2007/03/10

“PROQUÊ”? PROQUAL



Arnaldo Madureira, 1961 (actual Av. Estado da Índia)

25 de Julho de 2005. Data oportuna para o início das obras de requalificação da Av. Estado da Índia e Praça da República em Sacavém, inseridas num programa cofinanciado pela Administração Central, o PROQUAL. A poucos meses das eleições autárquicas, logo, em plena campanha eleitoral a Câmara Municipal de Loures, com aparato inicia uma das mais importantes obras de requalificação já realizadas em Sacavém. Nessa altura quem passasse por Sacavém poderia ver a promessa de futuro com imagens virtuais da obra já concluída, esquina sim esquina não.

Imagem recolhida do Site da Câmara Municipal de Loures

Pela profundidade da intervenção, pela área abrangida e pelo investimento implicado, esta obra careceria da Câmara Municipal de Loures uma atenção redobrada.
Sacavém dificilmente terá outra oportunidade como esta para a requalificação do seu espaço urbano. Esta Administração Municipal desperdiçou uma oportunidade única de elevar a qualidade urbanística da Cidade de Sacavém. Por este facto os habitantes de Sacavém deveriam ter a destreza de lhe exigir responsabilidades.
Quase 2 anos depois, da conclusão da obra não há perspectivas credíveis. Pelo caminho o Governo reduziu a sua comparticipação no financiamento da obra. Uma das empresas escolhidas pela Câmara municipal faliu. Os prazos foram dilatando e a área de intervenção foi sendo reduzida. Os moradores da zona levam quase dois anos de pó, lama, buracos e desvios. À Praça da República a requalificação não chegará tão cedo e da Av. Estado da Índia, apenas o troço neste momento em obra será requalificado. O Parque subterrâneo que se está a construir numa das pracetas adjacentes à Av. Estado da Índia arrisca-se a tornar-se um fracasso, sendo já um motivo de preocupação para os moradores que não conhecem as condições de utilização prevista para este equipamento, tendo por certo apenas a redução dos lugares de parqueamento à superfície.

Arnaldo Madureira, 1961 (Praça da República - chafariz)

Quanto às informações necessárias vive-se a lógica do disfarça. Desde o início que a Junta de Freguesia de Sacavém afirma não ter conhecimento de quase nada do que se vai passando nesta novela. Na redução do financiamento nem a Câmara Municipal nem a Junta de Freguesia de Sacavém ousaram levantar a voz contra o Governo. Quanto aos prazos as poucas pronúncias públicas resumem-se à expressão recorrente “Temos tido dificuldades, mas agora é que é!” A página oficial da Câmara Municipal de Loures continua a informar que, “Se tudo correr conforme previsto, sendo que no caso das intervenções em ambiente urbano as “surpresas” são sempre um facto a ter em linha de conta, as obras deverão estar concluídas ainda em 2006(!).” Em 2006? Parece-me difícil.

1 comentário:

Anónimo disse...

E já lá vão 20 meses,á conta de um malandro de um empreiteiro que faliu e que obrigou a uma paragem de dois meses.
E se em vez de um fossem três empreiteiros a falir? Se calhar só estariam as obras prontas em vésperas das próximas autárquicas.
Que chatice...
Um abraço
Maria CC