2008/03/22

EM DEFESA DAS POPULAÇÕES



"Em Março de 2007, fez ontem um ano, os vereadores da CDU apresentaram uma proposta na reunião da Câmara de Loures que, face ao preocupante aumento da criminalidade naquele concelho e particularmente na Freguesia da Apelação, visava a cedência de instalações para um destacamento da PSP no Bairro da Quinta da Fonte, sem prejuízo da construção da prevista esquadra de Camarate, o pedido de uma reunião com o ministro da Administração Interna, para que aquele destacamento fosse dotado dos necessários meios humanos e ainda para que fosse constituído um grupo de trabalho multidisciplinar, para avaliar a situação e apresentar um plano de intervenção capaz de responder aos problemas de integração social de grande parte dos moradores do já referido Bairro da Quinta da Fonte, local onde os problemas de insegurança eram mais sentidos.A maioria socialista rejeitou, sem apelo nem agravo, esta proposta.Em Junho, e perante um crime em que um jovem foi assassinado, a Comissão Concelhia do PCP lançou um apelo às populações do concelho, particularmente daquela freguesia, e de Camarate para que se mobilizassem em defesa da sua Segurança.Não era, como não podia ser, nenhum apelo à autodefesa, mas antes um alerta para a necessidade de, face à intolerância do Governo e do Município de Loures, as populações exigirem medidas de facto para enfrentar decididamente este problema.Em Maio, o deputado do PCP António Filipe chamava a atenção para o facto de o Relatório de Segurança Interna de 2006 apresentar, não só um aumento da criminalidade, contrariando os dois anos anteriores, mas também para o facto de esse aumento ter, nas áreas urbanas de Lisboa, Porto e Setúbal, valores superiores à média nacional.Estamos hoje, de novo, confrontados com notícias de violência. Casos pontuais mas que, pelo seu impacto mediévico, preocupam e alarmam as populações.Importará portanto assinalar dois aspectos.O primeiro é o de que estes índices de criminalidade não estão desligados do aumento das dificuldades das populações, do desemprego, das injustiças sociais, das bolsas de pobreza, que contrastam com a opulência dos lucros do capital financeiro e, em particular da banca. Eles são um dos sintomas do fracasso desta política que empurra para o desespero largas camadas da população. Eles são um cabal desmentido do fausto com que o PS tentou comemorar os seus três anos de governo.O segundo é o de que estes problemas não se resolvem sem mais meios e mais agentes na rua, próximos das populações, em contacto com as diversas realidades. Estamos hoje a pagar o preço das superesquadras, da concentração de efectivos, em que o PS insiste, do desinvestimento e da falta de meios.É necessário que o Governo e o Município de Loures escutem as propostas apresentadas. Ali e em inúmeras outras localidades do país. Enquanto é tempo."


João Frazão , Dirigente do PCP
Texto e fotografias publicados no Jornal de Notícias

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