2008/07/30

SALÁRIOS DOS GESTORES PÚBLICOS BAIXA 1%!




Secretário de Estado do Tesouro e Finanças desmente notícia
Governo nega que salários dos gestores públicos tenham aumentado

29.07.2008 - 15h02 PÚBLICO



Os salários dos gestores públicos parece que não aumentaram, terão até reduzido o valor global em 1%! Continuam apesar disso a ser dos mais elevados da UE. Não sei se isto não será um escândalo?
Mas mais escabroso é o facto de a maioria destes lugares estarem ocupados por diligentes militantes do PS, PSD e CDS-PP, os mesmos partidos que mais zurzem no sector público do estado. Afinal são os que mais ganham com a sua existência! Dividem os lugares entre si. Pagam-se muito bem. Quando estão no "activo político" dizem mal que se fartam da existência de empresas públicas, de como são um entrave ao desenvolvimento, etc, etc... Mas quando acabam as suas comissões políticas vão a correr gozar o El Dourado de um qualquer Conselho de Administração.

PARAGEM ACONSELHADA NAS CURVAS E NAS ROTUNDAS!




"Após uma década a "investigar" os caminhos para o futuro de Sacavém - tantos anos quantos aqueles em que governa na junta de freguesia - o PS da Câmara e da Junta, parecem ter finalmente descoberto o "alfa e o ómega" do "fomento do desenvolvimento" (seja lá isto o que for), as bases do progresso e "de uma maior qualidade de vida dos sacavenenses".

Não me surpreenderia que a Academia Sueca viesse a atribuir os Nóbeis da ciência e da economia, e quiça da medicina (descoberta do caminho viário para o Centro de Saúde) em conjunto e ex-acquo aos Srs. Presidentes da Câmara de Loures e da Junta de Sacavém. Tal é o pulo e avanço que a humanidade dá com esta "descoberta" sem igual sobre as alavancas do desenvolvimento.
De acordo com informações ainda reservadas a que tivemos acesso, o Secretário-Geral da ONU, Ban Ki-Moon, terá já enviado para Sacavém, Mr. Cheick Sidi Diarra, Alto Representante da ONU para África, de modo a obter informações detalhadas sobre o extraordinário "rodinhas" com o propósito de o vir a implementar generalizadamente, assegurando, desse modo, no período do seu mandato como Secretário-Geral, um desenvolvimento sem precedentes no continente africano.O que são as coisas da vida!?...
Os arruamentos de Sacavém há anos que andam em guerra com viaturas, com peões, autocarros e quejandos. Uma verdadeira e permanente cowboyada. As sinuosas listas azul vivo só nos sugeriam um recrudescimento do ataque dos índios, coisa para breve e preparada com afã guerreiro.Afinal, é uma coisa muito mais à frente, muitíssimo evoluída: Informa-nos a diligente Junta de Freguesia que "a linha azul assinalada no pavimento das ruas significa entrar e sair em qualquer ponto do percurso".
É outro aspecto da maior valia no fomento do desenvolvimento. Já agora, este extraordinário principio também se aplica nas curvas e tudo ?!... O bendito "rodinhas" cumpre regras de trânsito diferentes das demais viaturas ?!...
Até Mr. Cheick Sidi Diarra, vai ficar surpreendido. Só não sei como é que ele vai arranjar tinta que "pegue" lá naqueles poeirentos caminhos africanos. Decerto, em Sacavém, contar-lhe-ão todos os segredos do desenvolvimento... até o truque da tinta.
Oxalá alguém faça um balanço desta "rodinhação" daqui a uns mesitos. É que não parece nada, mas somos todos nós que vamos pagar estas aventuras desenvolvimentistas dos Srs. Presidentes. E tudo isto para encobrir a sua incapacidade de assegurar serviços de saúde onde mais são precisos.Tudo sobre "rodinhas" hein ?!... "


2008/07/28

ACTIVIDADES REDUZIDAS ATÉ SETEMBRO


O Palácio do Marquês inicia hoje um período de actividades reduzidas. Por má organização das escalas de pessoal, quase todos os palacianos foram de férias. A minha Afilhada está a banhos. O Secretário do Palácio, o segundo que contrato este ano, ter-se-á assustado tanto com a desorganização da sala de escrita, que saiu para comprar mata-borrão e ainda não voltou, já lá vão uns meses. O Joker encontra cada vez menos motivos para sorrir e talvez regresse transformado em Pierrot. Apesar disso, o Palácio tem beneficiado do empenho do pessoal menor, cujo contributo é inestimável. A ele se deve uma parte significativa dos 239 textos já editados este ano. Aos que que nos dão a honra da sua visita regular, um agradecimento especial, porque são eles que dão o sentido último a cada palavra que por aqui se escreve.
O todos bem-haja e, se mais não houver, até Setembro.

PARA QUANDO O METRO ATÉ LOURES?




"Hoje acordei, saí de casa, apanhei o autocarro e fui até Lisboa... Durante o meu percurso, dei por mim a olhar várias vezes para o relógio, a ver o tempo passar e a pensar que nunca mais chegava ao Campo Grande.
Depois de muitos olhares pelo vidro da frente, pelo esquerdo e pelo direito, lá pus o pé fora do autocarro, verificando que, de Loures até à estação terminal, tinha demorado nada mais, nada menos do que 45 minutos...
Efectivamente, sou uma pessoa que valoriza imenso os transportes públicos, não só porque não posso usufruir de um carro, a tempo inteiro, mas também porque, a meu ver, se todas as pessoas deixassem os seus carrinhos à porta de casa (ou, simplesmente, passasse a existir apenas um carro por família) o ambiente tornar-se-ia muito menos poluído e, por conseguinte, mais agradável.
Por isso, na minha opinião, não é razoável que Loures seja o único corredor de acesso à capital que não tem um meio de transporte de ferrocarril. Da mesma forma, não é aceitável que o aeroporto da Portela ainda não tenha ligação directa ao metropolitano. Mas, ao que parece, já estão a ser dados os primeiros passos para resolver esta segunda situação... por outro lado, no que toca ao nosso concelho, a situação parece-me estar, ainda, estagnada.
De facto, a construção de uma linha ferroviária, em Loures, só nos traria benefícios. Vejamos: se juntarmos as mais-valias advindas da requalificação urbana subsequente a esta obra, aos impactos positivos ao nível do ambiente (o metro utiliza energias "limpas"), da economia da economia (preservação da rede viária) e da sociedade (diminuição do tempo de deslocação entre Loures e Lisboa), fácil se torna apreender a urgência deste projecto.
Dos estudos até agora realizados, regista-se que são efectuados 4,9 milhões de viagens diárias na Associação Metropolitana de Lisboa (AML), das quais 18% são originárias do corredor de Loures.Se este projecto for, como dizem, para a frente, o percurso entre Loures e Odivelas durará entre 10 a 15 minutos (mesmo em hora de ponta) e só mais uns poucos minutos até Lisboa. Tudo isto, claro, utilizando somente transportes públicos: a melhor garantia de qualidade e rapidez para utentes e moradores das/nas áreas de intenso tráfego rodoviário, que só assim reduziria a intensidade."

