2007/10/12

LOURES DOS PEQUENINOS II






Este texto mereceu o seguinte comentário do Senhor Jorge Tomás, que, tanto quando pude perceber, fala em nome da Loures TV, sendo, segundo creio, o seu proprietário. Repesco para a primeira página do blogue o texto, que tão gentilmente me enviou.


Caro “Marquês”:


Esta é a primeira e será certamente a última vez que comentarei algo num blog de pessoas sem rosto. Faço-o, até por alguma consideração aos conteúdos que tive oportunidade de ler nas visitas anteriores a este espaço.E a sua prosa merece-me apenas 2 ou 3 notas:


- À forma insultuosa com que se dirigiu ao projecto e aos profissionais que o compõem, apenas quero crer, que acordou de uma noite difícil e como tem a loures.tv na “home” do seu computador….


- Em relação às dinâmicas de um projecto de comunicação, que utiliza uma plataforma como esta, apenas lhe digo que ainda não percebeu as características específicas deste produto. Disponibilizo-me desde já para uma explicação exaustiva do projecto.


- Por último, e o mais importante, está publicamente convidado a ser nosso convidado de uma próxima edição do Ponto Por Ponto, onde terá total liberdade, tempo bastante e acima de tudo audiência significativa, para poder de forma frontal e assumida (não dispomos de mascaras) criticar, como bem entender (regras de boa educação são obrigatórias) o projecto loures.tv.


Sem títulos
Mas com nome
Jorge Tomás



Caro Jorge Tomás
Começo pelo fim. Declino, agradecendo, o convite que me faz para ser entrevistado no espaço de entrevista Ponto Por Ponto. Não percebo que interesse teria a minha participação, nem a que título é feito o convite. As críticas que fiz não resultam de nenhum desejo de protagonismo pessoal. Foram exclusivamente uma opinião que decorre da análise, também pessoal, que faço dos conteúdos da Loures TV. Agradeço igualmente a sua disponibilidade para me aumentar a audiência, mas não necessito. O blogue que animo é um espaço da minha inteira responsabilidade, respondo por ele, não se arroga de outra finalidade a não ser o acolhimento das minhas opiniões, e estou bastante satisfeito por ser já o blogue mais lido na minha rua. Só isso me satisfaz. Não é um projecto comercial, mascarado de outra coisa qualquer, que me sirva para pagar o rapé. Não esperava ter esta reacção, mas já que a tive, não posso de deixar de a considerar ao nível daquilo que houvera eu criticado.

Uma possível resposta ao meu texto deveria conter argumentos. Deveria dizer: - Ignomínia! Damos voz às diferentes sensibilidades políticas. Eis a prova, isto e aquilo e aqueloutro... – Infâmia, somos independentes e isentos e não fazemos fretes a ninguém. Eis a prova, e mais isto e aquilo... - Aleive, tratamos este e aquele tema... Ultraje, não nos perdemos, nem alimentamos tricas políticas, primamos pela profundidade na abordagem dos temas... Mas não. Nada disto foi dito.

Como já percebeu, conheço este e o outro mundo. Sei bem o constrangimento de que padecem os órgãos de informação local e regional. Aqui em Loures já assisti ao nascimento e morte de alguns. A sua estabilidade financeira e independência económica são sempre um grande problema. Por muito que os custos sejam amenizados com o recurso a tarefeiros e estagiários mal pagos, por muito que os colaboradores disponíveis sejam voluntariosos homens e mulheres dos sete-ofícios é sempre necessário obter financiamentos. Os financiamentos vêm, nestes casos, de duas fontes principais, de empresas e actividades comerciais locais, que na sua política de comunicação entendem por justificado o investimento, do qual esperam retorno, e dos anunciantes institucionais, as autarquias. Estes últimos são o grande problema à independência e isenção dos órgãos de comunicação local e regional. Não há almoços grátis, nem em Loures, nem na China. Quem paga, manda sempre. É uma lei inexorável. Se ela não se aplica à Loures TV, e não tenho nada que me aponte em sentido contrário, não o diga, demonstre-o no seu trabalho.

Estando o fim tratado, as suas considerações iniciais merecem alguns reparos. Uma crítica, mesmo que acutilante e violenta, não é um insulto. Nada no meu texto é insultuoso. Dizer que o trabalho de alguém não é bom, pode ser uma opinião subjectiva ou uma avaliação assente em determinados critérios objectivos, mas nunca é um insulto pessoal. Assim, por muito que se rebusque o texto, não está lá nada que seja insultuoso, nem para si, que é o proprietário e o editor do Loures TV, nem para quem trabalha ou colabora consigo. O seu “produto”, como lhe chama, é a informação, não é um sabonete, e encerra obrigações éticas, profissionais e sociais, perante a sociedade, e até perante a lei, que decorrem da sua natureza intrínseca. Se a Loures TV produzisse sabonetes que encardissem e exalassem um cheiro fétido, nunca aqui lhe teria dedicado uma única linha, mas como se assume como produtora de conteúdos informativos, entendo que deve estar sempre aberta ao escrutínio público. O meu desejo é que o seu projecto vingue e se torne, não só um êxito comercial, mas também um exemplo no campo da comunicação local e regional, esperando que não venha a merecer o título de Frei, Frei Tomás.
Textos anteriores onde foi referida a Loures TV:

1 comentário:

Anónimo disse...

O melhor é ARQUIVAR.