2007/10/31

BOLORES II



Passados alguns dias sobre a publicação aqui de um post sobre a recepção ao Presidente da Câmara Municipal de Loures, nas Festas do Vinho e das Vindimas em Bucelas, promovida pela Direcção da Banda de Bucelas e sobre o papel da Câmara Municipal na organização dessa mesma recepção, recebeu o Palácio uma resposta do Presidente da direcção dessa colectividade. Como é prática democrática dentro destas vetustas paredes, chama-se à primeira página essa resposta. É publicada na íntegra, não se cortando sequer os insultos, na medida em que eles ajudam a traçar o perfil do autor:

“A Banda Recreativa de Bucelas, é uma Associação que tem como vertente o ensino e divulgação da música e para atingir os seu fins, tem uma escola de música, com alunos muito jovens e do qual temos a obrigação de lhes ensinar música e os valores da sociedade em comunidade para a sua formação como cidadãos.
Na Banda de Música colaboram connosco muitos jovens e também adultos, pessoas bem formadas, que sabem bem o que pretendem para a sua Colectividade.
Sendo esta a conduta da Banda Recreativa de Bucelas, a sua direcção formada por gente que fala por si, com obra feita pelas associações por onde têm passado, reflectiu e decidiu responder a um menino de fraldas, ou a um cobarde mal formado, mentiroso e com toda a certeza deve ser mandado por alguém, sem personalidade para assumir os seus actos.
A Banda Recreativa de Bucelas, tem directores competentes, que pensam por si, para resolver todos os seus problemas, sem que para isso tenha de obedecer a ordens de terceiros ou a condutas menos próprias.
Como tal, decidiu esta direcção, receber o Exmº Senhor Presidente da Câmara Municipal de Loures, Engº Carlos Teixeira, da forma que nós pensamos que ele merece ser recebido, com todo o respeito, pois é o representante máximo do Concelho de Loures, que junto das Colectividades, organiza a Festa do Vinho e das Vindimas, festa essa que tanto nos honra e orgulha, pois representa as nossas tradições, sentimento que só tem quem nesta terra nasceu e cresceu.
A Banda Recreativa de Bucelas não responde a provocações políticas, essa não é a nossa missão, vamos responder às mentiras mencionadas neste site da internet, usado por um cobarde que não se digna a pôr o seu punho como homem, preferindo a capa do anonimato, servindo de bandalho e que não se digna a dizer as verdades, e que propomos esclarecer:

- Oportunamente, o senhor Presidente da Câmara Municipal de Loures delegou no seu vereador da Cultura, DrºRicardo Leão, o convite a todas as Colectividades da Freguesia de Bucelas, que quisessem ou pudessem estar presentes na recepção de Boas-Vindas ao senhor presidente da Câmara Municipal de Loures, para a abertura da Festa do Vinho e das Vindimas. Assim, na recepção ao senhor presidente estiveram a Banda Recreativa de Bucelas, e representantes de mais Colectividades da nossa Freguesia tais como representantes do Clube Futebol " Os Bucelenses", Casa do Povo de Bucelas, Instituição de Apoio Social da Freguesia de Bucelas, Bombeiros Voluntários de Bucelas, entre outros.Em relação ao Campo de Futebol e ao Pavilhão Desportivo, que fazem parte da mesma obra, muito entristece que alguém escreva não reconhecendo o esforço feito pela Câmara Municipal de Loures e a valorização que essa obra tem para a Freguesia de Bucelas, esquecendo-se também, de outras obras camarárias feitas nos últimos seis anos. O que não aconteceu durante duas décadas.
Pessoalmente, como presidente da direcção da Banda Recreativa de Bucelas, ignoro todas as acusações abusivas, e conjuntamente com os outros directores, levaremos o mais longe possível os objectivos a que nos propusemos aquando da nossa tomada de posse, para com esta Colectividade e seus associados.
A quem escreve mentiras como estas, o nosso muito obrigado, pois serve-nos de fio condutor para demonstrar a verdade do nosso trabalho.
Penso que as Colectividades se devem unir, em nome de algo muito nosso e forte que é a nossa Freguesia e deixassem a política para os políticos, pois essa não é nossa missão, enquanto directores das nossas Associações.
Deste modo, a Banda Recreativa de Bucelas, convida as Colectividades, no futuro a receber o Senhor Presidente, Engº Carlos Teixeira, como ele merece, olhando para o que fez e o que quer fazer por a nossa Freguesia.

O Presidente da Direcção
José António Louro


Agradeço a atenção dispensada pelo Presidente da Direcção da Banda de Bucelas ao texto aqui publicado e a resposta que endereçou.
Uma das maiores riquezas deste Município é o trabalho desenvolvido pelas suas colectividades e associações, espaços privilegiados de participação cidadã, de formação cultural e desportiva. Muitas dessas instituições possuem um tal capital histórico que as tornam sobreviventes e a conjunturas directivas menos bem sucedidas.
Na resposta dada, expurgando-a do que nela é menos digno, não se encontra nenhum desmentido ao que foi afirmado no texto que a motivou.

- A proposta de recepção, feitas nos moldes em que foi, aconteceu ao arrepio das reuniões de preparação das Festas onde participam todos os parceiros da organização.
- Por esse motivo muitas das colectividades da Freguesia de Bucelas se escusaram de participar na referida recepção.
- Esse mesmo desagrado foi manifestado na reunião de balanço das Festas.
- A Câmara Municipal viu nesse momento uma oportunidade de promoção política do seu Presidente, razão pela qual tentou envolver as restantes colectividades nesse acto. De tal modo foi evidente esse objectivo e o desconforto gerado, que na penúltima reunião de Câmara o Vereador Ricardo Leão afirmou mesmo que desconhecia o ofício, assinado por ele próprio, onde se convidava as restantes colectividades, dizendo que iria averiguar o que se tinha passado. Não averigúe mais. Está aqui o ofício.
- Por fim, o seu teu texto merece apenas mais um comentário. Se dúvidas ainda existissem sobre o frete político que foi a referida recepção, por sua conta ou em concertação com a Câmara Municipal, as suas palavras dissipam-nas completamente.