Via Loures Criativa, por Catarina Duarte

2008/07/27

QUANDO O MEU AVÔ NÃO ME COMPROU UM CHUPA, PERCEBI QUE ELE NUNCA SERIA UM BOM PRESIDENTE DE CÂMARA


Não consegui, como era meu objectivo, visitar no passado sábado o Palácio do Correio-Mor. Assim, perdi a possibilidade de voltar a um dos mais belos locais do concelho de Loures. O Palácio do Correio-Mor, em Loures, consegue sempre transportar-nos para outro tempo. É uma pérola encravada num vale pronunciado e resguardado por encostas verdejantes. Dificilmente quem passe em Loures intui a existência daquela relíquia.


Mas perdi outra coisa. Perdi a possibilidade de ouvir um dos mais impressionantes discursos do Presidente da Câmara Municipal de Loures, felizmente as novas tecnologias conseguem encurtar o tempo e o espaço. Por momento da atribuição da Condecorações Municipais, onde o centro devem ser aqueles que o colectivo dos Vereadores decidiu distinguir, Carlos Teixeira não resistiu ao discurso egocentrado. Assim, teceu uma peça de autoelogios num tom, ora intimista, ora panegírico. Numa cerimónia dedicada aos outros, não resistiu ao eu. Mas a tónica forçada na autoconfiança e na certeza do apoio público, deixa transparecer a crescente insegurança e cansaço do Presidente da Câmara.


O discurso revela ainda, se comparado com outras peças oratórias produzidas ao longo destes últimos sete anos, um esgotamento da mensagem política e a ocupação do momento oratório pela vacuidade das referências de circunstância. Passou há muito o momento das promessas fáceis dos primeiros anos e dos discursos plenos de referências aos problemas herdados. Mas a evolução não passou para um discurso de presta-contas das promessas feitas, porque na sua maioria não foram cumpridas. Mas também não se reconverteu num discurso de futuro sobre os novos desafios, porque a Câmara Municipal estagnou no lodo do seu autocontentamento.

A referência à crítica política, que se vai avolumando em Loures, reduziu-se a uma nota inflamada em torno da vozes críticas em relação à utilização abusiva que o Presidente da Câmara faz da sua vida pessoal como meio de promoção política! Não deixa de ser curiosa esta postura. Neste momento, as únicas novidades significativas que o Presidente vai dando, são os progressos pueris do seu neto! Os “Políticos também têm família (...)” não me parece uma revelação digna de registo, mas o contexto e o revelador tornam-na merecedora de comentário.


Nunca aqui duvidámos que os políticos também têm família, aliás, em Loures, descobrimos pouco depois das eleições de 2001 que os eleitos do PS tinham família. Foram vários os ascendentes e descendentes dos recém eleitos a encontrar empregos e colocações na estrutura administrativa da Câmara Municipal. Em relação à vida privada e pessoal dos titulares de lugares públicos no Município de Loures, foram estas a únicas referências que alguma vez vi escritas.

O direito à reserva da vida privada, é um direito de todos os cidadãos, incluindo daqueles que desempenham cargos públicos. Salvo um ou outro episódio canalha, a exploração da vida privada não têm sido um método comum de luta e combate políticos em Portugal, nem no Município de Loures. E muito bem. Este facto é um sinal de urbanidade e maturidade democrática. Mas se a reserva da vida privada de terceiros é sinal de urbanidade, a recusa da utilização da vida privada como meio de promoção política também o é!

Pouco releva para a qualidade de um Presidente de Câmara conhecer a natureza e qualidade das suas relações pessoais e privadas. A sua exposição ostensiva é desnecessária e até de mau gosto em alguns momentos. Que interessa aos associados de uma Associação de Reformados, que esperam pela construção de um centro de dia, saber que no dia anterior o Presidente de Câmara jantou com os seus pais? Que interesse tem para uma Associação de Pais, que espera a construções de um novo jardim-de-infância, que o neto do Presidente de Câmara lhe sujou a gravata com papa? Que interesse têm referir no meio de uma intervenção pública o contexto em que a filha ficou menstruada? Pura falta do sentido do ridículo, para ser suave. Esta exposição tem um objectivo político claro, daí que a coloque âmbito da crítica política, a criação de um falso sentimento de proximidade às pessoas.

Se um dia o Presidente de Câmara se divorciasse da sua esposa, cortasse relações com os seus filhos e se se casasse em Barcelona com um gasolineiro, tornar-se-ia pior autarca por isso? Claro que não, continuaria a ser tão mau quanto é hoje.


A mim pouco me importa se o meu Presidente de Câmara e os Vereadores são casados, divorciados, solteiros, unidos de facto, se são fiéis ou infiéis, se têm filhos, sobrinhos ou enteados, se têm pais ou padrinhos, nem se as suas relações com estes parentes todos é boa, má ou assim-assim. Todos esses aspectos são da reservada esfera da sua vida privada, aí se devem manter e ser, por todos, intransigentemente defendida, incluindo pelos próprios. Até porque a utilização da vida privada no contexto do debate político é uma caixa de pandora, que importa nunca venha a ser aberta, para sanidade e elevação do debate político.

