2007/09/05

O RATO MEDITERRÂNICO, O RATO CAMPESINO E O FLAUTISTA DE HAMELIN


Imagem retirada daqui.

Era uma vez um rato, o Rato Mediterrânico. Vivia calmamente nos montes e vales de Leão e Castela, criando os seus filhinhos, colhendo alguns grãos de cereais e legumes. A vida não lhe corria mal. O único incómodo, eram aos ataques vindos dos céus das aves de rapina, suas vizinhas. Mas o que podia fazer? Cada um tem de fazer pela vida. E assim, viviam as suas vidas, felizes e contentes.
Não se sabe bem porquê as aves começaram a diminuir. Um senhor muito inteligente, que vestia sempre de verde, resolveu que, para que as aves não se fossem embora de vez, era preciso chamar mais ratos, de preferência migrantes doutros locais, para acabar com as delicadezas entre as aves de rapina e os ratos mediterrânicos, porque lhe parecia que essa amizade impedia as aves de comerem os tais ratinhos.
E assim foi.
Vieram os ratos campesinos, com visto de residência mas sem contrato de trabalho. Como qualquer imigrante, os ratos campesinos não foram de modas e lançaram-se rapidamente ao trabalho, colhendo cereais, legumes, e demais produtos da terra. Acontece que tanta abastança leva a trazer a família, a combinarem-se casamentos, a terem muitos filhinhos. Na ordem de 10 por ninhada que pode acontecer de dois em dois meses, logo após o primeiro mês de vida.
Entretanto, as aves lá dos céus, mesmo comendo mais, não conseguiam competir com a fertilidade dos ratitos campesinos, falando-se já, em mandar umas corujazinhas migrantes para comerem os ratinhos.
Os tais ratitos resolveram procurar novas terras para instalarem os seus. Falaram-lhes de umas para lá do rio. Aí se deslocou um enviado especial que espalhou a notícia que aquelas eram terras inóspitas e que era preferível voltar para as suas terras natais do que morrer na miséria do outro lado do rio.
Nem o flautista de Hamelin contratado a recibos verdes, pelo homem de verde, muito amigo da Natureza, os conseguiu seduzir para tal viagem.
Moral da história:
O Rato Mediterrânico é que está bem!

1 comentário:

Anónimo disse...

Minha cara, é sem dúvida espantoso como, sem fabular muito, se consegue hoje descrever a situação de muitos humanos, falando de bichos... parabéns pelo texto.