2007/09/05

FALAR FRANCÊS E TOCAR PIANO


A imagem retirada daqui.

Cá está a minha afilhada! Não foi propositada a sua chegada ao Palácio, mas no momento presente ela é de algum modo reveladora do espírito palaciano.
Foi notícia esta semana, em vários órgãos de comunicação social, que apenas uma percentagem despicienda dos alunos portugueses optam actualmente pelo francês como língua estrangeira de referência no seu currículo académico. O inglês, mas sobretudo a cultura norte-americana, tem conseguido secar, qual eucalipto, o panorama cultural das sociedades ocidentais. Dificilmente se encontra nos dias de hoje um filme francófono (o corrector automático nem reconhece a palavra) nas salas portuguesas e é quase impossível que alguém com menos de 25 anos saiba trautear uma canção em francês ou italiano. É um ambiente cultural de pacotilha, comida de plástico, música descartável, cinema oco, literatura de cordel. Tudo isto submetido a uma lógica mercantil, à qual não escapa sequer o simples lazer.
Neste contexto, a Afilhada neste Palácio definiu-se francesa e contracorrente. Mais um pauzinho numa engrenagem implacável que tudo trucida. Far-se-á aqui um esforço para falar francês e quem sabe se com o tempo não viremos mesmo a ter algumas aulas de piano! Que ninguém nos acuse de sermos botas de elástico. Somos modernos, mas a nossa modernidade é crítica.

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