2008/07/25

O ADMIRÁVEL MUNDO DO FUTEBOLÊS



Depois da sugestão de abordar os recentes desenvolvimentos sobre as decisões do Conselho de Justiça da FPF, dediquei algum tempo a ler que se foi publicando nas várias edições on-line. Li, reli e voltei a ler. Declaro humildemente que não percebi nada do que fui lendo.
O futebol, ou pelo menos este futebol nacional, é um mundo insondável e bizantino. Das duas uma, ou os adeptos regulares de futebol vão começando a adquirir conhecimentos de direito administrativo e jurídico, ou as crónicas sobre a vida desportiva nacional começarão, para os leigos, a tornar-se mais impenetráveis que os textos existencialistas do Jean-Paul Sartre.




"O especialista em direito desportivo José Manuel Meirim considerou hoje que a Federação Portuguesa de Futebol poderá declarar o interesse público das decisões do Conselho de Justiça, depois de receber o parecer de Freitas do Amaral. “Isto levará a que a FPF venha jogar mão do incidente de declaração de interesse público destas decisões”, referiu o professor universitário à Agência Lusa. Para José Manuel Meirim, a FPF terá “agora de entender como válidas” as decisões do CJ e “terá de vir agora ao processo de forma a obstar que elas permaneçam suspensas” pelas providências cautelares do Boavista e do presidente do órgão colegial, António Gonçalves Pereira. “A Federação viveria numa dúvida sobre a validade das segundas decisões e, por isso, é que ainda não terá feito a declaração de interesse público destas decisões”, considerou. Contudo, José Manuel Meirim alertou para o facto do parecer não ser vinculativo para a decisão do Tribunal Administrativo e Fiscal de Lisboa, que está a analisar as providências cautelares. “Esta conclusão do parecer, como todas as outras, não obriga o tribunal. Esta opinião, por mais válida que seja, não obriga o tribunal”, referiu Meirim, que assegurou, no entanto, que o parecer “pode e deve constar” na defesa da FPF. José Manuel Meirim lembrou ainda que “no seio da Federação há um problema que ainda não está resolvido e que é tão ou mais grave como estes casos”. “De facto, há um conjunto de processos que ainda estão para ser resolvidos no seio do Conselho de Justiça, que afectam a Liga de Honra e as próprias competições da Federação”, afirmou. O especialista em direito desportivo realça que “o parecer é manifestamente negativo relativamente à validade substancial deste Conselho de Justiça”, uma vez que refere que o órgão está “ferido de morte”. “Isto significa que tem de haver outro Conselho de Justiça. Isto implica que, qualquer que seja o caminho que se tome, a destituição em AG ou a declaração de perda de mandato pelo presidente da AG, demora mais de 25 dias, porque acaba sempre por provocar eleições”, afirmou." in, O Jogo

ÓPERA, MÚSICA PARA OPERÁRIOS, MAS NÃO SÓ...




"Em conferência de imprensa de apresentação do programa da Festa do "Avante!" 2008, Ruben Carvalho afirmou que esta oferecerá aos seus visitantes um vasto, rico e diversificado programa de espectáculos com a tradicional qualidade e transversalidade, que decorrerão nos vários Palcos da Festa, dos quais destacamos, para além da presença da música portuguesa e das presenças estrangeiras, a Grande Gala de Ópera que abrirá o Palco 25 de Abril na noite de sexta-feira. "


Espectáculos

Apontamentos sobre os espectáculos na Festa do «Avante!» 2008

"Entre as numerosas polémicas que ao longo de anos e anos atravessam a história e a crítica da música, conta-se a discutível análise de Wagner sobre a obra de Beethoven, defendendo que a evolução das nove sinfonias que constituem parte fulcral da música europeia correspondiam a um processo de apuramento de construção formal que conduzira Beethoven a reconhecer a voz humana como o paradigma final de criação sonora. Os majestosos edifícios sonoros crescentemente mais complexos das nove sinfonias beethovanianas teriam conduzido o compositor à progressiva complexidade da composição até, ao atingir a sua última obra, a IX Sinfonia, nela ter finalmente integrado lado a lado com a riqueza orquestral a multiplicidade dos timbres da voz humana com coro e solistas a darem outra forma aos versos de Schiller no «Hino à Alegria» - segundo muitos e convincentes investigadores efectivamente um Hino à Liberdade, de nome alterado pelas imposições censórias da época…
A velha polémica wagneriana surge inevitavelmente quando, após ter marcado uma viragem reconhecida nos grandes festivais de ar livre em Portugal ao introduzir na sua programação uma orquestra sinfónica em 1994 exactamente com uma sinfonia de Beethoven – a 7ª, interpretada pela Orquestra Metropolitana de Lisboa, dirigida por Miguel Graça Moura – a Festa dá este ano novo passo trazendo ao maior palco português uma programação que inclui das mais complexas e apaixonantes expressões musicais: a ópera. O público habitual das sextas-feiras de Atalaia recorda naturalmente o êxito conquistado em 1995 com o espectáculo da Metropolitana pela primeira vez no Palco «25 de Abril», interpretando obras de Tchaikowsky, com destaque para a sempre espectacular Abertura 1812: na realidade, fora a experiência realizada no ano anterior no Auditório «1º de Maio» com a mesma formação e uma programação baseada em Beethoven e que encerrava com a 7ª que abriu caminho a criarem-se as complexas condições técnicas para o ciclo aberto em 95.

Depois disso, passaram pelo palco «25 de Abril» Gerswhin e Shostakovich, Lopes-Graça e Haendel, Bach e Leonard Bernstein, Benjamim Britten e Bartok – e Beethoven! Quando se realizou a 25ª Festa, a programação correu o risco que o público entusiasticamente saudou de trazer exactamente – a IX Sinfonia de Beethoven! Já lá vão portanto mais de seis anos que a Festa apresentou o panorama integral das sonoridades da música erudita, do completo naipe de instrumentos sinfónicos à voz humana a solo e em coro.
Mas faltava, de facto, a ópera! A junção, como tão bem a definiu Lopes-Graça, de todas as artes cénicas, do teatro à música, da dança à riqueza da encenação. As dificuldades a enfrentar eram conhecidas: a ópera tem exigências quando apresentada como uma peça integral que requerem situações especiais: a existência de uma estrutura narrativa dada por um libreto cantado e declamado, a necessária expressividade dramática a conceder ao enredo, a importância expressiva das encenações e dos cenários associaram a ópera ao recinto teatral fechado, com todas as suas capacidades e exigências técnicas e acústicas. Desta condicionante, mas do desejo de proporcionar a mais vastas audiências as criações operáticas – na composição e sobretudo na interpretação, crescentemente importante – levaram ao surgimento da Gala de Ópera, no fundo uma espécie de antologia de grandes momentos musicais das composições, prescindindo do enredo dramático e das suas exigências cénicas para valorizar sobretudo os momentos musicais – árias, aberturas, coros – que autores e público elegeram como momentos estruturantes e especialmente estimados.

