Imagem retirada daqui.
A senhora Ministra da Educação anunciou publicamente o aumento do número de alunos no 3º ciclo e no secundário, fruto de uma maior oferta dos cursos de educação/formação, nas nossas escolas.
Fazendo uma breve abordagem às escolas do nosso concelho e falando com elementos de um grupo de trabalho que desenvolveu a sua acção nessa área, há já dois anos, constatei que de facto, neste momento, é quase moda que as escolas tenham ofertas de cursos de educação/formação para os alunos cujo currículo normal se revelou de difícil assimilação, havendo mesmo no 2º ciclo, já um número significativo de cursos.
Acontece que grande parte dos cursos disponíveis, juntam na mesma turma, alunos difíceis, com comportamentos conflituosos e com um grande historial de más notas.
A vertente prática desses cursos permitirá uma atitude dos alunos mais adequada à vida de uma escola. Por isso, se questionarmos os docentes que aí trabalham, estes mostram-se mais tranquilos, pois o clima é ligeiramente mais calmo, sobretudo para os docentes que não trabalham nessas turmas. Por outro lado, tendo os “alunos problema” sido afastados das turmas ditas normais, há um ambiente propiciador das aprendizagens para os já “bons alunos”.
Então se é assim, óptimo!
Mas debrucemo-nos sobre qual o tipo de oferta que os ditos cursos apresentam. Estará de acordo com as motivações dos alunos? Estará de acordo com as ofertas de trabalho futuras? Permite aos alunos traçar o seu projecto de vida compatibilizando a formação com a sua viabilidade futura? Ter-se-á planeado que “tipo de trabalhadores necessitamos” para que o país, ou seja, todos nós, possa caminhar no sentido do desenvolvimento e da inovação? É garantida a formação académica básica, considerando a participação cívica que se deverá exigir a um futuro adulto?
Pelo que me foi dado ver, a maioria dos cursos foi organizada de acordo com a disponibilidade dos recursos humanos da escola, considerando as capacidades físicas e de equipamento que, como se sabe, são muito baixas. E assim há cursos de jardinagem, de auxiliar de acção educativa, de técnico de reprografia, de cabeleireiros, de informática, de empregados de comércio…
Hoje foram transladados para o Panteão Nacional, os restos mortais de Aquilino Ribeiro. No elogio fúnebre foi duramente criticada a total ausência da obra literária do escritor nos currículos nacionais das nossas escolas.
Para que precisarão os alunos dos cursos de educação/formação, cada vez em maior número, conhecer a vida e obra de Aquilino Ribeiro?
Deixa-os jardinar em paz. As rosas são tão bonitas…
A senhora Ministra da Educação anunciou publicamente o aumento do número de alunos no 3º ciclo e no secundário, fruto de uma maior oferta dos cursos de educação/formação, nas nossas escolas.
Fazendo uma breve abordagem às escolas do nosso concelho e falando com elementos de um grupo de trabalho que desenvolveu a sua acção nessa área, há já dois anos, constatei que de facto, neste momento, é quase moda que as escolas tenham ofertas de cursos de educação/formação para os alunos cujo currículo normal se revelou de difícil assimilação, havendo mesmo no 2º ciclo, já um número significativo de cursos.
Acontece que grande parte dos cursos disponíveis, juntam na mesma turma, alunos difíceis, com comportamentos conflituosos e com um grande historial de más notas.
A vertente prática desses cursos permitirá uma atitude dos alunos mais adequada à vida de uma escola. Por isso, se questionarmos os docentes que aí trabalham, estes mostram-se mais tranquilos, pois o clima é ligeiramente mais calmo, sobretudo para os docentes que não trabalham nessas turmas. Por outro lado, tendo os “alunos problema” sido afastados das turmas ditas normais, há um ambiente propiciador das aprendizagens para os já “bons alunos”.
Então se é assim, óptimo!
Mas debrucemo-nos sobre qual o tipo de oferta que os ditos cursos apresentam. Estará de acordo com as motivações dos alunos? Estará de acordo com as ofertas de trabalho futuras? Permite aos alunos traçar o seu projecto de vida compatibilizando a formação com a sua viabilidade futura? Ter-se-á planeado que “tipo de trabalhadores necessitamos” para que o país, ou seja, todos nós, possa caminhar no sentido do desenvolvimento e da inovação? É garantida a formação académica básica, considerando a participação cívica que se deverá exigir a um futuro adulto?
Pelo que me foi dado ver, a maioria dos cursos foi organizada de acordo com a disponibilidade dos recursos humanos da escola, considerando as capacidades físicas e de equipamento que, como se sabe, são muito baixas. E assim há cursos de jardinagem, de auxiliar de acção educativa, de técnico de reprografia, de cabeleireiros, de informática, de empregados de comércio…
Hoje foram transladados para o Panteão Nacional, os restos mortais de Aquilino Ribeiro. No elogio fúnebre foi duramente criticada a total ausência da obra literária do escritor nos currículos nacionais das nossas escolas.
Para que precisarão os alunos dos cursos de educação/formação, cada vez em maior número, conhecer a vida e obra de Aquilino Ribeiro?
Deixa-os jardinar em paz. As rosas são tão bonitas…
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