2008/07/22

DEMÉTRIO ALVES PÕE OS PONTOS NOS IIS !




A (des) propósito do caso da Quinta da Fonte, o blogue Tomar Partido reproduziu um comentário bolçado por um tal Barão das Neves, pelos vistos amigo do autor do referido blogue, que, devido ao seu cariz difamatório, me merece o mais vivo repúdio.

O citado indivíduo, num estilo que tem sido habitual em determinados meios, veio invocar factos não verídicos pretendendo atingir-me, como se eu tivesse sido alguma vez acusado ou condenado judicialmente por esses factos.

De facto, apenas fui acusado por gente anónima que, cobardemente, pôs a circular algumas atoardas, pretendendo prejudicar-me em tempos eleitorais, o que não conseguiram. Já depois de ter saído de funções, em 1999, por minha exclusiva vontade, e em protesto pela forma como foi criado o concelho de Odivelas, puseram a circular que eu teria ido para Moçambique onde supostamente teria acumulado uma grande fortuna.

Não emigrei nem desapareci, como diz o Barão. Estou e sempre estive em Portugal, trabalhando e estudando, porque não vivo de rendimentos ou de negócios.

É por estas e por outras que sou obrigado a ponderar a hipótese de, aceitando convites que me têm vindo a ser insistentemente dirigidos, candidatar-me para voltar ao activo político, de forma a poder ter a hipótese de clarificar, por uma vez, as várias insinuações caluniosas.

Tudo tem limites, tanto as atoardas, como o silêncio inesperado.

Quero, aliás, deixar bem claro que, caso este blogue, ou outro qualquer pasquim, insista em dar voz a caluniadores que me agridam, participarei judicialmente nos sítios adequados.

Quanto à questão relacionada com a Quinta da Fonte, tendo em conta que o presidente da câmara tentou responsabilizar a gestão realizada há doze anos, quando eu estava em funções, dizer:

a) É frequente ver e ouvir alguns "iluminados", como sejam os políticos que "nunca erram" ou os académicos "sobredotados", virem dizer, em situações semelhantes, que tudo foi mal feito, e que eram previsíveis os maus resultados. Gostava de saber, o que, de facto, fizeram uns, e o que fariam os teóricos se, por acaso, algum dia tivessem que responsabilidades executivas fora do mundo da universidade. Bem pregam estes Frei Tomás!

b) Sabia-se, há já mais de vinte anos, que as operações de realojamento das famílias moradoras em barracas e situações similares são muito complexas, assim como eram discutíveis as possibilidades alternativas de realização prática. Em geral os municípios não ambicionaram a tarefa, e eu próprio só por obrigação irrecusável a aceitei, que agora não posso explicar. Nunca tive a ilusão de que fosse obra que motivasse grandes agradecimentos, e, muito menos, votos. Aliás, é conhecida a referência feita há mais de 150 anos por Engels numa das suas primeiras obras "os problemas sociais não se ultrapassam através da resolução dos problemas habitacionais, mas é exactamente pela via inversa que se terá que actuar".

c) Também não é de estranhar que gente do género daquela que actualmente é poder em Loures, e que, aliás, também é useiro na alimentação de boatos difamatórios, viesse, no meio de um manifesto desnorte, desculpar-se com a gestão de há doze anos atrás! Afinal é perfeitamente visível que alguma coisa está a falhar naquela gestão municipal: Como se pode entender que o presidente da câmara venha dizer que foi "surpreendido" por um problema, que ele próprio afirmou, pouco depois, existir há mais de dez anos? Por outro lado, vir dizer que aquele realojamento está "relacionado com a Expo 98" e que foi feito "à pressa", revela, além de mau carácter, uma profundíssima ignorância.

d) Será que é para não "cometer erros" a câmara de Loures não fez mais realojamentos dignos desse nome nos últimos anos? Então e as "nódoas" urbanísticas e sociais que subsistem por exemplo no Prior Velho e na Portela? Vão manter-se mais quantas décadas há espera de que última teoria sociológica e urbanística?

e) Se a câmara de Loures acha errado o modelo utilizado, "à pressa", na Quinta da Fonte, porque razão a Quinta da Mós, realizada com "muito tempo de reflexão", se desenvolve segundo um padrão equivalente ao da Quinta da Fonte?

f) Foi lamentável o triste espectáculo dado por um poder municipal que se movimentou aos tropeções, claramente ultrapassado pelos acontecimentos, que, segundo dizem responsáveis da administração central, são, no fundamental, casos de polícia. Um poder que deu, num determinado momento, sinais de querer por em prática a segregação habitacional de grupos étnicos diferentes, só para não ter problemas de imagem! Valeu-lhe o apoio "amigo" das entidades da administração central, designadamente o Governo Civil.

g) Infelizmente, o problema não é somente um caso de polícia. Tem-se escondido que estas explosões de violência não podem deixar de estar relacionadas com o apodrecimento da situação social verificado no país.