As evoluções tecnológicas na captação e amplificação sonora tornaram crescentemente possível trazer aos grandes palcos de massas a riqueza interpretativa das grandes vozes e as suas combinações com grandes massas orquestrais: a Gala de Ópera é hoje possível ao ar livre, ao mesmo tempo que as últimas décadas transformaram completamente o panorama musical português vendo surgir intérpretes de uma qualidade e de uma apaixonada entrega à sua arte.D e Rossini a Verdi, de Mozart a Bizet, o número de convidados da música clássica no Palco «25 de Abril» da Festa do «Avante!» cresceu este ano como nunca."
Quando já aqui tanto se falou sobre os gostos populares em relação às ofertas culturais, a Festa do Avante continua a manter a mesma filosofia face a essa questão.
As pessoas merecem sempre o melhor!

Vamos à Ópera!

2008/07/24

A CULPA NÃO É MINHA, NÃO VOTEI TEIXEIRA!



A CERCIPÓVOA é uma instituição que desenvolve trabalho de “educação, reabilitação e inserção do cidadão portador de deficiência. Promove projectos de sensibilização e mobilização da Sociedade, para os objectivos da Instituição e para a problemática da deficiência em geral”. O seu objectivo final e a “promoção da autonomia pessoal e social do cidadão portador de deficiência.”

Esta instituição atravessa neste momento graves problemas financeiros, decorrentes dos encargos com a melhoria de instalações, que qualifiquem o serviço prestado aos utentes, e, sendo uma actividade convencionada com a segurança social, que presta serviço independente da capacidade financeira das famílias, ajustando a participação financeiras destas às suas possibilidades, tem vindo a ver diminuída parte das suas receitas. Porque é inevitável que estas instituições sejam as primeiras a sentir a degradação das condições económicas das famílias.

Dada a importância da instituição e a relevância social dos serviços que presta, a Câmara Municipal de Vila Franca de Xira e o Governo, encetaram contactos no sentido de se encontrar uma solução para este problema. Nesse esforço, convocaram o Presidente da Câmara Municipal de Loures. Não porque os vizinhos sejam para as ocasiões, a instituição está sedeada na Póvoa de Santa Iria, mas porque uma parte significativa dos utentes é oriunda de Loures, mormente da sua zona oriental. Assim, era avisado convocar ao esforço a Câmara Municipal de Loures.


Erro! Perante a solicitação, Carlos Teixeira, abriu a torneira do despropósito, como se pode ler da notícia do “Jornal Triângulo”. Mesmo ontem, em plena reunião de Câmara, o Presidente repetiu as mesmas declarações.

Em suma, revelou-se insensível à importância que esta instituição tem, seja para os cerca de 50 utentes de Loures, seja para as suas famílias.

Espera-se que reveja a sua posição, dedicando-lhe algum tempo de serena reflexão. Carlos Teixeira afirma que não temos culpa de que a vida esteja a correr mal a esta instituição, mas do que aquelas famílias não têm culpa é da insensatez do Presidente da Câmara.

E O FUTURO PÁ?!


Vi com toda a atenção a entrevista dada pelo Presidente da Câmara Municipal de Loures, Carlos Teixeira, ontem à noite à SIC Notícias. Não foram grandes as novidades. O Presidente da Câmara aproveitou para repetir o conjunto de declarações que foi proferindo nos últimos dias sobre a situação na Quinta da Fonte, explorando um pouco mais os sentimentos de rejeição face á comunidade cigana que se foram desenvolvendo no decorrer do processo. Não se pode deixar de assinalar que a entrevista de ontem foi o culminar de uma viragem de posição do Presidente da Câmara face a este assunto. Comentei aqui as declarações iniciais de Carlos Teixeira, onde ele se referia à comunidade cigana como as vítimas deste problema! Felizmente alguém conseguiu alterar-lhe o guião, porque se antevia o disparate. Ontem, a bitola era outra.

Mas mais interessante do que ouvir a súmula das respostas que foi dando sobre este assunto, importava que fossem dadas pistas para a solução do problema. Não a solução do problema das famílias que ainda teimam em exigir uma habitação em local alternativo, mas as soluções que previnam a repetição de situações como as que temos vivido. Sobre este aspecto não avançou uma única ideia. Optou por falar em exigência, e muito bem, pena que só a tenha descoberto agora. Aliás, continua a ser para mim uma incógnita como pode uma família acumular uma dívida de 17 000 euros em água, e como pode dize-lo o Presidente da Câmara sem se sentir envergonhado com tal situação! As situações de incumprimento não são de agora, mas até há pouco tempo elas não preocupavam sobremaneira a Câmara Municipal.
Na entrevista aproveitou ainda para alfinetar a oposição, não se escusando à referência a Demétrio Alves. Este facto também não deixa de ser estranho. O bairro existe à cerca de 10 anos, Carlos Teixeira governa o município à 7 anos, os problemas de segurança e de desarticulação social do bairro intensificaram-se nos últimos 5 anos, mas da responsabilidade não lhe toca nada!
O que é necessário perceber são os planos que tem para o futuro. Na reunião de Câmara realizada ontem, a maioria socialista voltou a recusar a proposta de instalação de um Posto das Forças de Segurança no Bairro, do que se percebe que a implementação de um sistema de policiamento de proximidade, que monitorize as actividades ilícitas que lá ocorrem, que se integre na comunidade, conhecendo-a, que dissuada e previna pela sua presença, não é um caminho que a Câmara queira fazer. Em vez disso, continuar-se-á a assistir a uma presença episódica de grandes contingentes repressivos, que de vez em quando militarizam o bairro. Como estratégia de segurança, sem dúvida que a primeira opção me parece a mais adequada. Carlos Teixeira não acha e chumbou uma proposta da CDU, que ia nesse sentido.

