2008/04/03

NA CASA DO VIZINHO VII


Informação ou desinformação?

A imagem acima é da capa de um "livrinho" que a Câmara de Loures anda a distribuir, supostamente para informar que num futuro (incerto) em Sacavém se viverá melhor. Sugere-nos o Sr. Presidente da Câmara no seu artigo de abertura que estaremos perante "Sacavém, uma nova cidade a (re) nascer". À parte o confuso trocadilho, releva a ideia que a brochura pretende transmitir que as obras da Avenida Estado da Índia farão "(re) nascer" a Cidade.

Se o Sr. Presidente pensa francamente o que diz, cabe-me adverti-lo de que está a forjar e a cair no seu próprio logro. Bem sabemos que não morre de amores por Sacavém, pela zona oriental do Concelho e muito pouco conhece desta zona do Município que dirige, mas talvez por isso devesse ser mais rigoroso e contido.

Se o que está é a fazer de conta para convencer eleitor, então compreender-se-á melhor que queira fingir que uma mera obra - com muitos meses de sacrifícios para muitos sacavenenses e outros utentes da Cidade e excessivamente cara - mudará a face de Sacavém e lhe dará por si só uma nova dinâmica e vida melhor.

Creio que o que Sacavém precisa para uma vida melhor, é, infelizmente, bem mais do que uma catastrófica obra pública. A obra qualificará a zona, não duvido, mas está longe, muito longe de trazer uma nova vida.

Note-se que até a própria obra - para além do "alindamento" e algum benefício para o estacionamento - resultará muito pouco em termos viários e de acessibilidade de e para a Cidade. Em termos gráficos, diria que esta obra, feita assim, transforma a Avenida Estado da Índia numa "chouriça": um percurso curvo e largo, atado nas pontas. Numa ponta a ponte sobre o Rio Trancão que faz um "atilho" e na outra ponta, o atilho é garantido pela entrada na Portela junto aos "ferros-velhos".

Acabem lá a obra, é bem vinda, mas não nos digam que é para trazer uma vida nova. Uma vida nova poderia vir, conjugando outras acções com a obra. Por exemplo, evitar a urbanização do antigo quartel e dar espaço e respiração à Cidade, abrir o acesso à 2ª circular, dinamizar um projecto de urbanismo comercial, retomar o Plano de Salvaguarda de Sacavém, definir e desenvolver uma política cultural e de salvaguarda do património, conferir dimensão desportiva à Cidade. São apenas alguns aspectos que, estes sim, mudariam a face de Sacavém.



A propósito de acabar a obra, conviria que o "livrinho" - que curiosamente não tem data de edição (coisa que nunca tinha visto em publicações da Câmara Municipal de Loures) - tivesse sido uma fonte fidedigna de informação e não uma comprovada fonte de desinformação. Para além do que já referi, veja-se o que nos é dito a propósito do Quartel dos Bombeiros. Reproduzo as imagens e as datas, para que cada um o confirme:

Eis pois que o instrumento de comunicação que vimos referenciando, distribuído no início do ano e se calhar para distribuir por bem mais tempo (até às eleições, já que não tem data?), nos garante a conclusão do Quartel dos Bombeiros no primeiro trimestre de 2008. O primeiro trimestre esgotou-se com o dia 31 de Março e não há ainda a mais pálida ideia de quando estará concluída a infra-estrutura.
É provavelmente mais um exemplo documentado, da ténue fronteira entre a obrigação de informar - que as autarquias têm - e a propaganda em que insistem dos seus supostos "grandes feitos".
E a questão é: informação ou desinformação?

Texto retirado de Lingua de Perguntador

3 comentários:

Anónimo disse...

O Conde, o conde Shakes_perá,nao te estas a esquecer do pavilhão de macau,também foi prometido para março a sua conclusão a camara não consegue mesmo cumprir prazo nenhum
ASs.Carlinhos vitima de abuso nos pupilos do exercito

Anónimo disse...

Tás a sacar a cena?

Anónimo disse...

Phone ix já é mau, mas ainda é comó outro, agora saca e vem, vai lá vai.