2007/09/19

COISAS DO DIA A DIA, O FASCISMO É UMA MINHOCA…


Imagem retirada daqui.


Ontem, não sei se por causa de um jantar mal digerido após uma ida forçada a um restaurante chinês (esta critica gastronómica nada tem de sintonia com as recentes posições da Maria José Nogueira Pinto, talvez o resto do texto tenha.), se pelo facto de ter adormecido cedo, enquanto via uma reportagem sobre Aquilino Ribeiro na Casa Grande de Romarigães, passei uma noite sobressaltada, que oscilou entre o sonho desassossegante e espertina.
Pela manhã, na previsão de um dia difícil em virtude de uma noite agitada, lembrei-me de um dos sonhos. A vacuidade da recordação apenas permite fixar a imagem de uma casa em escombros e fumegante, após o que me parece ter sido um violento incêndio.
Que terá isto com o restaurante chinês, a comida agri-doce e o Aquilino Ribeiro. Talvez nada, mas neste texto tudo.
A transladação dos restos mortais de Aquilino Ribeiro para o Panteão Nacional tem gerado fortes críticas de alguns sectores da sociedade portuguesa. Umas fundamentados na especulativa participação de Aquilino na conjura conducente ao regicídio, participação que me parece improvável, e outras na desvalorização do seu legado literário. Aquilino era um Republicano Laico, um republicano verdadeiro, seguramente conspirativo e revolucionário, e um dos nomes mais marcantes da literatura nacional.
O que os críticos não lhe perdoam é o facto de Aquilino não ter sucumbido às tentações totalitárias e ter sido um irritante anti-salazarista. Esse é o problema, ainda há quem se irrite com anti-salazaristas!
A casa em cinzas, que me arrancou ao sono, é o estado em que hoje se encontram os ideais republicanos de Aquilino.

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