O clima de insegurança em algumas zonas do concelho de Loures é uma constante. A desvalorização deste fenómeno feita pela Câmara, em especial pelo seu Presidente, tem sido um entrave à tomada de medidas concretas, que obviem o problema.
Recentemente, com grande pompa e circunstância, o Presidente da Câmara e o Ministro da Administração Interna, organizaram uma cerimónia de lançamento da primeira pedra da Esquadra de Camarate. Meses depois, em entrevista à Loures TV, o Presidente da Câmara Municipal foi surpreendido pelo entrevistador que lhe disse que a única pedra da esquadra continuava a ser a primeira e que a obra estava abandonada. Este facto é revelador de dois aspectos; quer o Governo, quer a Câmara, governam para o fogacho mediático e a Câmara possui um acompanhamento nulo em relação aos problemas mais sérios.
Recentemente, com grande pompa e circunstância, o Presidente da Câmara e o Ministro da Administração Interna, organizaram uma cerimónia de lançamento da primeira pedra da Esquadra de Camarate. Meses depois, em entrevista à Loures TV, o Presidente da Câmara Municipal foi surpreendido pelo entrevistador que lhe disse que a única pedra da esquadra continuava a ser a primeira e que a obra estava abandonada. Este facto é revelador de dois aspectos; quer o Governo, quer a Câmara, governam para o fogacho mediático e a Câmara possui um acompanhamento nulo em relação aos problemas mais sérios.
Os recentes acontecimentos na Quinta da Fonte, dão de novo visibilidade à questão. Seguir-se-ão as declarações do costume, mas o que realmente falta são acções concretas e imediatas.
Repesco para a primeira página um texto sobre este assunto, escrito em Março deste ano, que ajuda a enquadrar e a perceber o contexto da inacção referida.
"Em Março de 2007, fez ontem um ano, os vereadores da CDU apresentaram uma proposta na reunião da Câmara de Loures que, face ao preocupante aumento da criminalidade naquele concelho e particularmente na Freguesia da Apelação, visava a cedência de instalações para um destacamento da PSP no Bairro da Quinta da Fonte, sem prejuízo da construção da prevista esquadra de Camarate, o pedido de uma reunião com o ministro da Administração Interna, para que aquele destacamento fosse dotado dos necessários meios humanos e ainda para que fosse constituído um grupo de trabalho multidisciplinar, para avaliar a situação e apresentar um plano de intervenção capaz de responder aos problemas de integração social de grande parte dos moradores do já referido Bairro da Quinta da Fonte, local onde os problemas de insegurança eram mais sentidos. A maioria socialista rejeitou, sem apelo nem agravo, esta proposta. Em Junho, e perante um crime em que um jovem foi assassinado, a Comissão Concelhia do PCP lançou um apelo às populações do concelho, particularmente daquela freguesia, e de Camarate para que se mobilizassem em defesa da sua Segurança. Não era, como não podia ser, nenhum apelo à autodefesa, mas antes um alerta para a necessidade de, face à intolerância do Governo e do Município de Loures, as populações exigirem medidas de facto para enfrentar decididamente este problema. Em Maio, o deputado do PCP António Filipe chamava a atenção para o facto de o Relatório de Segurança Interna de 2006 apresentar, não só um aumento da criminalidade, contrariando os dois anos anteriores, mas também para o facto de esse aumento ter, nas áreas urbanas de Lisboa, Porto e Setúbal, valores superiores à média nacional. Estamos hoje, de novo, confrontados com notícias de violência. Casos pontuais mas que, pelo seu impacto mediévico, preocupam e alarmam as populações. Importará portanto assinalar dois aspectos. O primeiro é o de que estes índices de criminalidade não estão desligados do aumento das dificuldades das populações, do desemprego, das injustiças sociais, das bolsas de pobreza, que contrastam com a opulência dos lucros do capital financeiro e, em particular da banca. Eles são um dos sintomas do fracasso desta política que empurra para o desespero largas camadas da população. Eles são um cabal desmentido do fausto com que o PS tentou comemorar os seus três anos de governo. O segundo é o de que estes problemas não se resolvem sem mais meios e mais agentes na rua, próximos das populações, em contacto com as diversas realidades. Estamos hoje a pagar o preço das superesquadras, da concentração de efectivos, em que o PS insiste, do desinvestimento e da falta de meios. É necessário que o Governo e o Município de Loures escutem as propostas apresentadas. Ali e em inúmeras outras localidades do país. Enquanto é tempo."