2007/10/30

A QUE BRINDAM ELES?




"Uma vez que, por solicitação de alguém não identificado, deixou ser possível colocar aqui, ou noutro blogue qualquer, o vídeo, captado pela Euronews, do Senhor Primeiro Ministro de Portugal a abraçar-se a diversos chefes de governo europeus, tu cá, tu lá, entre palmadinhas nas costas, uns apertos de bochechas e um ministro da Defesa de mão estendida e certamente incrédulo perante o comportamento do nosso chefe de governo, aqui segue a ligação: http://br.youtube.com/watch?v=e9K9RxX_ecQ


2007/10/25

VAMO-NOS DEITAR PORQUE AS VISITAS QUEREM IR EMBORA




Neste momento, o Sport Grupo Sacavenense não tem Direcção digna desse nome, que possa com propriedade, no que respeita a decisões de monta, representar, gerir e defender o clube, o seu nome e o seu peso simbólico. Os seus associados vão-se desdobrando em contactos afim de ultrapassar este hiato directivo, sendo este o problema que mais os ocupa e preocupa. Neste contexto, no próximo dia 28, vai ser inaugurado o piso sintético do campo do Sport Grupo Sacavenense. Vai ser é a forma mais indicada de verbalizar a acção, na medida em que para esta inauguração já são conhecidos dois convites distintos. O Presidente da Câmara Municipal de Loures, em conjunto com a Direcção(!) do Clube, em convite difundido, expressa a honra de receber convidados para a referida cerimónia. A Junta de Freguesia de Sacavém, sem referir o clube ou a sua Direcção, também convida para o mesmo dia e até adianta um programa das festividades e informa que pode ir toda a gente à inauguração porque a entrada até é “gratuita”. Só me lembra “ O Charlatão”, “É entrar senhorias / a ver o que cá se lavra / sete ratos, três enguias / e uma cabra, abracadabra // É entrar senhorias / é entrar senhorias...” Os associados, amigos e atletas do Sacavenense foram remetidos à condição de figurantes necessários ao abrilhantamento deste desfile, na sua própria casa. Vai tudo à boleia! Quem quiser convidar para a Inauguração do Piso Sintético do Sport Grupo Sacavenense, faça favor. O Palácio associa-se à originalidade e também convida oficialmente para o evento.



Aparecer sem ser convidado é sempre uma deselegância, ainda levar convivas é um abuso, faze-lo num momento inoportuno é a Câmara Municipal de Loures.

2007/10/24

PROMESSAS, PROMESSAS...




Orçamento de Estado só prevê Hospital de Loures, com dotação orçamental, a partir de 2011.

DESTINO MARCADO





Foi publicada ontem, dia 23 de Outubro, a lista ordenada dos resultados por escola, dos exames nacionais do 12º ano do Ensino Secundário.
Não podendo este ranking revelar o que cada escola vale ou é, não deixa de ser um elemento comparativo dos desempenhos académicos dos alunos, sobre um determinado momento da avaliação, que não devendo ser considerado o mais importante, assume alguma relevância e por isso poderá servir de base a uma das muitas reflexões que as escolas e as comunidades deverão efectuar.
E nesta base e apenas nesta base, gostaria de levantar algumas questões para reflexão.

Em Loures há 7 Escolas Secundárias e uma instituição privada, cujos alunos realizaram as referidas provas. Inserem-se num universo de análise de 496 escolas.Efectuaram exames 2 592 alunos das escolas do concelho de Loures. Na escala ordenada, as escolas de Loures situam-se entre o 47º lugar e a 484ª posição.
A escola privada encontra-se entre os últimos lugares.
Cinco das oito escolas existentes têm média igual ou superior a 10 valores.
As escolas da Portela, Loures e S. João da Talha apresentam resultados médios positivos (10val).
As escolas de Sto. António dos Cavaleiros, Sacavém e Camarate apresentam resultados abaixo dos 10 valores.

As escolas que levaram a exame menos de 200 alunos são a Secundária de Sacavém e a de Camarate. Todas as outras têm números muito superiores (entre 522 e 362).
A Escola Secundária de Sacavém apresentou a exame 182 alunos. A média dos resultados foi de 7,8. Na Escola Secundária de Camarate fizeram exame 138 alunos e a média foi de 7,52.
As escolas de Sacavém e Camarate servem, para além das próprias, as freguesias de Apelação, Unhos, Prior Velho, Bobadela (em parte).
As escolas de Camarate e Sacavém têm vindo a oferecer um cada vez maior, número de Cursos de Formação ou Profissionais.
A taxa de residentes do concelho com formação académica equivalente ao ensino médio e superior é de cerca de 13%, sendo as freguesias da Portela, Sto. António dos Cavaleiros, Moscavide e Loures que apresentam as maiores taxas.



Será sina destes jovens perpetuarem a condição dos progenitores no que respeita à formação e escolaridade?
O Conselho Municipal de Educação (será que ainda existe?), não deverá reflectir estes factos, procurando causas, caminhos, parceiros, soluções?
Não é no Conselho Municipal de Educação que estão todos os intervenientes no processo educativo: Pais, empresas, professores, IPSS, CML, agentes da Segurança, da Saúde, do Ministério…?
Quais as propostas que foram apresentadas pelo senhor Presidente da Câmara ou pelo senhor Vereador da Educação no Conselho Municipal de Educação sobre o rumo da Educação no nosso Concelho?

2007/10/23

À DESCOBERTA DE UM MÚSICO




É já a dia 27 de Outubro, na Sociedade 1º de Agosto (em Santa Iria de Azóia), pelas 22:00, que Jorge Marques dará, pela primeira vez, um concerto preenchido, exclusivamente, com temas da sua autoria ou adaptados por si.