Em todas as reflexões e reacções que se foram conhecendo, seja do Governo Civil, seja do Governo, seja da própria Câmara Municipal, parece unânime que o futuro passa pelo bairro. Passa pela sua recuperação social e física, mas passa também pelo esforço de envolvimento dos habitantes nesse processo. Como pretende a Câmara fazê-lo? Pretenderá mesmo fazê-lo, ou apenas o afirmou, porque fica bem afirmá-lo? Nessa mesma reunião de Câmara, Carlos Teixeira e a sua maioria, chumbaram a possibilidade da constituição de uma Comissão de Administração do Bairro, onde participassem os moradores, a Câmara Municipal e a Junta de Freguesia da Apelação. O objectivo desta proposta é óbvio, envolver os habitantes e os seus representantes, responsabilizá-los, torná-los parceiros nos ganhos futuros e com isso tê-los como os primeiros defensores desses ganhos. Mas a Câmara não quer ir por aí. Então irá por onde?

O discurso dos malandros que não pagam renda, não pagam água, não pagam impostos, nem mais coisa nenhuma tem um prazo de validade, e qualquer dia não sobreviverá à pergunta sobre quem é que os deveria fazer pagar e não o fez, mas sobretudo não resolve nenhum dos problemas de fundo que urge resolver.

2008/07/23

FRIELAS




Conheço bem Frielas.
Em tempos passava por lá todos os dias.
Noutros tempos assisti, em Frielas, a reuniões interessantes. Relembro uma, em especial, em que um frieleiro defendia que em Frielas tudo era fácil e que as mudanças ocorreriam de certeza absoluta.

Agora passo lá menos vezes, mas continua tudo na mesma. Aldeiazita, rodeada de armazéns, cuja definição de progresso se resume ao IKEA.
Ontem, apesar das férias que tenho vindo a passar no Palácio do Saldanha, ali para os lados de Sesimbra, precisei de vir a Loures. E passei por Frielas, mais propriamente pela Ponte de Frielas.
O acampamento que esteve em frente à Câmara tinha-se deslocado para a rotunda que fica por baixo do viaduto.
Estava um calor de morrer e lá estavam muitas crianças a acompanhar os pais num protesto que não analisarei. Aquela gente, com aquelas crianças, anda nisto há vários dias.

Hoje, ao ligar a televisão, oiço o Presidente da Junta de Frielas dizendo que já se foram embora, que deixaram tudo sujo, que teve que fazer limpezas extra. Que “já se sabe, aquela gente por onde passa destrói tudo”.

Mas qual gente? Os ciganos?
Mas agora todos os ciganos são bichos?
Bastou o chefe ter aberto a boca aos sete ventos para os subalternos o imitarem. Na sua magnífica capacidade de análise o Senhor Presidente da Câmara resolveu resumir todos os problemas aos ciganos. Só por serem ciganos. Por serem ciganos é que não pagam a renda, não pagam a água, não querem trabalhar… Não colocando as questões na criminalidade e na exigência de que os criminosos sejam presos e na exigência da presença permanente das forças de segurança. Generalizou e resumiu. Porque para além dos casos de polícia que por ali proliferam, há outros e nesses outros há responsabilidades do Câmara. Pela ausência de intervenção. Pela ignorância do que se lá passa.

Numa entrevista à RTP2, RR e Público, o Presidente do CE do Agrupamento de Escolas da Apelação apresentou o trabalho que tem desenvolvido com os diversos grupos do bairro. A certa altura desabafou que as acções têm vindo a ser desenvolvidas de forma coordenada e conjunta e que ás vezes até faz alguma confusão à Câmara qual a autoria das mesmas.
Então a CML não sabe? Não deveria saber, participar? Ou talvez até coordenar?

São só os Ciganos os culpados? Todos???
Então e os outros?

Então e nós embarcamos nisto?

Agora são os ciganos, a seguir os romenos, depois os pretos. O pior é se chega aos socialistas. Também estragam tudo por onde passam. Não pagam aos fornecedores a tempo e horas e desprezam os que não são socialistas.

A Quinta da Fonte é um poço de problemas. Haja seriedade na procura das várias soluções.

DEUS NOS AJUDE!




O branqueamento da imagem do ditador não tem fim. A série que será exibida na SIC, debruçar-se-á sobre vida íntima de Salazar. Até aqui nada de muito preocupante, pensava eu. Lá assistiríamos aos rituais próprios de um enfadonho beato, as orações antes de adormecer, os terços, os padres-nossos, as ceroulas no Inverno e a camisa de dormir no Verão, uma ou outra autoflagelação. Porém, percebi agora que terá uma amante! Valha-me Deus! Neste momento estará o Cerejeira à procura da caixa de fósforos para acender mais um cigarro, sempre acalma os nervos.
Mas o drama não fica por aqui. Não é a Dona Maria, nem sequer terá aspecto de sopeira, com sotaque beirão.
Assim, o ditador aparecerá como um homem que aceita encetar com uma jovem, bem jeitosa, uma conversa sobre “astrologia”. Estou a imaginar Salazar a falar sobre o ascendente de Capricórnio nos signos da água! Salazar cantará à jovem a chamada canção do bandido. E a cena dá-se! Como se tudo isto não fosse já bastante surreal, o papel da jovem seduzida será interpretado pela actriz Soraia Chaves.
O próximo jovem que eu ouvir a defender Salazar, passará a contar com a minha compreensão.

À SOMBRA DO VIADUTO








O Palácio recebeu através do serviço de malaposta o texto que se publica de seguida. Obrigado à autora pela sua visita e pelo contributo.