João Frazão , Dirigente do PCP, o texto fora originalmente publicado no Jornal de Notícias
Repesco para a primeira página um texto sobre este assunto, escrito em Março deste ano, que ajuda a enquadrar e a perceber o contexto da inacção referida.
"Em Março de 2007, fez ontem um ano, os vereadores da CDU apresentaram uma proposta na reunião da Câmara de Loures que, face ao preocupante aumento da criminalidade naquele concelho e particularmente na Freguesia da Apelação, visava a cedência de instalações para um destacamento da PSP no Bairro da Quinta da Fonte, sem prejuízo da construção da prevista esquadra de Camarate, o pedido de uma reunião com o ministro da Administração Interna, para que aquele destacamento fosse dotado dos necessários meios humanos e ainda para que fosse constituído um grupo de trabalho multidisciplinar, para avaliar a situação e apresentar um plano de intervenção capaz de responder aos problemas de integração social de grande parte dos moradores do já referido Bairro da Quinta da Fonte, local onde os problemas de insegurança eram mais sentidos. A maioria socialista rejeitou, sem apelo nem agravo, esta proposta. Em Junho, e perante um crime em que um jovem foi assassinado, a Comissão Concelhia do PCP lançou um apelo às populações do concelho, particularmente daquela freguesia, e de Camarate para que se mobilizassem em defesa da sua Segurança. Não era, como não podia ser, nenhum apelo à autodefesa, mas antes um alerta para a necessidade de, face à intolerância do Governo e do Município de Loures, as populações exigirem medidas de facto para enfrentar decididamente este problema. Em Maio, o deputado do PCP António Filipe chamava a atenção para o facto de o Relatório de Segurança Interna de 2006 apresentar, não só um aumento da criminalidade, contrariando os dois anos anteriores, mas também para o facto de esse aumento ter, nas áreas urbanas de Lisboa, Porto e Setúbal, valores superiores à média nacional. Estamos hoje, de novo, confrontados com notícias de violência. Casos pontuais mas que, pelo seu impacto mediévico, preocupam e alarmam as populações. Importará portanto assinalar dois aspectos. O primeiro é o de que estes índices de criminalidade não estão desligados do aumento das dificuldades das populações, do desemprego, das injustiças sociais, das bolsas de pobreza, que contrastam com a opulência dos lucros do capital financeiro e, em particular da banca. Eles são um dos sintomas do fracasso desta política que empurra para o desespero largas camadas da população. Eles são um cabal desmentido do fausto com que o PS tentou comemorar os seus três anos de governo. O segundo é o de que estes problemas não se resolvem sem mais meios e mais agentes na rua, próximos das populações, em contacto com as diversas realidades. Estamos hoje a pagar o preço das superesquadras, da concentração de efectivos, em que o PS insiste, do desinvestimento e da falta de meios. É necessário que o Governo e o Município de Loures escutem as propostas apresentadas. Ali e em inúmeras outras localidades do país. Enquanto é tempo."
João Frazão , Dirigente do PCP, o texto fora originalmente publicado no Jornal de Notícias
6 comentários:
Tal como o presidente da Câmara disse um dia destes, as crianças da Quinta da Fonte são felizes. Para esse bairro não se torna, portanto, necessário levar os honestos palhaços para lhes elevar a felicidade. (Alguém duvidou da honestidade do trabalho dos palhaços?).
As crianças são felizes não só porque o Sr. Silva lá foi visitá-las mas também porque têm filmes de gangs ao vivo, a cores, em alta definição, com sangue verdadeiro. Tudo isto sem ter que pagar TV por Cabo ou jogar jogos Playstation violentos. Para ser feliz alguém precisa de mais?
Precisa concerteza. O sr. presidente (neste caso o da Câmara) é que não sabe. Do que, seguramente, não precisa é das atitudes a roçar a xenófobia que autarcas do seu partido têm manifestado e um assobiar para o lado. O sr. presidente gostava mesmo era de se ver livre deles não era? Vá lá, confesse.
