2007/11/28

ÚLTIMA HORA




A Associação dos Empresários de Lousa encomendou à Universidade da Terceira Idade de Loures um estudo que aponta para a solução Portela + Cabeço de Montachique para a localização do novo aeroporto, mantendo em funcionamento o actual aeroporto da Portela.
Segundo o relator do estudo, esta é a solução mais económica, não necessitando da construção de qualquer ponte nem vias de acesso. Como sabemos, o Cabeço de Montachique é servido de boas estradas e até é em local de alta altitude, permitindo que os aviões gastem menos combustível na aterragem (têm de descer menos).



Os ecologistas locais defendem esta solução, pois perante o estado de abandono a que chegou o Parque e a degradação da mancha verde, consideram que vale mais acabar com aquilo de vez.



Este blog tentou colher a opinião do senhor presidente da Câmara Municipal de Loures, mas tal revelou-se impossível, pois todo o executivo se encontra reunido para analisar a situação, na Sociedade Recreativa de Casaínhos, à volta de uma valente churrascada.

MAIS ESCOLA




Há dias uma jovem contava-me que numa pequena formação a que assistiu no Centro de Emprego cujo tema era “Como procurar emprego”, a grande maioria dos jovens presentes não tinha escolaridade além do 9º ano. Só ela tinha formação superior e mais duas raparigas tinham o 12º ano. Todos os restantes – 12 jovens, tinham concluído ou apenas frequentado o 3º ciclo do ensino básico.
Durante o decorrer da acção, o ponto forte foi a desmotivação, a ausência de rumo, o desnorte sobre o caminho a seguir e sobretudo uma enorme descrença. Os jovens sabiam pouco, a perspectiva de mais estudos não os cativava e estavam profundamente zangados, mas não sabiam muito bem com quê.
Concluiu a dita jovem dando-me razão quando defendo que às crianças e jovens quanto mais escola melhor.

Acontece que nos últimos tempos me tenho confrontado com escolas do nosso concelho onde a principal função da Escola dificilmente se cumpre. Ensinar e aprender é uma tarefa pouco eficaz, tal é a indisciplina, mau comportamento e má educação dos jovens.
As escolas e os professores não sabem o que fazer, pois apesar de estarem diagnosticadas algumas das causas, as soluções ultrapassam largamente os muros da escola (que bom que era uma Escola sem muros!).

Em Sacavém, na última semana, três jovens saíram da escola e andaram aos tiros uns aos outros.
Os Cursos de Educação e Formação existentes em grande número em muitas dessas escolas também não são motivadores da aprendizagem e, apesar de terem mantido mais jovens nas escolas, não os munem com as competências, atitudes e comportamentos necessários a seres humanos completos.

As vidas nos bairros sociais continuam sem planos de intervenção, sem investimento, deixando à sua sorte centenas de crianças e jovens impreparados para enfrentar os aliciamentos de grupos de marginais e deliquentes.

Bem sei que a questão é mais profunda. Mas creio - ainda - que tem de haver soluções. Por eles, por mim, por nós.

Paris é já aqui ao lado.
Será que nunca aprendemos com os outros, remediando o que de errado imitámos?

2007/11/27

CANÇÃO DE MADRUGAR



De linho te vesti
de nardos te enfeitei
amor que nunca vi
mas sei.

Sei dos teus olhos acesos na noite
sinais de bem despertar
sei dos teus braços abertos a todos
que morrem devagar
sei meu amor inventado
que um dia teu corpo pode acender
uma fogueira de sol e de fúria
que nos verá nascer

Irei beber em ti
o vinho que pisei
o fel do que sofri
e dei

Dei do meu corpo um chicote de força
rasei meus olhos com água
dei do meu sangue uma espada de raiva
e uma lança de mágoa
dei do meu sonho uma corda de insónias
cravei meus braços com setas
descobri rosas alarguei cidades
e construí poetas

E nunca te encontrei
na estrada do que fiz
amor que não logrei
mas quis.