A confeitaria Rebuçado, de há muito instalada na localidade de Botica, é uma nota muito positiva nestas redondezas, porque é uma confeitaria tradicional e com qualidade. Bom ambiente também.
Difícil, porém, era o acesso e o parqueamento. Os moradores na Fonte Santa costumavam brincar: então quando se mudam lá para o nosso bairro?Tal não aconteceu e inesperadamente e horrivelmente construíram, de raiz, um edifício para as instalações da confeitaria na pior localização possível e sequer imaginária: paredes meias com o viaduto que atravessa a estrada antiga para a Malveira e à entrada do Pinheiro de Loures!O mais curioso é que no projecto estava prevista uma esplanada que dá para o referido viaduto num troço em que os pilares que são muito pouco estéticos. Já nem falo na remota hipótese de se levar com um carro ou um tampão em cima...!
Não sou das engenharias nem dos planos urbanísticos, mas não teria permitido.É revelada uma falta de sensibilidade e de bom gosto a toda a prova. Por este andar Sintra e Cascais, Mafra e Ericeira vão continuar a ser lugares de eleição naquilo que se pode chamar "o turismo de bairro".

DIZ QUE É UMA ESPÉCIE DE JORNALISMO




DEMÉTRIO ALVES PONDERA CANDIDATURA À FREGUESIA DE FRIELAS


Em texto difundido em vários blogues da especialidade, o ex-presidente da Câmara Municipal de Loures afirma “…É por estas e por outras que sou obrigado a ponderar a hipótese de, aceitando convites que me têm vindo a ser insistentemente dirigidos, candidatar-me para voltar ao activo político, de forma a poder ter a hipótese de clarificar, por uma vez, as várias insinuações caluniosas…” Demétrio Alves escrevia à margem de umas declarações sobre a situação na Quinta da Fonte.

Tentámos contactar o candidato mais bem posicionado para comentar esta disponibilidade do Eng.º Demétrio Alves para se candidatar à Junta de Freguesia de Frielas, mas parece que está de férias na terra da mulher, pelo que não nos foi possível obter quaisquer reacções. Este silêncio pode bem significar o mal-estar que esta disponibilidade está a causar no seio da família do candidato mais bem posicionado, cuja mulher, tanto quanto se sabe, sempre achou o Demétrio Alves muito charmoso.

Vamos continuar a acompanhar a situação e as implicações da mesma no aumento da cotação dos combustíveis no mercado negro de Bissau.
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Estes três parágrafos têm tanto rigor jornalístico como a notícia divulgada pela Loures TV. De concreto e substantivo, verificável e verdadeiro, sobre o conteúdo das declarações de Demétrio Alves, apenas a citação que se faz do texto do próprio. Aliás, como o texto foi publicado aqui no Palácio, foi lido, pelo menos duas vezes. Depois de ler a notícia na Loures TV. O texto voltou a ser lido mais uma vez e ainda outra, mas de trás para a frente, para perceber se existia outro sentido nas palavras. Mas não! Em lado nenhum do texto se lê que Demétrio Alves equaciona uma candidatura à Presidência da Câmara Municipal de Loures. Lê-se que tem recebido convites para se candidatar, não diz onde, nem sequer se os convites são todos para a mesma candidatura. Mas a Loures TV conseguiu ler uma candidatura como cabeça de lista da CDU em Loures! Assim, lançou-se na busca de reacções de terceiros, muito antes de ter conseguido sequer chegar à fala com o próprio para os devidos esclarecimentos. Creio mesmo que quando esta notícia lhe chegar aos ouvidos, desabafará um sonoro "bando de loucos".

Declara-se oficialmente aberta a Silly Season!

2008/07/22

DEMÉTRIO ALVES PÕE OS PONTOS NOS IIS !




A (des) propósito do caso da Quinta da Fonte, o blogue Tomar Partido reproduziu um comentário bolçado por um tal Barão das Neves, pelos vistos amigo do autor do referido blogue, que, devido ao seu cariz difamatório, me merece o mais vivo repúdio.

O citado indivíduo, num estilo que tem sido habitual em determinados meios, veio invocar factos não verídicos pretendendo atingir-me, como se eu tivesse sido alguma vez acusado ou condenado judicialmente por esses factos.

De facto, apenas fui acusado por gente anónima que, cobardemente, pôs a circular algumas atoardas, pretendendo prejudicar-me em tempos eleitorais, o que não conseguiram. Já depois de ter saído de funções, em 1999, por minha exclusiva vontade, e em protesto pela forma como foi criado o concelho de Odivelas, puseram a circular que eu teria ido para Moçambique onde supostamente teria acumulado uma grande fortuna.

Não emigrei nem desapareci, como diz o Barão. Estou e sempre estive em Portugal, trabalhando e estudando, porque não vivo de rendimentos ou de negócios.

É por estas e por outras que sou obrigado a ponderar a hipótese de, aceitando convites que me têm vindo a ser insistentemente dirigidos, candidatar-me para voltar ao activo político, de forma a poder ter a hipótese de clarificar, por uma vez, as várias insinuações caluniosas.

Tudo tem limites, tanto as atoardas, como o silêncio inesperado.

Quero, aliás, deixar bem claro que, caso este blogue, ou outro qualquer pasquim, insista em dar voz a caluniadores que me agridam, participarei judicialmente nos sítios adequados.

Quanto à questão relacionada com a Quinta da Fonte, tendo em conta que o presidente da câmara tentou responsabilizar a gestão realizada há doze anos, quando eu estava em funções, dizer:

a) É frequente ver e ouvir alguns "iluminados", como sejam os políticos que "nunca erram" ou os académicos "sobredotados", virem dizer, em situações semelhantes, que tudo foi mal feito, e que eram previsíveis os maus resultados. Gostava de saber, o que, de facto, fizeram uns, e o que fariam os teóricos se, por acaso, algum dia tivessem que responsabilidades executivas fora do mundo da universidade. Bem pregam estes Frei Tomás!

b) Sabia-se, há já mais de vinte anos, que as operações de realojamento das famílias moradoras em barracas e situações similares são muito complexas, assim como eram discutíveis as possibilidades alternativas de realização prática. Em geral os municípios não ambicionaram a tarefa, e eu próprio só por obrigação irrecusável a aceitei, que agora não posso explicar. Nunca tive a ilusão de que fosse obra que motivasse grandes agradecimentos, e, muito menos, votos. Aliás, é conhecida a referência feita há mais de 150 anos por Engels numa das suas primeiras obras "os problemas sociais não se ultrapassam através da resolução dos problemas habitacionais, mas é exactamente pela via inversa que se terá que actuar".