NAS CÂMARAS DA CDU DA MARGEM SUL PARECE QUE AS COISAS AINDA SÃO PIORES QUE EM LOURES!
DESTES JÁ O PITAS NÃO FALA AQUI NO BLOG! PORQUE SERÁ? SERÁ DO GUARANÁ?
"O Plano Integrado de Almada é mais conhecido por ser um somatorio de bairros de várias côres, branco, rosa... mas acima de tudo...amarelo , "Picapau- Amarelo"...as caracteristicas e problemas são os mesmos de outros bairros sociais da Grande Lisboa , a seu tempo serviram para a "erradicação de barracas" para conquistar votos em vésperas de eleições, para construir e abrir manchas urbanas onde se deveria eternizar e proteger o verde.
Do ponto de vista social, foram pura demagogia integradora, socializante, equalitária. Nunca na verdade assim foi, nunca esses objectivos foram atingidos , sobre o Bairro da Bela Vista em Setubal escrevia-se em Agosto de 2000 no Expresso "Os taxistas não querem lá ir e há habitantes que não querem que se saiba que moram lá. É um espelho da baixa estima e da revolta da população: os pátios estão cobertos de lixo e as paredes pajadas de grafittis.Num descampado, alguém trabalha um carro cujo pára-brisas tem dois buracos de bala.O caso dos assaltos a bombas de gasolina em Junho (2ooo) envolvendo jovens do bairro, tornou toda esta vida ainda mais difícil.Chama-se Bela Vista e é o bairro mais temido e esquecido de Setúbal"
Em 7 de Julho de 2000 escrevia Fernanda Cachão: "Construídos na década de 70/80, os bairros de habitação social, ou custos controlados, ganharam fama na Margem Sul. Aglomerados gigantescos de pessoas, das mais variadas proveniências, de baixo poder económico, cujos filhos, as segundas gerações, desde cedo aprendem o valor do grupo, da côr da pele e do bê a bá da delinquência porque não há muito mais para fazer"
E também sobre o Pica Pau Amarelo Bairro da imagem onde moram 15000 pessoas ;
" A noite começa assim: furtam um veículo, abastecem-no, vão para uma festa em Lisboa ou Sesimbra. No regresso cometem invariàvelmente, um crime de furto e abandonam o veículo (...) A ligação destes jovens, a maioria com menos de 20 anos, baseia-se na amizade e no conhecimento. 'Por exemplo o bairro do Pica Pau Amarelo interage muito com a Quinta da Princesa e Vale da Amoreira, muitos já se conheciam antes do realojamento e porque é mais fácil dominar a àrea onde se movem, nomeadamente para fugir à Policia (...)
Nesse trabalho jornalistico aqui citado dizia o presidente da Junta de freguesia de São Sebastião em Setúbal ; "O cenário de violência era fomentado pela contingência urbanistica, sem privacidade nenhuma, onde os conflitos entre etnias e raças eram frequentes ... (o problema agora depois de instalada no local a PSP, são as segundas e terceiras gerações ali nascidas e criadas) ... A primeira geração de africanos assumia-se como imigrante, vivendo em função da sua cultura, mas os filhos já não têm nada a ver com isso e pouco com Portugal (...) tudo isto começou quando um governo deu dinheiro às Câmaras para acabarem com as barracas e também um prazo. Não era possivel fazer tudo. Mudaram-se as pessoas de casa, mais nada..."
De 2000 para agora nada mudou e passou mais um mandato CDU naquelas autarquias onde se situam estes problemas estudados, identificados... continua a degradação, a miséria e a criminalidade, nem a tinta nas fachadas posta a espaços temporais como determina a lei que as autarquias tutelam é cumprida, os bairros foram construidos, mas não são mantidos, nem nalguns casos as ruas , no Pica-Pau foram construidos centenas de lugares de estacionamento em locais surreais , longe de toda e qualquer habitação, nos passeios largos e longe também eles de qualquer zona habitada crescem ervas que só a custo deixam perceber que de uma zona de lazer se trata.