Sei meu amor inventado
que um dia teu corpo há-de acender
uma fogueira de sol e de fúria
que nos verá nascer

Então:
nem choros, nem medos, nem uivos,
nem gritos, nem pedras, nem facas,
nem fomes, nem secas, nem feras,
nem ferros, nem farpas, nem farsas,
nem forcas, nem cardos, nem dardos,
nem guerras

de josé carlos ary dos santos

2007/11/19

GNR CARREGA SOBRE TRABALHADORES DA VALORSUL

http://ww1.rtp.pt/noticias/index.php?headline=98&visual=25&article=308128&tema=27

2007/11/18

ESSA É QUE ERA, NÃO ERA CARLOS?!




No fim-de-semana passado foi posto à venda o Quartel de Sacavém.
Neste fim-de-semana foi anunciado que o presidente da Líbia deslocar-se-á a Lisboa, para a Cimeira UE - África e que trará a sua tenda para aí ficar alojado. Basta para o efeito encontrar um local aprazível para montar a referida tenda.


O local onde funcionou o Quartel tendo sido um antigo convento e possuindo ainda espaços de alguma beleza corre agora o risco de ser vendido para mais uma nova urbanização.
O Presidente Kadaffi gosta de locais bonitos, espaçosos, cercados, onde possa servir os seus chás e decidir coisas que para aqui não interessam.


Pensei:
Porque não, num derradeiro suspiro de existência do quartel/convento antes de se tornar urbanização, oferecê-lo, o senhor presidente da Câmara de Loures, para a instalação da tenda do presidente líbio?!
Até poderia ser o cartaz promocional da futura urbanização e certamente também seria um acto que ficaria para sempre ligado à História – “A tenda de um chefe de estado de um qualquer país africano, onde só há camelos, deserto, areia, deserto, camelos, petróleo, ficou instalada na Urbanização do Convento através do mais altíssimo patrocínio do ilustríssimo líder mundial Carlos Teixeira."


Essa é que era, não era Carlos?

2007/11/13

AO CUIDADO DA CÂMARA MUNICIPAL DE LOURES




Tendo em conta que ainda ontem, na reunião da Assembleia Municipal de Loures, os possíveis trajectos do TGV em Loures eram completamente desconhecidos pela Câmara Municipal de Loures.
Tendo em conta que esta informação carecia ainda de uma eventual resposta a um eventual pedido de informação feito pela Câmara ao Governo.
Tendo em conta que todas as explicações dadas para justificar o desconhecimento da Câmara Municipal de Loures foram disparatadas.
Tendo em conta que todas as almas que lá se encontravam ficaram a saber o mesmo à saída, que já sabiam quando lá entraram.
O Palácio difunde, talvez em primeira mão, que um dos traçados desconhecidos atravessará o núcleo urbano de Sacavém.

Gare do Oriente vai obrigar a "pequenas expropriações" em instalações militares e da REN

A utilização da Gare do Oriente como estação central para o TGV vai obrigar a "pequenas expropriações" em instalações militares e da REN, mas "sem interferências com edificações importantes", admite o programa funcional da estação, a que a agência Lusa teve acesso.

O programa, elaborado pela empresa responsável pelos estudos do TGV, a Rave, define as orientações para a ampliação da Gare, que será projectada pelo arquitecto espanhol Santiago Calatrava, responsável pelo projecto original.

A saída para norte da alta velocidade ferroviária, será feita a poente do actual corredor da Linha do Norte, até ao viaduto de acesso à Ponte Vasco da Gama, prosseguindo para o núcleo urbano de Sacavém, que atravessará em túnel, prevê o documento da Rave.

No troço entre a passagem superior da Avenida da Peregrinação e o viaduto de acesso à Ponte Vasco da Gama, localizam-se, do lado esquerdo da linha do Norte, duas parcelas contendo instalações militares e instalações da empresa de transporte de energia REN (Rede Energética Nacional).

"Prevêem-se neste troço pequenas expropriações em ambas as parcelas, sem interferência com edificações importantes", refere.

Entre o viaduto de acesso à Ponte Vasco da Gama e o viaduto do IC2, o documento identifica também a existência de instalações dos CTT (Correios de Portugal), "onde se constata interferência com uma das extremidades dum pavilhão existente".

