imagem: melencholia.blogspot.com
Intrinsecamente todo o Homem é mau. Com uma espada na mão todos matam, com uma vacina na outra poucos salvam. O homem é corruptível porque sofre de cupidez e ambiciona sempre o trono da fortuna.
Com muita frequência falamos de corrupção e acusamos sem provas os nomes que todos avançam, mas seremos nós impolutos para julgarmos? Nem sempre as notas quer nos oferecem subtilmente forram convenientemente os nossos telhados de vidro. Somos todos corruptíveis.
A propósito deste assunto, recomendo o último livro que li, “O homem que corrompeu Hadleyburg” (ed. Assírio & Alvim) de Mark Twain. O autor americano disserta sobre corrupção, avareza e ambição, e como osmose destes três traços, a loucura que destrói a essência humana quando tudo muda e a pessoa deixa de contar cêntimos para acumular milhões.
Assim aconteceu em Hadleyburg, considerada a incorruptível e símbolo máximo da virtude.
Em Creta o Rei Minos pediu a Dédalo a construção de um labirinto para conter o Minotauro. Porém, após a morte de Androceu – filho de Minos – às mãos dos atenienses, o Rei declarou guerra a Atenas e como vingança possível, proclamou o sacrifício de catorze adolescentes atenienses, sete rapazes e sete raparigas. Este sacrifício servia unicamente para alimentar o ódio de Minos e não para vingar o filho. Obviamente os catorze jovens acabavam devorados pelo Minotauro.
Todavia, no livro de Mark Twain não existe um Teseu que derrota o homem-touro e todos os cidadãos são devorados pela ganância e pela ambição dos dólares, o dinheiro é o Minotauro de Hadleyburg e o Rei Minos o forasteiro que procura vingar-se de tão ínclita povoação. Os dezanove ilustres de Hadleyburg são corrompidos pelo brilho do ouro, humilhados e finalmente tomados pela loucura, morrem na vergonha de terem cobiçado e mentido para atingirem a fortuna.
Na célebre rubrica de Lauro António vi um filme – A Visita (1964) – de Bernhard Wicki com Anthony Quinn e Ingrid Bergman. A talentosa actriz deseja vingar-se de Quinn, tudo porque este trocou-a na juventude. A visita mortífera oferece em troca da morte de Quinn dinheiro, automóveis, electrodomésticos e jóias, despoletando uma irónica e desesperada caça ao homem. Anthony Quinn procura salvar-se com palavras e amizade, mas vizinhos e amigos já estavam corrompidos pelos bens materiais.
No fim de contas, todas as histórias têm Minotauros, Reis Minos, Dédalos e Ícaros, mas poucas contam com o auxílio de Teseus.
Somos corruptíveis e somos humanos.
Com muita frequência falamos de corrupção e acusamos sem provas os nomes que todos avançam, mas seremos nós impolutos para julgarmos? Nem sempre as notas quer nos oferecem subtilmente forram convenientemente os nossos telhados de vidro. Somos todos corruptíveis.
A propósito deste assunto, recomendo o último livro que li, “O homem que corrompeu Hadleyburg” (ed. Assírio & Alvim) de Mark Twain. O autor americano disserta sobre corrupção, avareza e ambição, e como osmose destes três traços, a loucura que destrói a essência humana quando tudo muda e a pessoa deixa de contar cêntimos para acumular milhões.
Assim aconteceu em Hadleyburg, considerada a incorruptível e símbolo máximo da virtude.
Em Creta o Rei Minos pediu a Dédalo a construção de um labirinto para conter o Minotauro. Porém, após a morte de Androceu – filho de Minos – às mãos dos atenienses, o Rei declarou guerra a Atenas e como vingança possível, proclamou o sacrifício de catorze adolescentes atenienses, sete rapazes e sete raparigas. Este sacrifício servia unicamente para alimentar o ódio de Minos e não para vingar o filho. Obviamente os catorze jovens acabavam devorados pelo Minotauro.
Todavia, no livro de Mark Twain não existe um Teseu que derrota o homem-touro e todos os cidadãos são devorados pela ganância e pela ambição dos dólares, o dinheiro é o Minotauro de Hadleyburg e o Rei Minos o forasteiro que procura vingar-se de tão ínclita povoação. Os dezanove ilustres de Hadleyburg são corrompidos pelo brilho do ouro, humilhados e finalmente tomados pela loucura, morrem na vergonha de terem cobiçado e mentido para atingirem a fortuna.
Na célebre rubrica de Lauro António vi um filme – A Visita (1964) – de Bernhard Wicki com Anthony Quinn e Ingrid Bergman. A talentosa actriz deseja vingar-se de Quinn, tudo porque este trocou-a na juventude. A visita mortífera oferece em troca da morte de Quinn dinheiro, automóveis, electrodomésticos e jóias, despoletando uma irónica e desesperada caça ao homem. Anthony Quinn procura salvar-se com palavras e amizade, mas vizinhos e amigos já estavam corrompidos pelos bens materiais.
No fim de contas, todas as histórias têm Minotauros, Reis Minos, Dédalos e Ícaros, mas poucas contam com o auxílio de Teseus.
Somos corruptíveis e somos humanos.
3 comentários:
humanos e corruptíveis, concordo. mas também humanos e racionais, seres pensantes, com capacidade para raciocinar e ponderar o melhor atalho.
obrigada pelo conselho. poderá servir de lição, senão de exemplo.
Intrisecamente, todo o Homem é bom. Só é destruído pelas cargas que o atravessam, do agora, de sempre, do nunca. Só por essas, que o fazem voltar atrás, correr na direcção oposta do que quer, ou cair sem perceber porquê. E enquanto esse espirito andar por aí transtornado, não será bom nem mau. Será apenas um espirito transtornado.
O eterno debate!
Por mim o homem não é intrinsecamente bom nem mau. É tão só humano.
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