A espiral de delírio do Presidente da Câmara é tão grande, que já me tinha esquecido do problema das refeições nas escolas.
Se bem que não me pareça que as refeições venham a ser substituídas por rações militares, este episódio é exemplificativo do tipo de gestão que o município tem neste momento.
Em dois momentos, a Câmara Municipal foi alertada para problemas relacionados com a qualidade das refeições fornecidas e, num deles, também sobre as condições existentes em algumas escolas. É verdade que existem queixas relativas à qualidade e à quantidade fornecida. Nem sempre as capitações são as adequadas. Pelo menos numa escola, é verdade que a louça das refeições estava a ser lavada em casas de banho. Este facto não foi negado.
Perante estes alertas, invariavelmente, o Presidente da Câmara optou por dizer que ele próprio já tinha almoçado em escolas e que o comer era bom, mas que ele tinha sido educado a comer sempre o que lhe punham pela frente, que houve quem fosse com ele almoçar e que não comeu porque não gostava de hamburguer.
O maior problema não reside no facto de existirem situações como as que foram relatadas nos alertas feitos, mas sim o facto de a Câmara Municipal, que contratou o fornecimento de milhares de refeições a empresas privadas, não ter criado um sistema interno de aferição sistemática da qualidade do serviço prestado.
Num caso destes, a verificação da qualidade do serviço não pode ficar dependente da “chegada de informações” à Câmara. Tem de existir uma monitorização constante.
Com interlocutores razoáveis, o alerta teria suscitado as seguintes respostas:
a) Não é verdade, temos um esquema de acompanhamento que nos garante a qualidade do serviço.
b) Vamos aferir as situações relatadas e criar um esquema de acompanhamento que nos ajude a prevenir ocorrências destas.
Porém, as respostas foram uma sucessão de disparates. Enquanto se insiste neste caminho, as acções concretas e necessárias ficam por realizar.
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