Trata-se de uma oportunidade para descobrir um compositor jovem e promissor, cujos temas revelam uma sensibilidade única ao universo que o rodeia, sublinhados por sonoridades abrangentes – dos ritmos mais intimistas aos mais acelerados – ilustrativos das suas influências musicais: da música popular portuguesa aos sons mais contemporâneos da pop/rock, sem esquecer, obviamente, os ambientes rítmicos oriundos do Jazz.


Dados biográficos.
Jorge Marques nasceu em Dortmund (na então República Federal da Alemanha), em 3 de Junho de 1973, filho de pais emigrantes. E regressou a Portugal no Verão de 1984.

Descobriu o gosto pela música muito cedo. Participou em coros infantis de igreja e aos 7 anos, iniciou as aulas de órgão electrónico que prosseguiu, depois, já em Portugal. Em 1990, começa um processo autodidáctico de aprendizagem de guitarra. Metódico e determinado, o músico fechou-se, então, no quarto (depois das aulas) durante 6 meses, para aprender a dominar este instrumento que é, actualmente, presença incontornável na sua música.

Em 1991, dá início à fase de participação em grupos, organizando a sua primeira banda de covers, Factor X (no Tramagal, Abrantes), que se apresenta em bares e com a qual, pela primeira vez, dá a conhecer ao público vários temas originais. Em 1994, integra um quarteto em cujo reportório constavam versões Jazz de temas de música popular portuguesa, bem como temas originais, algumas deles compostas poe Jorge Marques.

Nos anos que se seguem, o músico, aproveitando os vários projectos colectivos que integrou (casos de Pack 7 ou Guerreiros do Látex, entre outros), foi introduzindo no reportório que apresentavam alguns temas originais da sua autoria.

A reacção do público a este temas não podia ter sido mais motivador, razão pela qual, em Novembro de 2002, Jorge Marques resolve registar a sua primeira maqueta com 10 temas, na Sociedade Portuguesa de Autores.

IMI E OUTRAS ALDRABICES


IMI

Na passada sexta-feira foram aprovadas as taxas de Imposto Municipal sobre Imóveis a cobrar aos proprietários no Município de Loures. A actual modalidade deste imposto resultou de uma reforma feita pelo PSD no último período em que foi governo. Um dos elementos mais relevantes dessa reforma da tributação do património imobiliário reside no facto da lei ter estabelecido uma fórmula de actualização dos valores constantes nas matrizes mais antigas, resultando daí um aumento da matéria tributável. De forma simples: para um imóvel registado em 1984, com o valor matricial de 1800 contos, 9000 euros, a lei definiu uma fórmula de actualização desse valor matricial que o aproximasse dos valores “reais”. Dessa actualização resultaria para o proprietário um aumento do valor sobre o qual incidiria a taxa de imposto a pagar.
Como a aplicação directa dessa fórmula de actualização faria com que o proprietário de um determinado imóvel antigo visse multiplicado por muito a matéria colectável, a lei fixou um período de moratórias à aplicação completa dessa actualização. Assim, foram definidos tectos de aumento real para esses imóveis, amortizando o impacto do aumento, sendo o mesmo faseado. Este é o último ano em que existirão esses tais tectos para os aumentos da matéria cobrável, aplicando-se sem filtros o valor que resultar da fórmula de actualização.
Seja como for, os proprietários dos prédios urbanos, mesmo sem que a taxa não se altere significativamente de um ano para o outro, pagam mais porque o valor sobre o qual incide a taxa aumenta progressivamente.
Os municípios têm, ao abrigo dessa lei, a possibilidade, balizada por tectos máximos e mínimos, de definir qual a taxa que se aplicará no seu município. Ao exercitarem esse direito estão também a definir as receitas que vão arrecadar.
Esta é a explicação mínima e resumida necessária para que se perceba as considerações seguintes.
Em Loures foram aprovadas pela maioria PS e PSD, exceptuando o vereador Paulo Guedes da Silva, as taxas do IMI a aplicar em Loures. Os valores aprovados resultarão num claro aumento da carga fiscal no Município de Loures, ainda que o valor seja reduzido 0,5%. A taxa reduz cerca de 9%, mas a matéria colectável sobre a qual incidirá, por via da actualização administrativa dos valores matriciais dos imóveis, aumentará mais do que isso. Logo, aumentará a receita do município porque os munícipes vão pagar mais.
Foi por isso que a proposta apresentada pela maioria socialista foi alvo de critica e contestação, tendo a CDU apresentado uma proposta alternativa, que previa uma maior redução das taxas a cobrar em Loures. Nos últimos cinco anos a receita do Município de Loures proveniente deste imposto aumentou exponencialmente todos os anos, pelas razões acima aduzidas. Mas nunca durante estes anos a maioria socialista foi sensível às propostas que visavam, manter o nível de receita, sendo isso possível baixando o imposto, sendo essa baixa compensada pelo aumento da matéria tributável.
Assim, foram sempre mantendo os valores no imposto no limite superior, aumentando todos os anos a carga fiscal no município.
Objectivamente, na passada sexta-feira, ao não reduzir sensivelmente as taxas do IMI, a maioria socialista aprovou um aumento de impostos sobre os contribuintes de Loures.

