1rZSEfzlx9iQARVMOV56wdh2dIhb7njE0Z7OzyW4eQzxu35o7O6UrddMWXRaI4zlqdQJXSaEx_zKlk2_UeMi9V4xLIwC75o2NeQ/s400/coimbra.jpg)
ORFEU REBELDE
Orfeu rebelde, canto como sou:
Canto como um possesso
Que na casca do tempo, a canivete,
Gravasse a fúria de cada momento;
Canto, a ver se o meu canto compromete
A eternidade do meu sofrimento.
Outros, felizes, sejam os rouxinóis...
Eu ergo a voz assim, num desafio:
Que o céu e a terra, pedras conjugadas
Do moinho cruel que me tritura,
Saibam que há gritos como há nortadas,
Violências famintas de ternura.
Bicho instintivo que adivinha a morte
No corpo dum poeta que a recusa,
Canto como quem usa
Os versos em legítima defesa.
Canto, sem perguntar à Musa
Se o canto é de terror ou de beleza.
Miguel Torga
ASENSIO
1 comentário:
Adoro Torga! Parabéns pela breve referência a esse grande poeta...
Pena que nem todos os Portugueses, sobretudo os senhores socialistas do governo tenham a sensibilidade para o reconhecer, deixando de lado o corporativismo rosa.
Enviar um comentário