2008/03/13

OS OVOS DO EMBUSTE




fotografia: R.C.



Aparentemente o coelho é símbolo da Páscoa por influência irlandesa e egípcia (o Antigo Egipto). Por um lado os irlandeses levaram a Páscoa para os Estados Unidos da América e por outro, os egípcios viam no coelho um símbolo de renovação da vida e reprodução da mesma. Até aqui nada de estranho, dada a fama dos coelhos para reprodução e a voracidade com que os animais da família dos leporídeos se entregam ao acto. Mais esfomeados que em época de verdadeira fome.

Mas tudo seria normal se a Páscoa fosse apenas coelhos e alegria. Ora, alguém introduziu ovos na história e tudo se adensou num enorme mistério. Como é possível ter coelhos e ovos trazidos por estes animais simpáticos? A resposta parece simples, embora os factos pouco credíveis. Segundo uma lenda muito antiga, uma senhora pintou ovos de galinha e escondeu-os para que os filhos os procurassem, e durante a demanda os filhos viram um coelho em fuga e no lugar onde tinham avistado o animal fugidio encontraram os ovos. Um tremendo mito por resolver. Um coelho que foge e deixa como herança belos ovos de galinha coloridos.

Talvez por isso seja festejado outro acontecimento na mesma altura do ano: a Ressurreição de Cristo. Um homem que diz ser filho de Deus e não o encontrarmos. Cristo não fugiu, foi crucificado, mas como prova nem ovos nem respostas, apenas umas nebulosas sobre a sua história e vida. Os ovos serão os dogmas e mentiras da Igreja para justificar uma invenção do Homem, ou por outro lado, nem ovos nem coelho existiram?

Friedrich Nietzsche afirma que o Homem é tão pessimista que teve de criar a ideia de Deus para ter alguém acima dele. Talvez tenha razão e uma certeza partilho convosco: Nietzsche nunca teve coelhinhos e ovos da Páscoa.






5 comentários:

gambozino disse...

Eu acho Nietzsche brilhante, mas aviso desde já que se eu dissesse que Nietzsche ressuscitou, ninguém acreditaria em mim. Nós escolhemos aquilo em que acreditamos por tudo o que representa, não pela validade, passado ou futuro... se eu quero acreditar: num coelho fornicador, em ovos de galinha coloridos e na ressureição de um senhor que, chalupa ou não, morreu por todos os Homens, ao mesmo tempo, ninguém se pode incomodar com isso... há coisas bem menos saudáveis.

Anónimo disse...

Tudo errado!!!

Dantes os coelhinhos punham ovos e deixaram de pôr - disse!

Anónimo disse...

Tudo errado!!!

Dantes os coelhinhos punham ovos e deixaram de pôr - disse!

colher de chá disse...

belo texto. um docinho de chocolate com facadinha nas costas.
parabéns, Secretário. deve escrever mais vezes, começamos a habituar-nos às suas crónicas.

olhe e já agora,

um beijo para si também.

Anónimo disse...

Nunca te consegui converter...falha minha!Contudo existe ainda uma outra teoria da Páscoa mesmo antes de Jesus Cristo:
"A festa da Páscoa é anterior a Cristo e até mesmo anterior ao povo Hebreu.
Os povos pagãos já comemoravam a festa da passagem, durante a mudança de estação para o início da época das colheitas. A primeira é a Páscoa Judaica, em que “o povo judeu permaneceu algumas centenas de anos no Egipto, numa vida reduzida à escravidão e depois atravessou o Mar Vermelho, dando-se a libertação do povo de Deus. Os judeus começaram a celebrar a Páscoa em liberdade quando chegaram à Terra prometida, a Palestina”. Na sua essencia mais pura a Pascoa é celebrada como uma passagem da morte para a vida, da escravidão do pecado para a liberdade da vida eterna.

*beijos com saudade*