OUTRAS ALDRABICES

No rescaldo da última reunião de Câmara seguiram-se as habituais reacções e contra-reacções às decisões tomadas. A CDU explicou o sentido da sua proposta de redução do IMI. Perante as críticas, o Presidente da Câmara Municipal de Loures desdobrou-se em impropérios e mentiras, Aliás, a falta de rigor do Presidente da Câmara no tratamento de tudo e mais alguma coisa já não espanta, mas a sua capacidade de continuar a surpreender pelo disparate continua a aumentar.
Foi dizendo que o dinheiro não nasce do chão e que é preciso que as pessoas paguem impostos, mas desenterrou mais uma vez o argumento das dívidas resultantes de “ 22 anos de gestão da CDU”.
O senhor presidente tem uma relação bastante atribulada com a Verdade. Dão-se mal. Não circulam pelos mesmos espaços, nem devem ter amigos em comum. Caso contrário, a Verdade ter-lhe-ia dito que a Câmara Municipal de Loures nunca teve problemas financeiros. A Verdade ter-lhe-ia dito também que as obrigações do Município de Loures, no que respeita a crédito contraído, resultam de operações legais, aprovadas pelos órgãos autárquicos, muitas delas, senão todas, com o voto favorável do PS na oposição, visadas e autorizadas pelo Tribunal de Contas e destinadas a investimentos necessários, na sua maioria no âmbito da habitação social. A verdade lembraria ainda o senhor Presidente que durante a sua gestão, a Câmara passa sempre um saldo positivo de uns anos para os outros na casa dos milhões de euros, prodígio para quem tem muitas dívidas às costas. A verdade poder-lhe-ia lembrar finalmente que a impossibilidade de recurso ao crédito por parte da Câmara, por ultrapassagem da capacidade de endividamento, resulta da alteração das regras de aferição do crédito contraído em sede de lei de orçamento, pela Ministra Manuela Ferreira Leite, que fez contar para o volume a crédito a considerar aquele que foi contraído no âmbito do Programa Especial de Realojamento (PER), merecendo essa alteração a condenação unanime dos autarcas do país. O problema é que todas estas informações, que a Verdade poderia dar ao Presidente da Câmara, chocam com o seu delírio demagógico.
Mas não é só com a Verdade que as relações do senhor Presidente são distantes, também com a Boa Educação as coisas não andam melhores. Registe-se a resposta dada à Lusa sobre as críticas feitas pelo vereador Paulo Guedes da Silva às opções fiscais da maioria socialista: “ Se a ignorância pagasse imposto, Loures estava rico.” Neste aspecto estou de acordo, até porque a matéria tributável não para de crescer.

2007/10/22

O MEU AMIGO CARLITOS




Ultimamente tem-me visitado um amigo, rapaz pela minha idade, vizinho no espaço e na condição.
E o seu simples mas acutilante relato de infância, reaviva-me memórias antigas.
Faz-me sorrir com a lembrança dos bifes que só se comiam ao domingo e nunca em muita abundância. Com a certeza de que os dentes do Salazar só podiam ser de ouro, ou não fosse ele o dono de Portugal, podendo por isso mandar fazer muitas notas, as que ele entendesse.
As calças que as mães faziam, para a Casão ou, como a mãe do Carlitos, para a Casa Africana.
Os pais das amigas que estavam em Caxias, o que quer que isso fosse. O regresso do sr. O, num fim de tarde de Outono, com o jantar de família à espera, mas com a alegria contida e festejada no medo.
E ontem lembrou-me o Natal. O Natal sem subsídio, com o Presépio de musgo, com os chocolates que se esperavam no sapatinho, com a esperança que o patrão desse as Broas.
O medo, o medo das paredes com os seus ouvidos.

Muito provavelmente o Carlitos andou comigo no Liceu, participou nas reuniões do MAEESL, foi às RGAs, andou à pancada com os do Padre António Vieira…

E hoje… Será que continua interessado e interveniente?

De que servirão as memórias se com elas não conseguirmos construir outras? Outras com a mesma ternura do relato, com mais bifes e paredes sem ouvidos.

Todos os domingos, depois do jantar, sento-me no sofá e espero pela visita do Carlitos que, tenho a certeza, se cruza comigo muitas vezes, nas festas, nas lutas, nos silêncios e nos gritos.

EDUARDO GAGEIRO INAUGURA EXPOSIÇÃO EM PEQUIM





"Eduardo Gageiro inaugura exposição em Pequim no "momento mais marcante" da sua carreira
O fotógrafo português Eduardo Gageiro, que inaugurou em Pequim uma exposição retrospectiva da sua obra, com fotografias do período entre 1951 e 2006, disse estar a viver o momento mais marcante da sua carreira.
"Esta exposição é a coisa mais importante que fiz na minha vida. Este é momento mais marcante da minha carreira", assinalou.
O embaixador de Portugal em Pequim, Rui Quartin-Santos, cortou a simbólica fita vermelha à entrada do Museu de Arte Mundial de 1500 metros quadrados, onde até 31 de Outubro Gageiro mostra 222 fotografias a preto e branco.
O fotógrafo referiu que expõe em Pequim "um tipo de fotografia diferente, com história, com humanismo, que faz as pessoas pensar", as mesmas que são o que mais gosta de fotografar desde o início da carreira.
"O ser humano é inesgotável. Nasci em Sacavém, onde em jovem convivi com grandes artistas que me deram lições de estética, mas o meu material humano sempre foram os operários fabris", acrescentou.
Eduardo Gageiro informou estar a preparar dois novos livros de autor, um deles sobre Portugal com base num texto que José Cardoso Pires escreveu para uma exposição em Helsínquia.
No outro livro, com o título provisório de "Silêncios" e que reúne trabalhos a sépia, Gageiro vai publicar pela primeira vez fotografias sem pessoas. "Com a influência delas, mas sem elas", explicou.
Esta exposição, com o título "Retrospectiva", marca o regresso de Gageiro à China, dois anos após conquistar em Lishui, no leste do país, o primeiro prémio da décima primeira edição da Exposição Internacional de Fotografia Artística da China, o maior concurso de fotografia do mundo.
Em Novembro de 2005, o português convenceu o júri com uma fotografia intitulada "Poluição", que retrata dois homens a trabalhar na rua com as chaminés do Barreiro em fundo, evidenciando-se entre 3.500 participantes.
Eduardo Gageiro começou a trabalhar como repórter fotográfico em 1957, passando por publicações como o Diário Ilustrado, O Século e O Século Ilustrado.
Ao longo da carreira, o fotógrafo recebeu mais de 300 prémios em todo o mundo, foi editor da revista "Sábado" e colaborou com a delegação portuguesa da Associated Press, a Companhia Nacional de Bailado, a Presidência da República e a Assembleia da República.
Com vários livros publicados, Gageiro foi o único repórter fotográfico a mostrar ao mundo os acontecimentos dos Jogos Olímpicos de 1972, em Munique.
Em 2004 recebeu a comenda da Ordem do Infante D. Henrique."

