2007/03/16

PARA TI

EU (tu)
Eu sou aquela
Que embora quase letalmente ferida
Se levantou, ignorando a masela
*
Eu sou a perdida
Que não desiste de tentar se encontrar
Por mais tempo que isso possa levar
*
Eu sou a menina
Com garra de grande lutadora
Por mais quedas e por mais perdedora
*
Eu sou como o vento
Que tanto sopra suavemente
acalmando qualquer sofrimento
Como arrasa por completo o mundo
E assim demonstro o que cá está no fundo
*
Eu sou como o gelo
Tão frio, tão duro
Que não se derrete com o que é mais puro
Congelada pelas máguas e por este pesadelo
*
Eu sou como o fogo
Tão quente, tão ardente
Tanto destruidor como acolhedor
Reagindo assim a este castigo
*
Não sou em nada como a terra
Tão parada, tão sagrada
Tão estática, tão seca ou molhada
*
Eu sou o espírito do mar e da serra
da planície e do rio
Sou a brisa, e o vendaval
Sou o calor e o frio
E tudo isto já quase que me foi fatal
*
Fui condenada à solidão
Nunca estando sozinha
Fui condenada a esta vastidão
Tornando-me assim pequenina
Fui condenada à dor
Apenas por ter desejado algum calor
Fui condenada assim
A sofrer até ao meu fim
*
Mas não desisti de encontrar o perdão
Não desisti de cumprir a minha missão
E assim continuarei
E um dia me encontrarei
Autor desconhecido

1 comentário:

Anónimo disse...

Um beijo!

...inho lindo!