É com grande pesar que, após as duas dissertações sobre a Páscoa e os seus mistérios colocadas aqui pelos companheiros de Palácio, sou forçado a revelar toda a verdade sobre o ovo da Páscoa.
Apesar da erudição das explicações anteriores, a verdade é mais simples e natural.
Há muito, muito tempo, numa quinta perdida nos confins da Provença, teve lugar um amor incompreendido e negado à saciedade durante séculos. Essa paixão, que a Igreja se esforçou por ocultar, com mais determinação do que a que foi usada para desvalorizar Maria Madalena, envolvia uma poedeira e um coelho branco, que desafiando os limites da natureza e da moral vigente assumiram a sua relação, para escândalo e desconforto moral da tacanhez reinante.
Apesar da erudição das explicações anteriores, a verdade é mais simples e natural.
Há muito, muito tempo, numa quinta perdida nos confins da Provença, teve lugar um amor incompreendido e negado à saciedade durante séculos. Essa paixão, que a Igreja se esforçou por ocultar, com mais determinação do que a que foi usada para desvalorizar Maria Madalena, envolvia uma poedeira e um coelho branco, que desafiando os limites da natureza e da moral vigente assumiram a sua relação, para escândalo e desconforto moral da tacanhez reinante.
Em fuga, chegaram a Barcelona onde viveram o resto dos seus dias.
As provas desta paixão, os ovos, foram sendo sistematicamente escondidos, sobretudo das crianças, as mais impressionáveis, que continuaram sendo educadas no espartilho de uma moral redutora e desumana. A fábula construída para justificar a existência dos ovos, sempre que uma criança os encontrava, ombreia em delírio com a cegonha proveniente de França e com a polinização pela abelhinha.
A verdadeira história não poderia ser mais simples, tem a simplicidade de qualquer paixão, seja ela entre quem seja, e o drama da intolerância. A verdade que se tentou ocultar durante tanto tempo é que todas as paixões podem ser, lato senso, fecundas.
Mas os tempos estão a mudar. Em Espanha a união entre poedeiras e coelhinhos brancos já é legal.
2 comentários:
Caro Padrinho:
desta vez excedeu-se.
Ai,ai,ai!
Marquês, não dê ideias ao nosso primeiro, que ele é excelso defensor dessas promiscuidades , e sexo de humano com animal também vai ser legalizado cá?
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