2007/09/05

BONJOUR!


Imagem retirada daqui.

Finalmente cheguei!
Confesso que não foi fácil…
Tudo começou quando verifiquei que a luz da minha Cidade Luz, de há algum tempo a esta parte com muito menos brilho, começou a estar permanentemente coberta por nuvens densas. Procurei as causas. A alteração do clima do nosso planeta não é justificação, talvez os ventos que sopram dos lados do Eliseu.
Pois, mas eu fartei-me.
Ouvi falar que junto ao mar havia um país onde o Sol é Rei. Governo socialista… E o meu padrinho a viver nesse paraíso!
Não é que até o seu concelho também é gerido por socialistas! Só poderia ser este o local para desanuviar o chapéu de nuvens que me persegue.
Decidi pedir estadia que me foi gentilmente cedida pelo meu ilustre padrinho.
E assim meti-me no avião.
Aterrei e o céu estava tão carregado como em Paris. De tal modo, que andei três dias perdida.
Primeiro fui dar a uma cidade que supus ser Bagdad, tantas eram as crateras. Percebi tratar-se das ruínas do campo de batalha onde D. Afonso Henriques venceu os mouros, no séc XII.
Desci uma serra, a muito custo, pois o nevoeiro veio juntar-se às nuvens negras e pensei ter chegado a Macau, mas em mais barato, pois as ruínas da Igreja de S.Paulo eram em plástico. Olhei ao longe e pareceu-me ver um quadro tipo Coreia do Norte, com o Sol, a Lua, o horizonte promissor. Só faltava o grande líder, desta vez com bigode, mas mantinha grandes multidões que para aí convergiam. Explicaram-me que não era nada disso, mas o Louvre cá do sítio, só com a diferença que em vez de quadros há montras, muitas montras.
Finalmente uma alma caridosa encaminhou-me para o Palácio, local onde tentei restabelecer-me de tanta desilusão e onde tenho estado recolhida a ganhar coragem para sair e conhecer os arredores, dos quais falaremos mais tarde.

Até lá, um presente da minha pátria que é a língua francesa.

“- Bonjour, dit le petit prince.
- Bonjour, dit le marchand.
C’était un marchand de pilules perfectionnées qui apaisent la soif. On en avale une par semaine et l’on n’éprouve plus le besoin de boire.
- Porquoi vends-tu ça? dit le petit prince.
- C’est une grosse économie de temps, dit le marchand. Les experts ont fait des calculs. On epergne cinquante-trois minutes par semaine.
- Et que fait-on de ces cinquante-trois minutes?
- On en fait ce que l’on veut…
Moi, dit le petit prince, si j’avais cinquante-trois minutes à dépenser, je marcherais tout doucement vers une fontaine…”
Le Petit Prince, Antoine de Saint-Exupéry, 1943

2 comentários:

Anónimo disse...

bem-vinda ao mundo da blogoesfera.

Anónimo disse...

Finalmente podemos lê-la. Já pensava que era loucura do marquês.