A sul da Estação do Oriente, a via dupla afecta à alta velocidade ocupará a faixa poente do actual corredor ferroviário até à estação de Braço de Prata, que também será modificada no âmbito das ligações norte da Terceira Travessia do Tejo.

A construção da nova via dupla implicará a reformulação das passagens desniveladas da Avenida de Pádua, da rua Corsário das Ilhas e da Avenida Marechal Gomes da Costa, segundo o mesmo documento.


Fonte, RTP

PELA VOZ DE FERNANDO TORDO

CAVALO À SOLTA







Minha laranja amarga e doce
meu poema
feito de gomos de saudade
minha pena
pesada e leve
secreta e pura
minha passagem para o breve breve
instante da loucura.
Minha ousadia
meu galope
minha rédea
meu potro doido
minha chama
minha réstia
de luz intensa
de voz aberta
minha denúncia do que pensa
do que sente a gente certa.
Em ti respiro
em ti eu provo
por ti consigo
esta força que de novo
em ti persigo
em ti percorro
cavalo à solta
pela margem do teu corpo.
Minha alegria
minha amargura
minha coragem de correr contra a ternura.
Por isso digo
canção castigo
amêndoa travo corpo alma amante amigo
por isso canto
por isso digo
alpendre casa cama arca do meu trigo.
Meu desafio
minha aventura
minha coragem de correr contra a ternura.


José Carlos Ary dos Santos

ISTO SIM, É TRABALHO...




A Câmara Municipal de Lisboa vai lavar as ruas, praças e passeios e, imagine-se, pintar cinco novas passadeiras.
E não é que tal facto foi notícia de Telejornal.
Quem pode, pode.

Não me venham com a conversa da utilização do serviço público de televisão como veículo de propaganda do governo e do partido que o sustenta.

GREVE NA VALORSUL




Funcionários da Valorsul param a partir da meia-noite
Por tempo indeterminado, os trabalhadores da empresa Valorsul entraram em greve à meia noite de hoje, reivindicando aumentos salariais e contestando a redução do período de descanso entre turnos


David Costa, delegado sindical na Valorsul, empresa responsável pelo tratamento do lixo produzidos nos Municípios da Amadora, Lisboa, Loures, Odivelas e Vila Franca de Xira, confirmou o início da greve à meia-noite.
«Os portões já estão fechados», afirmou, cerca de meia hora depois de ter começado a paralisação.
O delegado sindical não conseguiu, contudo, adiantar quaisquer números em relação à adesão à greve, remetendo esse cálculo para a manhã de terça-feira.
«Mas, contamos com uma boa adesão», salientou.
Os trabalhadores da Valorsul contestam o aumento salarial de dois por cento oferecido pela administração da empresa, face aos 3,7 por cento pedidos pelos trabalhadores, além da alegada intenção da empresa de reduzir o tempo de descanso entre turnos de 12 para oito horas, para combater o excesso de trabalho suplementar.
Em Setembro, os trabalhadores da empresa realizaram uma greve de três dias, registando uma elevada adesão, que impediu a recolha normal dos resíduos em alguns concelhos, nomeadamente Lisboa, Loures e Odivelas.
O pré-aviso da greve que agora começou não indica uma data para o fim da paralisação, que apenas irá ser determinada no plenário de trabalhadores agendado para quarta-feira à tarde.
Em declarações à Lusa segunda-feira ao final da tarde, o administrador da Valorsul João Figueiredo disse esperar que a greve, que qualificou de «indesejável», dure «pouco tempo», embora tenha revelado «alguma preocupação» não só pelos prejuízos que irá gerar mas também pelo «transtorno ás populações».
De acordo com João Figueiredo, a Valorsul sente «necessidade de terminar com o elevado volume de horas extraordinárias», que a empresa considera «desnecessárias» e «produto de rotinas e práticas instaladas».
Anualmente, essas horas extraordinárias custam à empresa 1,2 milhões de euros, de acordo com o administrador.
Relativamente aos aumentos salariais, João Figueiredo revelou a intenção da empresa de aumentar os salários entre dois e 3,3 por cento, beneficiando os trabalhadores com salários mais baixos, por contraponto á proposta de aumento salarial de 3,7 por cento pedida pelos trabalhadores.
«O pacote remuneratório da Valorsul é dos mais aliciantes», considerou o administrador da empresa, justificando, assim, a ausência de aumentos mais elevados.