c) Também não é de estranhar que gente do género daquela que actualmente é poder em Loures, e que, aliás, também é useiro na alimentação de boatos difamatórios, viesse, no meio de um manifesto desnorte, desculpar-se com a gestão de há doze anos atrás! Afinal é perfeitamente visível que alguma coisa está a falhar naquela gestão municipal: Como se pode entender que o presidente da câmara venha dizer que foi "surpreendido" por um problema, que ele próprio afirmou, pouco depois, existir há mais de dez anos? Por outro lado, vir dizer que aquele realojamento está "relacionado com a Expo 98" e que foi feito "à pressa", revela, além de mau carácter, uma profundíssima ignorância.

d) Será que é para não "cometer erros" a câmara de Loures não fez mais realojamentos dignos desse nome nos últimos anos? Então e as "nódoas" urbanísticas e sociais que subsistem por exemplo no Prior Velho e na Portela? Vão manter-se mais quantas décadas há espera de que última teoria sociológica e urbanística?

e) Se a câmara de Loures acha errado o modelo utilizado, "à pressa", na Quinta da Fonte, porque razão a Quinta da Mós, realizada com "muito tempo de reflexão", se desenvolve segundo um padrão equivalente ao da Quinta da Fonte?

f) Foi lamentável o triste espectáculo dado por um poder municipal que se movimentou aos tropeções, claramente ultrapassado pelos acontecimentos, que, segundo dizem responsáveis da administração central, são, no fundamental, casos de polícia. Um poder que deu, num determinado momento, sinais de querer por em prática a segregação habitacional de grupos étnicos diferentes, só para não ter problemas de imagem! Valeu-lhe o apoio "amigo" das entidades da administração central, designadamente o Governo Civil.

g) Infelizmente, o problema não é somente um caso de polícia. Tem-se escondido que estas explosões de violência não podem deixar de estar relacionadas com o apodrecimento da situação social verificado no país.

Não só a carestia de vida e o desemprego, mas, também, o contínuo desinvestimento na justiça e segurança, estão a contribuir para estas situações.

Demétrio Alves

O SALDANHA ESTÁ BEM POSICIONADO!


Estátua do Saldanha em Lisboa, porque não encontrei nenhuma do nosso de Loures.


Deambulando pela Internet, fui visitar o inactivo Buloures, e reparei numa consulta de opinião, ainda activa, sobre quem deveria ser o parceiro de acordo político do PS para a governação do município. Apresentação dos resultados lá recolhidos até hoje.

Com quem deve o PS entrar em acordo pós-eleitoral para assegurar a governação da Câmara Municipal?

CDU 5% - 3 votos
PSD 24% - 15 votos
BE 5% - 3 votos
Com o Saldanha 32% - 20 votos
Com o resto da Família dos Vereadores 35% - 22 votos

Apesar da amostra não ser grande espingarda, há conclusões, bastante abusivas, que se podem extrair desta consulta.

A primeira é óbvia; a forte presença da família na Administração Municipal consegue o lobbying suficiente para liderar a consulta.
O Vereador Galhardas conseguiu convencer, pelo menos 15 pessoas nos últimos três anos, que é vantajosa a sua presença no Executivo Municipal.
A CDU e o BE só fazem coligações com a esquerda.
O mais enigmático é o bom resultado alcançado pelo Saldanha, mas conhecido pelo banhista do Rio de Loures. Porém, alguma dose de especulação teórica, mas não muita, permite concluir, que todos os votos no Saldanha são votos repetidos do Assessor António Canhão, que pensou que a referência ao Saldanha era metafórica, e que no fundo se referiam a ele.
Esta interpretação dos dados, permite ainda uma outra extrapolação. Em Loures, os mal-entendidos podem levar ao poder as personagens mais inusitadas.


O estudo resulta de uma parceria entre a Universidade Sénior, uns tipos que estavam na mesa do canto nos Periquitos e a Câmara Municipal de Loures / Aprovisionamentos (que ficou de enviar uns clips, mas parece que não há e estão à espera que alguém os mande comprar).

2008/07/20

AINDA BEM QUE NÃO FOI O JERÓNIMO DE SOUSA A DIZER ISTO!




Primeiro-ministro reuniu-se com Muammar Kadhafi em Trípoli
José Sócrates considera Líbia um parceiro estratégico para Portugal
"Temos de diversificar as nossas exportações e a Líbia é um dos nossos parceiros estratégicos", sublinhou o primeiro-ministro, após um encontro de mais de uma hora entre a delegação portuguesa que o acompanha e Kadhafi. in, Público


Visita oficial
José Sócrates destaca trabalho "notável" do Governo angolano

"Venho aqui dar uma palavra de confiança a Angola no trabalho que o Governo angolano tem feito que é, a todos os títulos, notável. Basta olhar para os indicadores", disse José Sócrates na visita que fez hoje à XXV Feira Internacional de Luanda (FILDA), no âmbito da deslocação oficial a Angola. in, Público

AINDA A QUINTA DA FONTE, MAS NA CASA DOS VIZINHOS



JORNALISMO DE MERDA

Este é um daqueles postes instintivos, que é provocado por uma daquelas conclusões banais, que me parecem ser do mais elementar bom senso e que apenas me intrigam as razões para que não haja mais pessoas que partilhem a mesma opinião. Acabei de ver uma reportagem da SIC com um dos proprietários de uma casa na Quinta da Fonte, daqueles que se mantêm acampados à frente da Câmara de Loures até que lhe dêem outra habitação…

Ele foi o protagonista da reportagem, que estava nitidamente concebida para que nos condoêssemos da sua desdita, quando regressou à sua casa assaltada, enumerando-nos tudo o que ali fora destruído e dali fora roubado: a televisão, o leitor de dvds, as play-stations dos miúdos, a televisão do quarto dos miúdos, as máquinas de lavar, o frigorifico… enfim, não faltou mencionar qualquer apetrecho de uma casa típica de classe média.