Lusa

A EUROPA NA BANCA DO PEIXE





Alzira -Temos tratado.
Cidália -A “Europa” esteve em Lisboa para se consertar. Viaturas, líderes, fatos pretos e azuis às riscas, passadeiras, televisões, directos, satélites, batedores, jantares, almoços, bilaterais, multilaterais, unilaterais, fotografias, famílias políticas, parentes próximos, sorrisos amarelos, gargalhadas, terras desconhecidas, aritméticas estranhas, e tanta, tanta coisa, que os aldeões boquiabriram.
Alzira - Estivemos bem.
Cidália -Estivemos à altura. Colocámos na mesa o melhor serviço, aquelas porcelanas da avó, e foi tudo do bom e do melhor.
Alzira -E a Europa?
Cidália -Disso saberão eles. Eles é que sabem. Estão lá devem saber o que estão a fazer. Nós disso não percebemos nada. São coisas complicadas, negociadas, ponderadas, salvaguardadas e segredadas, para nosso bem. Eles lá sabem.
Alzira -Eles sabem tudo...
Cidália -Até sabem que nos podemos enganar, não por mal, mas por ignorância. Nada melhor que zelarem para que não nos possamos enganar. Nada melhor do que nos evitarem a angústia da escolha e da decisão.
Alzira -Até porque para decidir eles é que são pagos.
Cidália -Se trocam peixe por gás natural, auto-estradas por couves-de-bruxelas, sapatos por queijo francês e telemóveis por sol e porque isso é mesmo necessário.
Alzira -Combinaram tudo bem combinadinho...
Cidália -Até combinaram que nem nos iriam aborrecer com escolhas que não sabemos fazer.
Alzira -Temos tanta sorte!
Cidália – Ora, o peixinho são 15,30€.
Alzira – Anote aí. O meu homem ainda não recebeu este mês e com o garoto de volta à escola isto tem sido uma ginástica.

2007/10/21

HAVEMOS DE NOS ENCONTRAR NOUTRA HISTÓRIA





A Polónia não desaparecerá
Enquanto nós vivermos
O que os estrangeiros nos tiraram
Com sabre reaveremos.
Marche, marche Dombrowski
Das terras italianas para a Polónia,
Sob teu comando nos uniremos à Nação.

Atravessaremos o Vístula,
Atravessaremos o Warta
E seremos polacos.
Deu-nos o exemplo Bonaparte
De como devemos vencer.
Como Czarniecki de Poznan
Após a invasão sueca
E para salvação da Pátria
Voltaremos pelo mar.

Lá o pai para sua Bárbara
Disse todo choroso:
“Ouça são os nossos
Eles estão tocando tambores”.”

Józef Wybicki – 1747-1822



Para a minha amiga e colega Katarzyna.
Para que as esperanças que deposita no acto eleitoral que se realiza hoje na sua Polónia querida , se concretizem.
Deixo-lhe um hino que tem acompanhado os polacos nos momentos em que é preciso resistir. (Hino das Legiões Polonesas).

FAVAS COM CHOURIÇO

2007/10/16

MENINA DOS OLHOS TRISTES



Menina dos olhos tristes
o que tanto a faz chorar
o soldadinho não volta
do outro lado do mar

Vamos senhor pensativo
olhe o cachimbo a apagar
o soldadinho não volta
do outro lado do mar

Senhora de olhos cansados
porque a fatiga o tear
o soldadinho não volta
do outro lado do mar



Anda bem triste um amigo

uma carta o fez chorar
o soldadinho não volta
do outro lado do mar



A lua que é viajante

é que nos pode informar
o soldadinho já volta
está mesmo quase a chegar

Vem numa caixa de pinho
do outro lado do mar
desta vez o soldadinho
nunca mais se faz ao mar



Autores:
Reinaldo Ferreira e Zeca Afonso

A Guerra em África marcou várias gerações de portugueses. A minha também.
Recordo a angústia do anúncio da mobilização. As lágrimas na minha mãe, nas outras mães. A boina para a frente disfarçando a revolta no meu irmão, nos outros irmãos.
As centenas de aerogramas descrevendo a violência, o desamparo, a solidão, a injustiça.
E recordo também Adriano na sua interpretação magnífica da Menina dos Olhos Tristes, que podia ter sido eu, ou tu, ou tu…

UMA IMAGEM VALE MIL PALAVRAS



Será quase impossível igualar a mestria e a acutilância do video anterior, porém arrisco publicar uma imagem que ilustra o dinamismo económico criado por este governo, através da brutal diminuição do poder de compra das famílias portuguesas.

NO PALÁCIO TAMBÉM AGRADECEMOS AO GOVERNO

BOLORES


Decorreu neste último fim-de-semana mais uma edição da Festa da Vinho e das Vindimas na freguesia de Bucelas. A par do dia do Turismo em Santo Antão do Tojal, esta é uma das mais genuínas e populares realizações culturais do concelho de Loures. Genuína porque está radicalmente ligada às tradições e à vida da localidade, popular porque nela participam de forma activa, da concepção à execução, os cidadãos da freguesia e as suas colectividades e associações. A festa é feita pelos bucelenses para si próprios e para todos aqueles que lá queiram ir, tendo por garantido um acolhimento caloroso.
Foi sem dúvida, como é normal, uma iniciativa bem sucedida, pelo que atrai todos os anos mais visitantes, que se contarão já em largos milhares. A Festa de Bucelas está, como sempre esteve, aberta a todos quantos a queiram apoiar, mas não instrumentalizar. Este facto não é desconhecido de ninguém, nem da Câmara Municipal.
Por tudo isto, não pode ficar incógnito algo que se passou na preparação destas Festas. Como é habitual, a preparação da Festa do Vinho e das Vindimas conta com a participação de colectividades e autarquias em múltiplas reuniões, nas quais se acertam todos os detalhes relativos à organização do evento. Este ano não foi excepção.
Deste modo, foi com grande surpresa, e não com menor espanto, que as colectividades em Bucelas receberam no dia 10 deste mês, escassos dias antes das festividades, a seguinte missiva da Câmara Municipal:


"Data: 2007-10-10

Assunto: Festa do Vinho e das Vindimas - Recepção

Exmos. Srs.