Fonte: Sol

2007/11/07

AS COISAS QUE SE APRENDEM NAS REUNIÕES DA ASSEMBLEIA MUNICIPAL








A Feira de Sacavém ou Feira do Espírito Santo realizou-se, durante décadas, no último domingo de Maio, inicialmente na margem do rio Trancão.
Nos anos cinquenta, sessenta e início dos anos setenta, a Feira de Sacavém era considerada para os sacavenenses e populações vizinhas, como um acontecimento importante. Para além das compras que se realizavam, que iam de produtos agrícolas a utensílios de uso doméstico e roupas, era também possível, alguma diversão e convívio das populações.
Para as mães era altura de costurarem vestidos novos para as filhas com os retalhos que iam comprar à fábrica das chitas ou do Manel Dinis. E também esse facto, pela sua raridade, se associa às memórias agradáveis da feira.
Com o passar dos anos a feira, considerando condicionantes sociais e de crescimento urbano vários, acabou por perder o seu interesse, tendo-se extinguido de forma natural.
No entanto, para quem a viveu, não deixa de ser guardada na memória com ternura e como parte importante do património pessoal.
Pessoalmente vivi a feira como todos os que aqui passaram e recordo-a com carinho.

Parece que o senhor presidente da Junta de Freguesia do Prior Velho também se lembra de descer das cercanias de Sacavém para visitar a feira. Lembra-se da sua importância, de estrear roupa nova, de andar na Roda Gigante, de tirar uma fotografia à la minuta. E coloca as suas lembranças da feira, no mesmo patamar das cheias que vinha visitar a Sacavém. Provavelmente também estreava galochas novas para visitar as cheias.
Já na altura as cheias de Sacavém eram atracção turística.


Mas a memória é traiçoeira…
As cheias de que se lembra ocorriam com alguma frequência. Na antiga Rua da Estação e na Rua dos Armazéns, mesmo na margem do rio.
As cheias que ocorreram no passado mês de Outubro foram ligeiramente mais acima, talvez uns 500 metros mais acima. Mas isso não tem importância nenhuma.


Se o senhor presidente da Junta de Freguesia do Prior Velho guarda nas suas lembranças os passeios turísticos às cheias de Sacavém e associa a galochas novas, a farturas e carrosséis, então as recentes cheias serão memórias vivas das suas lembranças e portanto deverão ser perpetuadas.
Pois então...

2007/11/03

PREVISÃO DE INTENÇÕES DE DESPESAS DE DESENVOLVIMENTO DA ADMINISTRAÇÃO CENTRAL – PIDDAC


Nesta semana inicia-se o debate sobre o Orçamento de Estado, estando também em discussão o PIDDAC. Ao contrário do que se publicita no título deste post, o PIDDAC é o “quadro de referência da despesa pública de investimento realizada pela Administração Central (incluindo despesas de apoio ao investimento de outros sectores institucionais através de subsídios e transferências designadamente no âmbito dos "sistemas de incentivos" e de esquemas de colaboração com entidades exteriores à Administração Central). O PIDDAC detalha de forma regionalizada os respectivos programas e medidas orçamentais, articulados com as GOP e com os Quadros Comunitários de Apoio, evidenciando os encargos plurianuais e as fontes de financiamento.”
Consultando o mapa do PIDDAC ficamos a saber qual é o programa de investimento que o Governo se propõe cumprir no próximo ano. Por curiosidade bairrista interessou-me saber quais as intenções do Governo para com o Município de Loures. Diga-mos que não são as melhores. De 2007 para 2008, o volume de investimento previsto desce de cerca de cinco milhões de euros para aproximadamente três milhões. Falamos de uma redução na ordem dos 40%.
No que respeita a Loures, o OE, informa ainda os munícipes deste concelho que o Governo só prevê começar a ter despesa com o Hospital de Loures para lá de 2011. Perante o esmagamento que constituem estes dados, a Câmara Municipal de Loures remete-se ao mais incrível silêncio. Na última reunião de Câmara, questionado sobre estes dados, o Presidente desvalorizou-os da forma menos esperada, declarando que a lei do orçamento, lei da república, não seria uma coisa para levar muito a sério, porque muito é aquilo que lá vem e que não é feito, e muito é feito que lá não consta. Espantoso. Sobre o papel da Câmara Municipal, informou ainda que ele próprio fez várias propostas de investimentos para inclusão no PIDDAC. Não duvido que assim tenha sido, mas desse esforço resultou uma redução de 40% no investimento previsto, ou as propostas não eram muito sérias, ou já ninguém leva muito a sério o proponente, nem mesmo o Governo que é do seu partido. Seja como for, qualquer uma das duas hipóteses é deveras preocupante e ainda o é mais o seu resultado.

