Iniciaram-se ontem as Festas em Loures. Como vem sendo hábito, assinala-se como momento alto o desfile da corte pela tenda do Caracol Saloio. À hora conveniente, tenda cheia, logo cenário montado, a corte, Presidente, assessores, adjuntos, secretárias, alguns Presidentes de Junta, consortes e outros penduras, entram pela porta principal e iniciam o périplo pelas barraquinhas. Eles ufanos de peito cheio, elas em equilíbrio instável no alto dos seus saltos lá vão distribuindo saudações pela populaça e palmadinhas nas costas, muitas palmadinhas nas costas.
A corte avança. É bom que os vejam bem. São eles os magnânimos a quem o povo deve gratidão. A gratidão do voto futuro, bem se vê. Só há corte se houver poder, e o poder fica-lhes tão bem!
A tenda está quente e as passadas aceleram.
A mesa para a corte está posta e reservada. Uma amostra da especialidade de cada um dos restaurantes, gentil a agradecidamente oferecida, outro remédio não lhes resta, forma o banquete que aguarda fumegante a corte que se acerca da sua mesa. Ao contrário da populaça que lhe serve de cenário, comerão e beberão até a saciedade sem que um cêntimo de cruzado lhes saia da bolsa. Privilégios da nobreza. Na mesa mesmo em frente dois jovens súbditos fazem um pedido estranho ao empregado, uma bebida e um copo vazio por favor. Escutando e percebendo a circunstância, o empregado olha de soslaio para a mesa da corte, farta em sorrisos, autosatisfação e bebidas frescas, e diz ao jovem, trago duas e pagas só uma. Em frente da corte, actos subtis, revelam a censura e a tomada de consciência. Mas a corte continua indiferente.
Que continuem as Festas.
A corte avança. É bom que os vejam bem. São eles os magnânimos a quem o povo deve gratidão. A gratidão do voto futuro, bem se vê. Só há corte se houver poder, e o poder fica-lhes tão bem!
A tenda está quente e as passadas aceleram.
A mesa para a corte está posta e reservada. Uma amostra da especialidade de cada um dos restaurantes, gentil a agradecidamente oferecida, outro remédio não lhes resta, forma o banquete que aguarda fumegante a corte que se acerca da sua mesa. Ao contrário da populaça que lhe serve de cenário, comerão e beberão até a saciedade sem que um cêntimo de cruzado lhes saia da bolsa. Privilégios da nobreza. Na mesa mesmo em frente dois jovens súbditos fazem um pedido estranho ao empregado, uma bebida e um copo vazio por favor. Escutando e percebendo a circunstância, o empregado olha de soslaio para a mesa da corte, farta em sorrisos, autosatisfação e bebidas frescas, e diz ao jovem, trago duas e pagas só uma. Em frente da corte, actos subtis, revelam a censura e a tomada de consciência. Mas a corte continua indiferente.
Que continuem as Festas.
5 comentários:
INVEJA, do Lat. invidia
s. f., misto de pena e de raiva;
sentimento de desgosto pela prosperidade ou alegria de outrem;
desejo de possuir aquilo que os outros possuem; ciúme; emulação, cobiça
CORNOS, do Lat. cornu
s. m., apêndice que certos animais têm na cabeça e que lhes serve normalmente de arma defensiva ou ofensiva;
galho, chavelho, haste, chifre, etc. ;
qualquer objecto que tem saliência semelhante a chifre;
tentáculo (caracol);
antena de certos insectos;
substância de corno;
fam., marido a quem a mulher atraiçoa ou atraiçoou;
Bot., género típico das cornáceas.
fam., pôr (alguém) nos -s da lua: ter (alguém) em grande consideração.
FRUSTRADO, adj., gorado;
malogrado; que não chegou a desenvolver-se;
incompleto;imperfeito.
Isto é-lhe familiar, não?
Que disparate é este conde, já começou a Silly season outra vez? Apesar da beleza literaria do estilo da simplicidade da historia, mas é muito subtil
Don Galhardas Barrigudo Conde da Quinta da Fonte
Caríssimo
Quem pode invejar a soberba?
soberba, do Lat. superbia, s. f., altivez; orgulho; arrogância; presunção; sobrançaria.
Cumprimentos
Eu vinha aqui falar sobre as festas de Loures, mas logo notei que isto, por aqui, está fervilhando... tipo "até a barraca abana" eheheheheh por isso, não vou às festas nem escrevo nada aqui.
É melhor.
Caríssima
Não se iniba. Escreva o que lhe apetecer, mas sobretudo, vá às festas. Leve amigos. Saia de casa. Revigore-se com a brisa fresca da noite. Beba uma cerveja e divirta-se. É o que tenho feito. E não lhe pareça estranho nada disto que lhe acabei de dizer. Deve-se viver a vida, ainda que se mantenha a um espírito crítico e exigente.
O melhor encontra-se sempre, são as pessoas.
Cumprimentos
O Marquês
Enviar um comentário