“Há mais ou menos 60 anos, a baixa de Sacavém encheu-se de água e uma pessoa morreu, recorda um moradora da Praça da República, enquanto olha para as operações de limpeza que uma máquina da Câmara Municipal de Loures desenvolve no meio da lama mal-cheirosa. "Hoje, tenho impressão que isto até foi um bocado pior, mas, felizmente ninguém morreu", acrescenta optimista sem, no entanto, deixar de lamentar o cenário caótico que marcou o último dia de Setembro de 2007.”
"A chuva começou a cair muito forte, mas mesmo que quiséssemos vir aqui salvar alguma coisa, não conseguiríamos fazer nada. As águas sobem muito rapidamente. E desta vez foi de mais, chegaram ao fundo do stand", diz Luís, enquanto empurra a água suja para fora loja, propriedade do pai. J. Carapinha, com negócio estabelecido desde 1982 deita uma vez mais contas à vida. "Esta já não é a primeira vez que temos inundações. Só no ano passado foram seis. Mas igual nunca aconteceu", sublinha, garantindo que desta vez vai arranjar forma de ser ressarcido dos elevados prejuízos.”
”O empresário assegura que os danos provocados pela enxurrada nos veículos - dois estacionados na rua e quatro no interior da loja- alguns destes de gama alta, representam um prejuízo que andará à volta dos 25 mil euros. "Para mais e não para menos...", afiança, enquanto mostra o interior do habitáculo de uma carrinha Mercedes. Cheio de lama até meio dos assentos. "Isto é sempre a mesma coisa, cada vez que chove com um bocado de maior intensidade temos problemas. Além dos carros estragados, tenho ainda que contar com danos no escritório, nomeadamente, computadores e outro tipo de material. Tem que se dar uma solução! E não me venham dizer que é a maré cheia que tem a culpa. Cada vez que há inundações vêm logo com esse argumento", afirma, indignado.”
”Cá fora na rua, as vozes estão alteradas. "Isto é uma vergonha. Nas campanhas prometem obras para resolver isto e depois nada fazem. Nem as sarjetas limpam. Quero ver quem é que me vai pagar o arranjo dos automóveis. É que, sem eles, não posso trabalhar", diz Luís Costa. Mora na Praça da República e em poucos minutos viu da janela o seu carro "com água e lama até ao tejadilho", enquanto outros eram arrastados pelas águas, parecendo carrinhos de brincar.”
"A chuva começou a cair muito forte, mas mesmo que quiséssemos vir aqui salvar alguma coisa, não conseguiríamos fazer nada. As águas sobem muito rapidamente. E desta vez foi de mais, chegaram ao fundo do stand", diz Luís, enquanto empurra a água suja para fora loja, propriedade do pai. J. Carapinha, com negócio estabelecido desde 1982 deita uma vez mais contas à vida. "Esta já não é a primeira vez que temos inundações. Só no ano passado foram seis. Mas igual nunca aconteceu", sublinha, garantindo que desta vez vai arranjar forma de ser ressarcido dos elevados prejuízos.”
”O empresário assegura que os danos provocados pela enxurrada nos veículos - dois estacionados na rua e quatro no interior da loja- alguns destes de gama alta, representam um prejuízo que andará à volta dos 25 mil euros. "Para mais e não para menos...", afiança, enquanto mostra o interior do habitáculo de uma carrinha Mercedes. Cheio de lama até meio dos assentos. "Isto é sempre a mesma coisa, cada vez que chove com um bocado de maior intensidade temos problemas. Além dos carros estragados, tenho ainda que contar com danos no escritório, nomeadamente, computadores e outro tipo de material. Tem que se dar uma solução! E não me venham dizer que é a maré cheia que tem a culpa. Cada vez que há inundações vêm logo com esse argumento", afirma, indignado.”
”Cá fora na rua, as vozes estão alteradas. "Isto é uma vergonha. Nas campanhas prometem obras para resolver isto e depois nada fazem. Nem as sarjetas limpam. Quero ver quem é que me vai pagar o arranjo dos automóveis. É que, sem eles, não posso trabalhar", diz Luís Costa. Mora na Praça da República e em poucos minutos viu da janela o seu carro "com água e lama até ao tejadilho", enquanto outros eram arrastados pelas águas, parecendo carrinhos de brincar.”