PELA EUROPA DOS CIDADÃOS


Na sequência da aprovação em Lisboa do novo Tratado da União Europeia, o Palácio inicia a publicação de uma série de textos sobre o tema. Para tal, foram feitos convites a alguns amigos, propondo-lhes que materializassem num texto as suas opiniões sobre a Europa, o Novo Tratado, o aprofundamento do processo de integração europeia, em suma, textos que fossem um contributo ao debate que deve contar com a participação de todos, no sentido da criação de uma Europa dos Povos e dos Cidadãos.
A recente cimeira de Lisboa, ficou marcada por um aspecto profundamente negativo, que foi o acordo tácito, feito entre os dirigentes dos estados europeus, de contrariar a participação dos cidadãos da Europa no processo de ratificação do novo tratado. Essa manobra deve ser em primeiro lugar denunciada e criticada por todos aqueles que entendem existir bondade no processo de integração e no aprofundamento do projecto Europeu, na medida em que esse caminho carece, para ser bem sucedido, duma cada vez maior participação e engajamento dos europeus. De entre estes, merecerá redobrada critica daqueles que, como eu, embora crentes no projecto europeu, defendem uma Europa alternativa àquela que à força nos querem impor.
Deixarei, para texto posterior, a minha opinião sobre o tratado em si, mas dou já consequência a uma das minhas convicções. A Europa é um assunto meu e dos meus concidadãos. É um assunto do meu povo e dos outros povos da Europa. Só os cidadãos e os povos europeus podem construir uma nova realidade política europeia coerente e duradoura.
Forçar o projecto europeu ou executá-lo nas costas dos europeus, para obter “celeridade” no processo, é fragilizá-lo ou até mesmo comprometê-lo.

Além dos contributos que chegarão, fruto de convite pessoal, publicar-se-ão também todos os textos sobre este tema que nos sejam enviados. Para tal, basta remete-los para o antoniocamaraesousa@sapo.pt

2007/11/02

CHOVE EM... SETE CASAS




Nas oficinas dos SMAS nas Sete Casas as intempéries próprias do Outono começaram já há alguns dias. “Factores meteorológicos adversos”, “ventos fortes e alguma chuva” foram os causadores da destruição de alguns dos contentores oferecidos pela Valorsul que, apesar de estarem protegidos em “caixotes de papelão e oleado”, não resistiram ao Inverno rigoroso que vivemos.
Os contentores destinavam-se a um projecto de separação dos lixos domésticos a desenvolver na freguesia da Portela. Mas como até ao momento só 25% dos habitantes aderiu, sobraram os restantes contentores.
Pois.
Compreendo o problema que se colocou à administração dos SMAS. O que fazer com os restantes 75% dos contentores, quando nas restantes freguesias essa separação já cobre toda a população, como todos sabemos.
Realmente a melhor solução foi deixar degradar os contentores e torná-los, também eles, em lixo.
Devidamente separado, obviamente…

ODE AO DISPARATE




"Disparate en Rojo y Negro I"


Publica-se esta missiva recebida no Palácio por ser um mimo... São desnecessários comentários!

