Entre o amor e a morte. É o modo mais condensado com o qual me consigo referir à peça “Salomé” de Oscar Wilde, onde o clímax é um beijo dado, por quem ama, na boca inanimada de quem mandou matar. Salomé, sobrinha de Heródes, filha de Herodíade, não dança descalça só sobre as lajes frias dos terraço do palácio, oscila entre a pureza e a sensualidade e a violência e a crueldade. É desta dualidade, que a personagem, a cuja morte de São João Baptista é atribuída no Evangelho de São Mateus, vive a o texto de Oscar Wilde.
Salomé deseja o que não pode ter, mas satisfaz-se em desespero com a destruição do que deseja. Por isso, conseguimos amá-la e despreza-la em simultâneo.
Salomé deseja o que não pode ter, mas satisfaz-se em desespero com a destruição do que deseja. Por isso, conseguimos amá-la e despreza-la em simultâneo.
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