TAMBÉM HÁ MUITO TEMPO NÃO SE ASSISTIA A TÃO GRANDE IRRESPONSABILIDADE
”Carlos Teixeira, presidente da Câmara Municipal de Loures esteve no local com elementos da Protecção Civil Municipal. Era ao autarca que os munícipes insistentemente dirigiam as críticas. "A Câmara não tem culpa que tenha chovido muito, em pouco tempo e que, ainda por cima, esse momento tenha coincidido com a preia-mar no rio Trancão", sublinhou o autarca. "Tudo o que cabe ao município fazer estamos a cumprir. Realojámos uma família de cinco pessoas que ficou com a casa inundada. Quanto aos carros e às lojas, as pessoas têm que ter seguros que cobrem estes acidentes", acrescentou o autarca.””Teixeira disse ainda que grande parte do caudal da enxurrada, a montante, era proveniente da ribeira do Prior Velho, cuja limpeza cabe ao Instituto Nacional da Água. "Os detritos arrastados da ribeira - canas, troncos e areia - vieram obstruir os colectores", esclareceu, explicando a razão de muitas das tampas dos esgotos terem saltado.”
É bem verdade que ninguém, nem sequer os autarcas, conseguem prever o imprevisto ou controlar a fúria dos elementos, porém, a situação que se viveu ontem em Sacavém era mais do que previsível, tendo até recentemente existido vários alertas para a eventualidade de se verificar uma situação destas na baixa de Sacavém.
O Presidente da Câmara Municipal de Loures apareceu nas televisões enjeitando responsabilidades e referindo-se a si próprio na terceira pessoa “O Presidente da Câmara não tem responsabilidade”, disse.
O Presidente da Câmara tem responsabilidade pela falta de investimento na modernização das estruturas de saneamento, esta é a sua primeira grande responsabilidade. Isto não é a Holanda, caramba! Será bem mais fácil resolver o problema.
Mas as responsabilidades do Presidente da Câmara não ser ficam por aqui. No seu belo estilo futebolístico, onde ora chuta para canto, ora se atira para o chão, não fazendo nenhuma jogada de jeito, apontou baterias ao Instituto Nacional da Água (INAG), atribuindo-lhe a responsabilidade pela falta de limpeza do troço a montante da ribeira do Prior Velho. É curiosa esta referência, pelo que merece alguns comentários. O INAG tem responsabilidades na regularização e limpeza das linhas de águas, assim como tem sobre elas jurisdição no que respeita a intervenções que se realizem na sua envolvente e que com elas possam influir. Cabe perguntar como andam as relações da Câmara com este Instituto? Que tipo de diálogo existe? Que diligências fez a Câmara junto desta entidade afim de ver prevenidas estas situações?
Respondo eu. Nenhumas. Porque digo isto? Por duas razões fundamentais; primeiro, caso elas existissem o jogador da bola teria referido as suas diligências junto dessa entidade, segundo, um recente episódio da gestão municipal, junto precisamente, à ribeira do Prior Velho, pôs a nu essa falta de diálogo. A Câmara Municipal de Loures, autorizou a deposição de milhares de metros cúbicos de terra junto à referida ribeira sem previamente ter consultado o INAG ou a CCDR. Autorizou esta operação a um privado, junto de uma das mais problemáticas linhas de água, como se pode constatar, sem preventivamente ter solicitado parecer preventivo à entidade a quem agora pede responsabilidades. Neste momento, milhares de metros cúbicos de terras soltas, não compactadas, esperam o Inverno para começarem a escorrer para o leito da ribeira. Disto tem o Presidente da Câmara Municipal de Loures, Eng.º Carlos Teixeira, completa e absoluta responsabilidade.
Apesar de ter sido questionada a Câmara Municipal, no início dessa obra, sobre a necessidade de tal parecer, levou mais de um mês a dirigir um ofício da CCDR, momento em que o referido aterro já estava concluído. Assim, ficou a Câmara Municipal de Loures sem saber que o tal INAG tinha um projecto de regularização da ribeira do Prior Velho, cujo o concurso estava a ser preparado pela SIMTEJO, e que está agora inviabilizado pelo aterro que extemporaneamente a Câmara Municipal de Loures autorizou.
Nada disto pesou na consciência do Presidente da Câmara Municipal, quando ontem viu a aflição dos que viram perdidos os seus haveres?
Claro que não. Importante era fazer boa figura durante o telejornal.
Já não se pode pedir ao Presidente da Câmara Municipal de Loures que tenha grandes rasgos no exercício das suas funções, mas a falta de respeito pelas pessoas é imperdoável.
O texto citado é da Agência Lusa
4 comentários:
Ele está lá apenas para defender os interesses do partido, a população é de somenos importância, é um apêndice, que só serve para contabilizar votos.
Fiquei bastante admirado quando vi o presidente da Câmara, numa reportagem, a perguntar às pessoas que viram as suas casas danificadas e os carros inutilizados: "E agora, quem vai pagar os prejuízos?"
Não queria acreditar no que estava a ver. É patético.
E ainda se dizia mal dos outros. Trabalhavam e ao menos não mentiam descaradamente.
Isto devem ter sido efeitos da Feira Medieval.
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