"Surpresa e espanto. Um energume não identificado resolveu enviar para o site da CML uma série de ofensas e provocações a vários dirigentes, tentando com métodos anti-facistas já bem conhecidos, atingir a dignidade de várias pessoas.Fala como um daqueles progressistas dos WC's ignorante de ideias, saudosista e defensor de métodos do KGB, onde o povo soviético sofreu, foi torturado pior que a PIDE e deixou a miséria em toda a população conforme se verificou ser verdade após a libertação que o povo russo sofreu. Como não tem ideias nem inteligência, vem provocar aqueles que, num país de liberdade, têm ideias diferentes das dele. Já Salazar era assim: aqueles que não apoiavam o regime eram comunistas. Este indivíduo é daqueles que diz que os que não estão com as ideias dele são facistas. Este energume fala em recepção parecida com as do Estado Novo - provavelmente aqueles onde os seus pais participaram e assim lhe explicaram - só que mentiu demais, pois na recepção de boas vindas ao Exmo. Sr. Presidente da CML Eng. Carlos Teixeira, não estava só o presidente da Banda Recreativa de Bucelas. Estavam os presidentes das Direcções do Futebol Clube os Bucelenses, dos Bombeiros Voluntários de Bucelas, da Instituição de Apoio Social da Freguesia de Bucelas, e vários directores da Casa do Povo e de colectividades já enunciadas. Parece-me que este energume não percebeu que as colectividades não devem de estar subordinadas a nenhum poder político, como ele deve de estar concerteza, pois se percebesse não desrespeitava todas estas importantes associações da nossa freguesia.Concerteza que também não percebeu que ir receber o Presidente do nosso concelho é uma prova de respeito e de dignidade, aquela que não deve conhecer com os seus familiares. A falta de inteligência e de educação também é notória, pois arrasa todo o investimento que o Municipio tem feito em Bucelas nos últimos seis anos, mas não diz o que foi feito antes, porque sabe que não foi nada.Diz por fim "...não perceberam nada..." e fala num odor salazarento. Percebo bem que gostava mais dos tempos em que os democratas como você invadiram países como República Checa, Roménia,... e matavam milhares de pessoas que lutavam pela liberdade.Termino dizendo que o cobarde que escreveu estas linhas e não se identificou, não representa mais do que um verme no meio de uma estrumeira. A aguardar notícias.


Presidente da Direcção da IASFB

Manuel Marecos"

2007/11/01

RÉDEAS




Obedecem-me agora muito menos,
as palavras. A propósito
de nada resmungam, não fazem
caso do que lhes digo,
não respeitam a minha idade.
Provavelmente fartaram-se da rédea,
não me perdoam
a mão rigorosa, a indiferença
pelo fogo-de-artifício.
Eu gosto delas, nunca tive outra
paixão, e elas durante muitos anos
também gostaram de mim: dançavam
à minha roda quando as encontrava.
Com elas fazia o lume,
sustentava os meus dias, mas agora
estão ariscas, escapam-se por entre
as mãos, arreganham os dentes
se tento retê-las. Ou será que
já só procuro as mais encabritadas?

Eugénio de Andrade

Há dias, cá no Palácio, falávamos das palavras e do seu uso e do poder que lhes determinamos.
Este é o poema de que falei.
Às vezes também as minhas se encabritam e fogem da rédea. Ainda bem!

1º DE NOVEMBRO




Estou em frente ao Tejo. O sol outonal reflecte-se nas suas águas, prateando-as e acentuando a sua acalmia. Há mais de 250 anos, este mesmo rio, calmo e sereno, onde centenas de lisboetas procuraram refugio depois de longos minutos de tormenta, ergueu-se transfigurado. Olhando o rio, é difícil imaginar essa manhã de 1755. Aproveito para relembrar dois dos melhores contributos que li para a compreensão desse momento histórico e das suas inimagináveis consequências, O Pequeno Livro do Grande Terramoto, de Rui Tavares, e 1755 - O Grande Terramoto, de Filomena Oliveira e Miguel Real.