2007/06/16


Tenho cá um presentimento que toda a comparação séria entre as várias possibilidades de localização do novo aeroporto de Lisboa, já está dentro desta caixa!

De “jamais” a “porquoi pas?”


Depois do peremptório “jamais” do Ministro Mário Lino sobre a possibilidade de o novo aeroporto vir a ser construído na margem sul do Tejo, muita água correu entre as duas margens do mesmo. A partir dessas declarações, o conflito latente passou a beligerância aberta e o ministro, nunca vergando, foi alvo de fogo à peça. Se este debate andou muito fluvial, saltitando de margem para margem de um rio que lhe é indiferente, o caudal engrossou pela proximidade da foz e o mesmo, o debate, além das margens, ganhou um(a) Costa. Já não é para peixe miúdo, taínha do rio, ganhou outra profundeza e nobreza, onde já entra o safio. Com um tubarão no perímetro, a petinga ministerial, com ares de carapau de corrida, rápido encontrou um coral onde ficar escondida.
Ficou o Ministro enrolado com o “jamais”, ao qual, hoje, acrescentou um espirituoso jornalista do Expresso um “porquoi pas?”
Até 15 de Julho o assunto está arrumado, não se falará mais nele, já não é facto consumado.
Depois de passada esta data, não exista qualquer estranheza, de que a obra volte a ser grande e à francesa.
Como a nobreza tem destas coisas, ainda veremos o Ministro Lino fazer brotar água cristalina das rochas áridas do inóspito deserto do lado de lá do rio. Um genuíno e dedicado Moisés, mais fiel que leal. Só é necessário dizer-se-lhe o que se quer que ele faça, e nem o primogénito lhe escapa.

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