Mas em casos como no Seixal continua-se a querer cometer os mesmos erros e embora a autarquia não mantenha os bairros já construidos,pretende criar novos locais, novos bairros, realojando por exemplo na Flor da Mata, numa zona verde protegida no PDM, a população de Vale de Xixaros, no Seixal as pessoas até pensam que esse é um problema resolvido, é que o DN de há vários meses atrás em artigo de Cristiana Vargas anunciava "Bairro Jamaica começa a ser demolido esta semana - A autarquia do Seixal reconhece que no local existe uma mobilidade incontrolável e que as 150 familias recenseadas não correspondem à realidade"(Pura mentira este anuncio, o Bairro não foi demolido, veja foto actual)- O projecto apresentado pela Câmara do Seixal para a Flor da Mata / Pinhal dos Frades tem 190 fogos num Bairro no meio de um Pinhal protegido com 16 prédios de 4 pisos.
Historiando agora sobre esta chaga social e urbana de Vale de Xixaros escrevia a Jornalista :
"Problema que remonta aos anos 70 - A Jamaica, designação pela qual é conhecida a zona de Vale de Xixaros, situa-se a poucos metros da EN 10.Apenas uma fileira de edificios oculta este bairro degradado, onde não existem esgotos , a àgua e a luz eléctricas são «puxadas» ilegalmente da rede e os moradores são por vezes protagonistas de noticias relacionadas com detenções ou tráfico de droga. É a situação mais complicada do concelho do seixal, que remonta aos anos 70, deriva do embargo à construção, falência do promotor e luta complicada nos tribunais"
Ou seja, está-se a repetir hoje , num tempo em que o dinheiro dos contribuintes (OS NOSSOS IMPOSTOS) deve ainda ser melhor gerido e aplicado e não para repetir os mesmos erros que já se viu não terem dado bom resultado.
Choca ao visitar hoje o PicaPau - Amarelo também ver a quantidade de automóveis Topo de Gama estacionados junto áqueles prédios para "gente sem posses", na imagem um Mercedes, mas Audis, BMW's Hondas Civic - Tunning e outros que falha a memória, são bastantes. Claro que à entrada do Bairro continua a haver Barracas... tal como no Seixal junto ao nó do Fogueteiro (Bairro Rio Judeu) será para justificar as parcerias e mais construção "social" mesmo em zonas ambientalmente protegidas para o bem estar de todos e das futuras gerações?
Lembrava o Presidente da Republica aos autarcas a proposito do "Dia de Portugal" que é "urgente efectuar uma avaliação global de forma séria do funcionamento do Poder Local" apelando para " que os autarcas apliquem melhor os designios da transparência politica e financeira e sobre a participação popular e a mobilização da sociedade cívil a nível autarquico elevando os níveis de qualificação dos funcionários autárquicos e que os municipios não poderão pactuar com falta de rigor e de credibilidade técnica"
Mas em 2000 Setúbal não vinha de um longo reinado do PS que deixou o Concelho na mais inacreditável penúria política, social e económica ?
Pois que se leiam as declarações do Presidente da Junta de Freguesia de São Sebastião. Nas suas palavras, encontra-se a verdadeira raíz de alguns problemas. Por outro lado, tirar os esqueletos dos armários dos anos 70, pouco adiantam ao problema. É que daí para cá o mundo mudou e mudou muito. O que está agora em causa, não estava em opções já com décadas. Hoje trata-se é de saber se os políticos actuais estão a cuidar da actul situação, se estão a trabalhar para os tempos actuais e futuros, se estão a contribuir para resolver os problemas ou se, como avestruzes, fazem de conta que não veêm, para presumir que os problemas não existem. E se alguma coisa se passa a culpa é do avô!...
Estas é que são as questões de hoje.
Nunca houve uma câmara que se preocupasse tanto com as pessoas, e o senhor piteira consegue escrever aqui estas coisas.
deixem a politica de parte, e mudem a constituicão da republica...façam cumprir uma justiça severa e pesada...as cadeia em vez de hoteis e estancias de férias à conta dos contribuinte, que passem a ser apenas "dormitórios", pois o país tem tanto para fazer...em vez de andar a dar o dinheiro a empresas estrangueiras...
As matas, pinhais e afim todos os anos ardem...e pagam-se milhoes a helicopteros estrangueiros por q?
Hoje em dia que nada tem tudo pode fazer, mas um pai de familia que dia a dia tenta um futuro para os seu esta sujeito a ficar sem nada...
As conclusões são pessoais...
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