Não só a carestia de vida e o desemprego, mas, também, o contínuo desinvestimento na justiça e segurança, estão a contribuir para estas situações.

Demétrio Alves

9 comentários:

Anónimo disse...

Engº Demetrio Alves,

"Nódoas" na freguesia da Portela?
Por acaso serão os bonitos jardins que temos recentemente, ou por exemplo a conclusão do Complexo piscinas das Portela(já foi mesmo à muito tempo, está recordado da data do lançamento da primeira pedra?). Interrogo-me tambem, se por acaso nao teria sido no seu mandato que tentou realojar numa escola sem condiçoes (escola azul junto ao centro comercial da Portela), familias de Camarate? Gostava ainda de saber o que foi feito pela freguesia da Portela durante todos os anos que esteve no executivo? Quero apenas relembra-lo que na freguesia da Portela, vivem em harmonia as mais diversas religões, sendo um exemplo a seguir.Certamente que não conhece a realidade actual, nem a anterior, da Freguesia da Portela.É de pelo menos correcto e verdade, em reconhecer o esforço do actual executivo em melhorar a qualidade de vida nesta Freguesiae de todos os fregueses que nela residem.

Muito obrigada pela sua atenção.

Anónimo disse...

Não sei quem escreve o comentário anterior, mas esqueceu-se que as fazes de arranjos da portela são do mandato da CDU e que a Presidente de Junta tem manifestado o seu desagrado pela estagnação que o processo de reconversão dos espaços públicos sofreu durante a gestão do PS.
Esquece-se também que as piscinas da Portela têm uma história. A obra foi lançada por uma associação de moradores que decidiu ter uma piscina na sua freguesia, um projecto particular portanto, mas não tiveram pernas para concluir o caminho. Os governos do PSD lá iam prometendo apoios que nunca chegaram. Perante isto que deveria uma Câmara Municipal fazer? O planeamento e construção da rede de equipamentos colectivos deve ter em conta as necessidades globais do território e não as aventuras de quem quer que seja. Senão, convenço a associação do meu bairro a iniciar a construção de qualquer coisa e depois passo a batata para a Câmara Municipal!
Neste momento, o presidente da câmara diz que não se justifica a construção de umas piscinas que ele solenemente prometeu em sacavém, porque existem as da portela.
As famílias de que fala foram despejadas por ordem judicial dos prédios que ocupavam em camarate. O governo não dava mostras de assunção da sua responsabilidade. Na portela as pessoas mostraram grande falta de solidariedade e não queriam lá os pretos. Foram instalados em Sacavém, na antiga fábrica de arroz e depois realojados em Loures, no bairro das sapateiras.
Para registo, note-se que os prédios que faziam tanta falta ao proprietário continuam devolutos e a o município até já teve de gastar dinheiro a emparedar portas e janelas.
Por fim, não percebo a questão religiosa. Onde é que em loures têm existido problemas de tolerância religiosa?

Anónimo disse...

ENTÃO E OS CARTÕES DE CRÉDITO? E OS FATOS DA HUGO BOSS? JÁ SE ESQUEÇEU? O POVO NÃO SE ESQUEÇE DESSAS COISAS!

Anónimo disse...

Coitado do Zé Manel Abrantes, ainda não é desta que lá vai! Uma vida inteira a colar cartazes para isto!

Anónimo disse...

Então o Sr. Alves agora deu em queixinhas?!?!?!? Vai fazer queixa de um autor de um blog?!?!? Isto´é que é saber conviver com a critica! Se o Presidente Câmara de Loures ennverda-se por este caminho nunca mais largava os tribunais. Isto que o Sr. Alves diz é que é mesmo uma falta de sentido democratico. Sr. Alves, a critica é normal em democracia! Aprenda a conviver com isso e aguente-se como todos os outros!

Anónimo disse...

Coitado do Zé Manel, tantos anos dedicado ao partido e agora tem que levar com isto outra vez! Para o que havia de estar guardado!

Anónimo disse...

Aí está um bom candidato. O Vereador José Abrantes tem todas as qualidades para poder ser candidato à Presidência da Câmara Municipal. E comparado com o actual Presidente de Câmara (até é um abuso fazer tal comparação, tal é o abismo de capacidade e informação)então nem se fala.

Anónimo disse...

Então a nivel de audio nem se fala!

Anónimo disse...

Pelos vistos o Marques é mal educado enquanto o Barão tem uma memória de elefante.
Nem com Palácios lá vai meu caro Demétrio.