Há uma meia dúzia de anos conheci um grupo de escolas “primárias” de aldeias do interior da Estremadura espanhola, onde cada aluno tinha e trabalhava diariamente com um pequeno computador portátil que se encontrava ligado numa rede interna com todos os colegas e professores. Diariamente os trabalhos eram aí desenvolvidos, o professor corrigia-os, divulgava-os numa espécie de quadro interactivo. E logicamente o acesso à Net era possível e gerenciado pelos professores.
Fiquei muito entusiasmada e pensei se seria possível nas nossas escolas. Investiguei e percebi que esse projecto era promovido por uma empresa informática e portanto também seria possível cá.
Acontece que o “município” espanhol tinha assumido a responsabilidade de fazer as adaptações físicas nos edifícios que permitiram a experiência.
Hoje iniciou-se, com pompa e circunstância a distribuição/venda do Magalhães pelas escolas do 1º ciclo.
Toda a gente aplaude e eu também.
Só que pelo que conheço das escolas, o acesso à Internet , quando existe, localiza-se num único espaço, sem rede sem fios.
Em Loures, teoricamente, todas as escolas têm acesso à Internet, geralmente nas bibliotecas, quando existem, ou no gabinete dos professores ou, nas escolas pequenas, numa das salas da escola.
Para as escolas, solicitar à Câmara que faça chegar o acesso a outros espaços é um esforço inglório.
Construir redes internas para poder usar-se o equipamento em causa é uma miragem.
Mas, estou espectante!
A seguir à propaganda, será que os municípios farão as adaptações necessárias?
Como seria a viagem de Magalhães sem barco?