2007/03/16

(IN)SEGURANÇA


A SIC passou hoje uma pequena reportagem sobre um conjunto de assaltos a estabelecimentos e casas de habitação que têm ocorrido recentemente na Cidade de Loures. Apesar do alarme, a PSP, veio dizer que o número de ocorrências não tem aumentado.
Sabemos todos que as questões da segurança não se limitam ao policiamento, são mais vastas e complexas. Têm raízes sociais e económicas não escamoteáveis. Porém, a acção e a presença das forças de segurança são fundamentais pelo efeito dissuasor, pela protecção efectiva, mas também pela criação do indispensável sentimento de segurança nas populações.
A reportagem da SIC relembrou-me o anúncio feito pelo Ministro António Costa e pelo Primeiro-ministro José Sócrates de que o Governo irá proceder a uma reorganização das Forças de Segurança. Não se conhecem ainda os traços concretos dessa “reorganização” o que efectivamente alterará no terreno. Sabe-se que além dos aspectos organizativos e de coordenação, serão também alterados territórios de intervenção e que serão encerradas algumas sedes e postos da PSP e GNR. Quais e quantos ainda é uma incógnita.
No Concelho de Loures actuam a PSP e a GNR em territórios definidos. Quer uma quer outra sofrem cronicamente de falta de meios humanos e materiais para um cabal cumprimento da sua missão.
Perante o anúncio do Governo, assalta-nos a primeira dúvida. Que calhará a Loures da anunciada reorganização? Macaco velho tem calo.
A CDU manifestou esta mesma preocupação na Assembleia Municipal de Loures, perguntando à Câmara Municipal, através do seu Presidente, se este dispunha de informações adicionais e qual a sua posição sobre o assunto. Numa sucessão de afirmações rocambolescas a resposta do Presidente da Câmara resumiu-se a: – Tenho uma opinião mas primeiro vou partilhá-la com os meus camaradas. Enfim, se tinha uma opinião sobre o assunto, se já a arranjou entretanto, se a partilhou com os seus camaradas ou nem por isso, não se sabe.
A posição deve ser clara e é fácil de definir. A Câmara Municipal deve ter abertura institucional para acolher todas as propostas do Governo nesta área, mas deve definir para si como critérios de apreciação da bondade desses mesmas propostas os seguintes aspectos. De qualquer reorganização futura deve resultar o reforço do policiamento de proximidade. No saldo final da reorganização deve verificar-se um reforço dos meios operacionais disponíveis e a actuar no Concelho. As alterações propostas não devem em nada beliscar o sentimento de segurança das populações, antes devem reforçá-lo. Parece-me claro.
Estranho que num assunto tão importante o Presidente da Câmara não tenha opinião! O problema é mais vasto e tem sido nefasto para Loures. O PS e o Presidente da Câmara talvez até tenham opinião sobre o assunto, mas não sabem se podem concordar com ela. Algo tão simples como o que aqui foi escrito, poderia ser dito pelo Presidente da Câmara, mas depois teria de o defender na possibilidade da proposta governamental ser de rumo diverso. Para essa defesa não está o PS preparado. Assistimos a isso na questão do Hospital, no encerramento dos CATUS de Santa Iria e do Prior Velho e, mais recentemente, face ao encerramento da Urgência no Curry Cabral. O PS Loures e o Presidente da Câmara, por falta de audácia política, mas pior, por falta de credibilidade e peso político no seio do seu próprio Partido, esperam para ver o que têm de defender. E assim fá-lo-ão. Acreditarão ainda que a subserviência lhes trará reconhecimento partidário? Talvez traga, mas à custa da qualidade de vida dos cidadãos de Loures, cuja degradação tem sido o preço pagar pela insegurança do seu Presidente de Câmara.

1 comentário:

Anónimo disse...

E assim vai a Cidade de Loures, degradação em degradação.
Um abraço