No âmbito da Festa do Vinho e das Vindimas pretende a Banda de Bucelas levar a cabo uma recepção ao Sr. Presidente da Câmara de Loures, dia 13 de Outubro, Sábado, pelas 15H00, junto às Bombas da GALP, em Bucelas.
Neste sentido, vimos por este meio estender o convite às associações/instituições da freguesia de Bucelas participantes e envolvidas na organização da Festa do vinho e das Vindimas.
Com os nossos melhores cumprimentos,
Por delegação de Competências do Sr. Presidente da Câmara O Vereador do Departamento Sóciocultural

Ricardo Leão"

A surpresa e o espanto têm várias razões. A primeira resulta de nunca durante a preparação da Festa, que decorreu durante vários meses, onde participaram as colectividades da freguesia, a Junta de Freguesia e representantes da Câmara Municipal, a Banda ter proposto nada que se parecesse com uma recepção à Estado Novo ao Sr. Presidente da Câmara Municipal de Loures. A segunda razão do espanto prende-se com o facto do Vereador da Cultura, e seguramente o Presidente da Câmara Municipal, terem decidido acolher esta proposta e ainda terem o ousadia de para ela convocarem, perdão, convidarem as restantes colectividades.

Não perceberam várias coisas. Não perceberam que seria ridículo, como foi, o Presidente da Câmara Municipal entrar na vila de Bucelas à frente de um desfile encimado pela Banda. Não perceberam que corriam o risco que esse desfile se resumisse, tal como se verificou, à Banda e pouco mais, aumentando a caricatura. Não perceberam que esta acção ficaria marcada na memória dos restantes parceiros como uma tentativa patética do Presidente da Câmara Municipal de cavalgar no prestígio de uma realização que se deve sobretudo ao seu esforço e trabalho dedicado. Não perceberam que para Bucelas não basta um piso sintético num campo de futebol e uma porradas valentes num bombo para fazer esquecer que durante os últimos seis anos o investimento municipal tem passado nesta freguesia como cão por vinha vindimada. Não perceberam que se pretendem ser uma alternativa credível numa freguesia como Bucelas necessitam de mais qualquer coisa para além de um subserviente putativo candidato director de banda e uma “expontânea” recepção previamente preparada.
Enfim, não perceberam nada, mas deixaram no ar um desagradável odor a bolor salazarento.

2007/10/15

AROMAS



O regedor de um concelho do interior do país recebeu um telegrama de Lisboa, coisa rara, que só por si era um acontecimento. O texto versava: Sismo na sua cidade stop Epicentro na sua região stop.
Intrigado com tal conteúdo, o regedor decide reunir com o Comandante do Posto da GNR, com o pároco da cidade e com o delegado da PIDE. Após aturado e longo debate, decidem enviar para Lisboa a seguinte resposta: Sismo impedido stop Epicentro capturado com mais dois comparsas stop.

A RTP iniciou na semana passada a segunda série de episódios do CONTA-ME COMO FOI. Baseada no conceito da série espanhola CONTA-ME QUE PASÓ, esta série de ficção transporta-nos para o dia-a-dia de uma família trabalhadora em 1968. A existência desta família e as memórias desse tempo, são-nos trazidas pela voz de um narrador adulto, criança na altura, que nos informa sobre as venturas e desventuras de uma família espartilhada pelas dificuldades económicas, inicialmente ensimesmada na sua luta quotidiana, mas que a tempo se abre às mudanças que na sociedade portuguesa se vão anunciando.

Plenos de detalhes, imagens e referências historicamente indexadas, cada um dos episódios é, para uns uma descoberta de realidades nunca vividas e para outros uma viagem ao seu próprio passado. No meio do tele-lixo que nos é servido diariamente em salvas de prata, esta produção da RTP é uma excepção que merece ser acompanhada.

2007/10/14

TUDO PELO SILÊNCIO




Esteve ontem à minha mesa, aqui no Palácio, o Marquês de Borba. De vez em quando cá nos visita e aquece o serão. Companhia sempre bem-vinda e bastante espirituosa, tem o hábito de nos falar de outras mesas onde anda. Cavalheiro boémio, encontra-se com regularidade nas zonas de lazer e prazer da nossa sociedade. Na passada sexta-feira, numa das suas deambulações nocturnas pelo Bairro Alto em Lisboa, cruzou-se com o nosso Presidente da Câmara de Loures. Foram ao mesmo restaurante, perguntei-lhe. Não, tinha acabado de cear e ia descendo a rua do Grémio Lusitano, quando o vi sair apressadamente do Palácio da Maçonaria, seria perto das duas da madrugada. Do Palácio da Maçonaria, retorqui intrigado. Sim meu caro. Mas ilustre, não é o Palácio da Maçonaria ao Grémio Lusitano a sede do Grande Oriente Lusitano – Maçonaria Portuguesa? É sim.
Prezado Marquês de Borba não terá sido uma das suas… digamos inebriações? Por quem me toma? Se lho digo é porque estou certo, e não ia só. Saiu acompanhado de um cavalheiro alto, fato escuro, cabelo abrilhantinado bem colado ao casco, mas que não reconheci.
Que andaria fazendo aquele espírito alvoraçado em tão secretos e meditativos espaços? Não sei caro Marquês, mas, pelo que me vai contando, não o vejo de avental. Será Maçon o nosso Presidente? Não sei ilustre Marquês, conheço alguns, mas nem sob a minha influência falam. Como assim? Pois não sabe você que um dos votos é o do silêncio? Estará o Marquês de Borba a pensar o mesmo que eu? Creio bem que sim, o seu presidente, após duas semanas de desatinadas intervenções em público, recorreu a ajuda especializada para aprender a estar calado.