Ora sendo as casas da Quinta da Fonte publicitados casos de habitação social, serei eu o único a estar desconfiado ao perguntar-me se, antes do roubo do recheio, não parece ter havido ali um outro roubo, mas esse feito a todos nós, contribuintes, ao terem concedido assim uma habitação social suportada pelos impostos a quem dá mostras de tais sinais exteriores de prosperidade? Que critérios presidiram às concessões daquelas casas? Que género de jornalismo é aquele?Afinal, parece que a qualidade e o estilo das reportagens se repetem, mas felizmente há quem na profissão também ache o mesmo que eu…



TIRAR OU NÃO O CAVALINHO DA CHUVA

acabo de ver um senhor na sic-not a dizer, ‘em representação das famílias ciganas da apelação’, que não voltam para a apelação (quinta da fonte) e que não saem dali enquanto o presidente da câmara não lhes der outras casas. ‘o presidente da câmara que tire o cavalinho da chuva que a gente não volta para lá’.

esta história começa a enervar-me sobremaneira, confesso — é isso e computador onde estou a escrever, mais os acentos que não encontro. e pergunto se não é suposto, por exemplo, certificar que as crianças destas famílias não sofrem demasiado com as consequências das atitudes/crenças dos pais, que encasquetaram esta ideia peregrina de que a malta lhes deve umas casas fresquinhas e por mor disso forçam os filhos a dormir ao relento. já agora, apreciava que os queridos colegas que entrevistam este senhor e os colegas dele se lembrassem de lhe perguntar quanto ganha por mês ‘na venda’ (que ele diz que é a ocupação dele), quanto declarou de irs no ano passado e se não tem familiares onde possa deixar os filhos enquanto faz lobbying junto da câmara. e se não for pedir muito, já agora, perguntar-lhe ainda por que raio acha que tem o direito não só de exigir uma casa como de decidir onde é a casa e que vizinhos tem.

sei bem que pareço o paulo portas a falar, mas asseguro que ao contrário dele não ponho em causa as transferências sociais nem os programas de combate a pobreza. chateia-me é que se abuse deles. e, sobretudo, a chantagem e a utilização de crianças para esses efeitos faz-me urticária.

Via 5 Dias

2008/07/19

QUE COMECEM AS FESTAS



Iniciaram-se ontem as Festas em Loures. Como vem sendo hábito, assinala-se como momento alto o desfile da corte pela tenda do Caracol Saloio. À hora conveniente, tenda cheia, logo cenário montado, a corte, Presidente, assessores, adjuntos, secretárias, alguns Presidentes de Junta, consortes e outros penduras, entram pela porta principal e iniciam o périplo pelas barraquinhas. Eles ufanos de peito cheio, elas em equilíbrio instável no alto dos seus saltos lá vão distribuindo saudações pela populaça e palmadinhas nas costas, muitas palmadinhas nas costas.
A corte avança. É bom que os vejam bem. São eles os magnânimos a quem o povo deve gratidão. A gratidão do voto futuro, bem se vê. Só há corte se houver poder, e o poder fica-lhes tão bem!
A tenda está quente e as passadas aceleram.
A mesa para a corte está posta e reservada. Uma amostra da especialidade de cada um dos restaurantes, gentil a agradecidamente oferecida, outro remédio não lhes resta, forma o banquete que aguarda fumegante a corte que se acerca da sua mesa. Ao contrário da populaça que lhe serve de cenário, comerão e beberão até a saciedade sem que um cêntimo de cruzado lhes saia da bolsa. Privilégios da nobreza. Na mesa mesmo em frente dois jovens súbditos fazem um pedido estranho ao empregado, uma bebida e um copo vazio por favor. Escutando e percebendo a circunstância, o empregado olha de soslaio para a mesa da corte, farta em sorrisos, autosatisfação e bebidas frescas, e diz ao jovem, trago duas e pagas só uma. Em frente da corte, actos subtis, revelam a censura e a tomada de consciência. Mas a corte continua indiferente.

Que continuem as Festas.

2008/07/18

DIZIA O PRESIDENTE




Já o momento permitia alguma ponderação e reserva nas declarações, dizia o Presidente da Câmara que “Há uma minoria que actua ao cair da noite”, dizendo ainda “tenho a indicação que naturalmente será a outra comunidade “africana” a atacar, porque é a outra comunidade, a cigana, que está a ser atacada”.

Uma “operação de fiscalização feita às viaturas das famílias ciganas, que pernoitaram à frente da Câmara de Loures, acabou na detenção de uma pessoa e na apreensão de três caçadeiras e uma espingarda, todas ilegais. Segundo o comandante da PSP de Loures, trata-se de uma "operação especial de prevenção criminal" relacionada com a nova lei das armas e que foi coordenada com o Ministério Público”.

O Presidente, Carlos Teixeira, tem muitas dificuldades em compreender que o mundo não possui uma simplicidade dual e maniqueísta. A cada curva lá comete sempre os mesmos erros.

FESTAS EM LOURES


Foto de espectáculo nas Festas em 2001

"Em tempos que já lá vão, por esta altura Loures fervilhava de actividade cultural. As Festas do Concelho, longe de serem um evento isolado no ano, eram o reflexo da política cultural no Município. As Festas eram realmente do Concelho, pelo envolvimento de todas a estruturas municipais, desde a sua concepção, construção e funcionamento, passando pela participação das colectividades e associações locais. Para quem as viveu, Julho é um mês de saudade e nostalgia.Ao longo dos últimos anos, sempre ensaiando novos modelos, porque o que encontraram lhes causava urticária, o PS chegou a 2007 com uma coisa tipo Festas desconexas, sem fio condutor, assentes como sempre em dois ou três concertos e mais qualquer coisa pelo meio para dar alguma consistência. Talvez não saibam fazer melhor, mas Loures continua a merecer melhor."
Este texto foi publicado em Julho do ano passado, mas a análise continua tão actual como então. Apesar disso ele é omisso. Não diz que as Festas do Concelho eram um momento de afirmação do Concelho, um momento de orgulho para os seus habitantes que muitas vezes faziam delas a sua sala de visitas, convidando amigos a juntar-se às Festas. Mas era também um momento de orgulho para os trabalhadores do Município, que tinham nas Festas um corolário de um ano de trabalho. Também por isso elas eram especiais.