Não, não fui comprar caramelos.
Fui visitar Sacavém para me inspirar. Respirar o ar da Idade Média para poder decidir da minha participação na 1ª Feira Medieval.
E não é que mal cheguei, me cheirou mesmo a Idade Média!
O odor pestilento não provinha de esgotos a céu aberto, que tanto quanto sei, esse problema não existe no concelho, há largos anos. Do Trancão, apesar de não ser inodoro, não era. Do lixo abundante nas ruas, seria?... Dos contentores do lixo conspurcados e a deitar por fora, talvez.
Não interessa. O que importa é que facto, pelo cheiro a Feira correrá bem.
Segundo prisma de análise: as ruas. Pelas que visitei, até me pareceu bem. Sem alcatrão, irregulares, enlameadas, com bastantes buracos. Mais um ponto a favor.
Vestígios medievais. Aqui foi mais difícil.
Tirando as casas na parte mais antiga que apresentavam o desencanto das habitações medievais, mas em alumínio; tirando o emaranhado das ruas e ruelas que, com um bocadinho de boa vontade e imaginação, servem para o efeito, mais nada vi. Está bem, apontaram-me uma torre medieval que seria o local onde se faziam as cobranças dos impostos. Mas tinha tanto estuque, alguma tinta, que não sei se não foi a vontade extrema do habitante que ma indicou que fez a classificação temporal. Neste ponto a Feira tem nota negativa.
Fui analisar as margens do rio Trancão. Contentores, edifícios recentes, armazéns… Vestígios da navegabilidade, nada. Salinas da margem esquerda, nada. Ponte romana, nada. Local da batalha do D. Afonso Henriques contra os mouros, rien.
Novo prisma de análise: as pessoas e o seu conhecimento de Sacavém Medieval.
“O quê? Medieval? Mas isso tem a ver com a Maddie? Eu acho que os pais…”
“Oh minha senhora, não me mace, vim agora da bicha da Caixa. Estive lá desde as cinco da manhã e o c…. do médico faltou”
“Tou com pressa. O meu filho vai prá escola e tive de lhe arranjar a marmita com o almoço. A feira é ao sábado ao pé do campo. Experimente se é aí.”
Resolvi ir ao senhor Presidente da Junta de Freguesia:
“ É uma coisa bonita, a Feira. Eu, quando vim para cá morar, Sacavém já existia, portanto é uma terra muito antiga. Deve ser histórica. Eu já mandei pintar os “corrimões” para tudo correr bem. O senhor Presidente da Câmara teve esta ideia quando foi almoçar a Vila da Feira e pensou «Então estes têm uma Feira Medieval e nós não temos?! Era o que faltava. Se em Santo Antão fazem lá uma coisa parecida, em Sacavém também se faz. Porque eu sou um homem culto» Foi uma boa ideia a dele. Assim já calamos a oposição quando dizem que as nossas festas só têm música pimba. A senhora venha cá que isto vai ser muito bonito”
De facto Sacavém é o local ideal para uma Feira Medieval.
Fui visitar Sacavém para me inspirar. Respirar o ar da Idade Média para poder decidir da minha participação na 1ª Feira Medieval.
E não é que mal cheguei, me cheirou mesmo a Idade Média!
O odor pestilento não provinha de esgotos a céu aberto, que tanto quanto sei, esse problema não existe no concelho, há largos anos. Do Trancão, apesar de não ser inodoro, não era. Do lixo abundante nas ruas, seria?... Dos contentores do lixo conspurcados e a deitar por fora, talvez.
Não interessa. O que importa é que facto, pelo cheiro a Feira correrá bem.
Segundo prisma de análise: as ruas. Pelas que visitei, até me pareceu bem. Sem alcatrão, irregulares, enlameadas, com bastantes buracos. Mais um ponto a favor.
Vestígios medievais. Aqui foi mais difícil.
Tirando as casas na parte mais antiga que apresentavam o desencanto das habitações medievais, mas em alumínio; tirando o emaranhado das ruas e ruelas que, com um bocadinho de boa vontade e imaginação, servem para o efeito, mais nada vi. Está bem, apontaram-me uma torre medieval que seria o local onde se faziam as cobranças dos impostos. Mas tinha tanto estuque, alguma tinta, que não sei se não foi a vontade extrema do habitante que ma indicou que fez a classificação temporal. Neste ponto a Feira tem nota negativa.
Fui analisar as margens do rio Trancão. Contentores, edifícios recentes, armazéns… Vestígios da navegabilidade, nada. Salinas da margem esquerda, nada. Ponte romana, nada. Local da batalha do D. Afonso Henriques contra os mouros, rien.
Novo prisma de análise: as pessoas e o seu conhecimento de Sacavém Medieval.
“O quê? Medieval? Mas isso tem a ver com a Maddie? Eu acho que os pais…”
“Oh minha senhora, não me mace, vim agora da bicha da Caixa. Estive lá desde as cinco da manhã e o c…. do médico faltou”
“Tou com pressa. O meu filho vai prá escola e tive de lhe arranjar a marmita com o almoço. A feira é ao sábado ao pé do campo. Experimente se é aí.”
Resolvi ir ao senhor Presidente da Junta de Freguesia:
“ É uma coisa bonita, a Feira. Eu, quando vim para cá morar, Sacavém já existia, portanto é uma terra muito antiga. Deve ser histórica. Eu já mandei pintar os “corrimões” para tudo correr bem. O senhor Presidente da Câmara teve esta ideia quando foi almoçar a Vila da Feira e pensou «Então estes têm uma Feira Medieval e nós não temos?! Era o que faltava. Se em Santo Antão fazem lá uma coisa parecida, em Sacavém também se faz. Porque eu sou um homem culto» Foi uma boa ideia a dele. Assim já calamos a oposição quando dizem que as nossas festas só têm música pimba. A senhora venha cá que isto vai ser muito bonito”
De facto Sacavém é o local ideal para uma Feira Medieval.
3 comentários:
Ainda não viu nada. Podia ter-lhes dado para uma Corrida de Touros. 1ª Grande Corrida de Sacavém. Não está mal pensado.
Por favor, não diga isso muitas vezes. Não vão eles achar uma boa ideia. E aí seria vê-los a correr à frente dos touros, Escadinhas do Barão abaixo. Agora que penso nisso, talvez seja a solução. Olha tinham de ir tratar das fracturas no Hospital de Loures ou no de Todos os Santos.
Boa!!
O Caracol Saloio nasceu assim e revelou-se num sucesso.
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