2007/10/13

ISTO JÁ NÃO VAI LÁ, NEM À MARRETADA!



- Como comenta o facto de, apesar de dizer que não existe nenhum problema com o transporte dos trabalhadores, aqui estejam cerca de 60 em protesto.

- Ó menina, qual 60?! São dois ou três marretas.


Loures, Lisboa, 12 Out (Lusa)

A Câmara de Loures e o Sindicato dos Trabalhadores da Administração Local (STAL) anunciaram hoje, após uma reunião, que os problemas de transporte dos trabalhadores dos Serviços Municipais de Água e Saneamento (SMAS) serão resolvidos na próxima semana.
O dirigente do STAL na região de Lisboa, Manuel Lopes, disse à Lusa que, na reunião de hoje, a autarquia garantiu a resolução do problema "no espaço de uma semana".
Por sua vez, o presidente da Câmara de Loures, Carlos Teixeira, revelou à Lusa que "será feito um ponto de situação na próxima semana" e que a Câmara está "disponível" para garantir transportes a trabalhadores que o não tenham.
Estas declarações abrem a porta à resolução do conflito entre a Câmara e os trabalhadores dos SMAS devido ao fim do transporte fornecido e sustentado pela autarquia para os operários das oficinas municipais do Fanqueiro e de Sete Casas, no início do mês.
Contudo, a tensão entre ambas as partes parece não ter diminuído.
À saída do edifício da autarquia, Carlos Teixeira foi apupado por alguns dos cerca de 60 trabalhadores que, em protesto, permaneceram no local durante a reunião.
Carlos Teixeira respondeu então a um manifestante que o interpelava a propósito da sua viatura, com motorista particular, perguntando-lhe: "Queres boleia?"
Posteriormente, em declarações à Lusa, Carlos Teixeira desvalorizou a querela, caracterizando os manifestantes como "dois ou três marretas".

HÁ SANDES DE COURATO?!





- Qu`é que vais comer?
- É pá, nem sei. Estes gajos tiram-me o apetite.
- Ó faxavor, ó chefe! É duas sandes de courato e duas mines!
- Os couratos são sem pelo ou com pelo?
- Um sem e um com.
- É pr`a já senhor presidente.

2007/10/12

QUE FALTA LHE FIZERAM UMAS PALMADAS




Os trabalhadores da CML concentraram-se em frente dos Paços do Concelho enquanto o senhor presidente recebia os dirigentes sindicais.
O assunto da reunião era, mais uma vez, a supressão do serviço de transporte para os trabalhadores das oficinas.
Segundo o relator da delegação recebida, o senhor presidente ficou de estudar o assunto, visto não ter conhecimento total da situação (?) e apresentar uma solução daqui a uma semana.
Desconhecer a situação é, por si só, estranho, uma vez que a mesma se arrasta no tempo, já foi assunto nas reuniões de Câmara e na Assembleia Municipal, e motivo de anteriores manifestações.
Oferecer ostensivamente boleia aos manifestantes, no seu (nosso) AUDI topo de gama, recentemente adquirido, é insultuoso e desrespeitador.
E foi dito, repetidas vezes “Quer boleia?! Quer boleia?!” aos trabalhadores que se manifestavam hoje.
Bem sei que agora é moda afrontar quem pensa diferente, quem tem coragem para discordar.
É moda a prepotência, a arrogância. Sobretudo dos pobres de espírito, dos medíocres.
Mas a falta de educação tem limites.
E a paciência também.

E DIZ O INTELIGENTE QUE ACABARAM AS CANÇÕES




Não importa sol ou sombra
camarotes ou barreiras
toureamos ombro a ombro
as feras.
Ninguém nos leva ao engano
toureamos mano a mano
só nos podem causar dano
espera.

Entram guizos chocas e capotes
e mantilhas pretas
entram espadas chifres e derrotes
e alguns poetas
entram bravos cravos e dichotes
porque tudo o mais
são tretas.

Entram vacas depois dos forcados
que não pegam nada.
Soam brados e olés dos nabos
que não pagam nada
e só ficam os peões de brega
cuja profissão
não pega.

Com bandarilhas de esperança
afugentamos a fera
estamos na praça
da Primavera.

Nós vamos pegar o mundo
pelos cornos da desgraça
e fazermos da tristeza
graça.

Entram velhas doidas e turistas
entram excursões
entram benefícios e cronistas
entram aldrabões
entram marialvas e coristas
entram galifões
de crista.

Entram cavaleiros à garupa
do seu heroísmo
entra aquela música maluca
do passodoblismo
entra a aficionada e a caduca
mais o snobismo
e cismo...

Entram empresários moralistas
entram frustrações
entram antiquários e fadistas
e contradições
e entra muito dólar muita gente
que dá lucro as milhões.
E diz o inteligente
que acabaram as canções.

LOURES DOS PEQUENINOS II






Este texto mereceu o seguinte comentário do Senhor Jorge Tomás, que, tanto quando pude perceber, fala em nome da Loures TV, sendo, segundo creio, o seu proprietário. Repesco para a primeira página do blogue o texto, que tão gentilmente me enviou.


Caro “Marquês”:


Esta é a primeira e será certamente a última vez que comentarei algo num blog de pessoas sem rosto. Faço-o, até por alguma consideração aos conteúdos que tive oportunidade de ler nas visitas anteriores a este espaço.E a sua prosa merece-me apenas 2 ou 3 notas:


- À forma insultuosa com que se dirigiu ao projecto e aos profissionais que o compõem, apenas quero crer, que acordou de uma noite difícil e como tem a loures.tv na “home” do seu computador….


- Em relação às dinâmicas de um projecto de comunicação, que utiliza uma plataforma como esta, apenas lhe digo que ainda não percebeu as características específicas deste produto. Disponibilizo-me desde já para uma explicação exaustiva do projecto.


- Por último, e o mais importante, está publicamente convidado a ser nosso convidado de uma próxima edição do Ponto Por Ponto, onde terá total liberdade, tempo bastante e acima de tudo audiência significativa, para poder de forma frontal e assumida (não dispomos de mascaras) criticar, como bem entender (regras de boa educação são obrigatórias) o projecto loures.tv.


Sem títulos
Mas com nome
Jorge Tomás



Caro Jorge Tomás
Começo pelo fim. Declino, agradecendo, o convite que me faz para ser entrevistado no espaço de entrevista Ponto Por Ponto. Não percebo que interesse teria a minha participação, nem a que título é feito o convite. As críticas que fiz não resultam de nenhum desejo de protagonismo pessoal. Foram exclusivamente uma opinião que decorre da análise, também pessoal, que faço dos conteúdos da Loures TV. Agradeço igualmente a sua disponibilidade para me aumentar a audiência, mas não necessito. O blogue que animo é um espaço da minha inteira responsabilidade, respondo por ele, não se arroga de outra finalidade a não ser o acolhimento das minhas opiniões, e estou bastante satisfeito por ser já o blogue mais lido na minha rua. Só isso me satisfaz. Não é um projecto comercial, mascarado de outra coisa qualquer, que me sirva para pagar o rapé. Não esperava ter esta reacção, mas já que a tive, não posso de deixar de a considerar ao nível daquilo que houvera eu criticado.

Uma possível resposta ao meu texto deveria conter argumentos. Deveria dizer: - Ignomínia! Damos voz às diferentes sensibilidades políticas. Eis a prova, isto e aquilo e aqueloutro... – Infâmia, somos independentes e isentos e não fazemos fretes a ninguém. Eis a prova, e mais isto e aquilo... - Aleive, tratamos este e aquele tema... Ultraje, não nos perdemos, nem alimentamos tricas políticas, primamos pela profundidade na abordagem dos temas... Mas não. Nada disto foi dito.

Como já percebeu, conheço este e o outro mundo. Sei bem o constrangimento de que padecem os órgãos de informação local e regional. Aqui em Loures já assisti ao nascimento e morte de alguns. A sua estabilidade financeira e independência económica são sempre um grande problema. Por muito que os custos sejam amenizados com o recurso a tarefeiros e estagiários mal pagos, por muito que os colaboradores disponíveis sejam voluntariosos homens e mulheres dos sete-ofícios é sempre necessário obter financiamentos. Os financiamentos vêm, nestes casos, de duas fontes principais, de empresas e actividades comerciais locais, que na sua política de comunicação entendem por justificado o investimento, do qual esperam retorno, e dos anunciantes institucionais, as autarquias. Estes últimos são o grande problema à independência e isenção dos órgãos de comunicação local e regional. Não há almoços grátis, nem em Loures, nem na China. Quem paga, manda sempre. É uma lei inexorável. Se ela não se aplica à Loures TV, e não tenho nada que me aponte em sentido contrário, não o diga, demonstre-o no seu trabalho.

Estando o fim tratado, as suas considerações iniciais merecem alguns reparos. Uma crítica, mesmo que acutilante e violenta, não é um insulto. Nada no meu texto é insultuoso. Dizer que o trabalho de alguém não é bom, pode ser uma opinião subjectiva ou uma avaliação assente em determinados critérios objectivos, mas nunca é um insulto pessoal. Assim, por muito que se rebusque o texto, não está lá nada que seja insultuoso, nem para si, que é o proprietário e o editor do Loures TV, nem para quem trabalha ou colabora consigo. O seu “produto”, como lhe chama, é a informação, não é um sabonete, e encerra obrigações éticas, profissionais e sociais, perante a sociedade, e até perante a lei, que decorrem da sua natureza intrínseca. Se a Loures TV produzisse sabonetes que encardissem e exalassem um cheiro fétido, nunca aqui lhe teria dedicado uma única linha, mas como se assume como produtora de conteúdos informativos, entendo que deve estar sempre aberta ao escrutínio público. O meu desejo é que o seu projecto vingue e se torne, não só um êxito comercial, mas também um exemplo no campo da comunicação local e regional, esperando que não venha a merecer o título de Frei, Frei Tomás.
Textos anteriores onde foi referida a Loures TV:

2007/10/11

PROFESSORES...




Confesso que não tenho nenhuma simpatia especial por professores. No entanto, reconheço a sua importância no desenvolvimento pessoal dos indivíduos e, consequentemente, das sociedades.
Calculo que a vida nas escolas absorva todos os braços disponíveis para trabalhar ou não fossem povoadas por dezenas, centenas, por vezes milhares de crianças e jovens que, a serem tratados como gente, precisam de um conjunto quase infinito de serviços, actividades, atenções e encaminhamentos.
Uma escola não pode ser só, um local onde se dão aulas.
Em muitas escolas há alguns, poucos, professores que por motivos vários – desgaste profissional, problemas de saúde, se encontram impossibilitados de dar aulas. Mas a sua actividade é de uma grande importância, dedicando-se a todo o tipo de trabalho que existe além ou aquém das aulas. São uma mais valia para as instituições, quer pela sua experiência, quer pela sua disponibilidade.
Hoje, o Ministério da Educação anunciou que esses cerca de 2500 professores vão para o quadro dos disponíveis.
Qual é o objectivo deste ministério e deste governo ao darem mais esta machadada na Escola Pública e nos Professores que, apesar dos pesares, têm feito dela o garante de uma educação para todos, num país tão necessitado de gente com formação.

NÃO SABE NADAAAAR