2007/10/24

DESTINO MARCADO





Foi publicada ontem, dia 23 de Outubro, a lista ordenada dos resultados por escola, dos exames nacionais do 12º ano do Ensino Secundário.
Não podendo este ranking revelar o que cada escola vale ou é, não deixa de ser um elemento comparativo dos desempenhos académicos dos alunos, sobre um determinado momento da avaliação, que não devendo ser considerado o mais importante, assume alguma relevância e por isso poderá servir de base a uma das muitas reflexões que as escolas e as comunidades deverão efectuar.
E nesta base e apenas nesta base, gostaria de levantar algumas questões para reflexão.

Em Loures há 7 Escolas Secundárias e uma instituição privada, cujos alunos realizaram as referidas provas. Inserem-se num universo de análise de 496 escolas.Efectuaram exames 2 592 alunos das escolas do concelho de Loures. Na escala ordenada, as escolas de Loures situam-se entre o 47º lugar e a 484ª posição.
A escola privada encontra-se entre os últimos lugares.
Cinco das oito escolas existentes têm média igual ou superior a 10 valores.
As escolas da Portela, Loures e S. João da Talha apresentam resultados médios positivos (10val).
As escolas de Sto. António dos Cavaleiros, Sacavém e Camarate apresentam resultados abaixo dos 10 valores.

As escolas que levaram a exame menos de 200 alunos são a Secundária de Sacavém e a de Camarate. Todas as outras têm números muito superiores (entre 522 e 362).
A Escola Secundária de Sacavém apresentou a exame 182 alunos. A média dos resultados foi de 7,8. Na Escola Secundária de Camarate fizeram exame 138 alunos e a média foi de 7,52.
As escolas de Sacavém e Camarate servem, para além das próprias, as freguesias de Apelação, Unhos, Prior Velho, Bobadela (em parte).
As escolas de Camarate e Sacavém têm vindo a oferecer um cada vez maior, número de Cursos de Formação ou Profissionais.
A taxa de residentes do concelho com formação académica equivalente ao ensino médio e superior é de cerca de 13%, sendo as freguesias da Portela, Sto. António dos Cavaleiros, Moscavide e Loures que apresentam as maiores taxas.



Será sina destes jovens perpetuarem a condição dos progenitores no que respeita à formação e escolaridade?
O Conselho Municipal de Educação (será que ainda existe?), não deverá reflectir estes factos, procurando causas, caminhos, parceiros, soluções?
Não é no Conselho Municipal de Educação que estão todos os intervenientes no processo educativo: Pais, empresas, professores, IPSS, CML, agentes da Segurança, da Saúde, do Ministério…?
Quais as propostas que foram apresentadas pelo senhor Presidente da Câmara ou pelo senhor Vereador da Educação no Conselho Municipal de Educação sobre o rumo da Educação no nosso Concelho?

4 comentários:

Carlos Veiga disse...

Obrigado pela informação detalhada que nos deixou aqui sobre as escolas do nosso concelho.
Sina?! É a reprodução social da própria educação a funcionar em pleno!!!
E quanto aos Rankings neste momento tão na moda, não são mais do que uma subversão perigosa do valor de cada escola. Já que comparam o que não pode ser comparavél.
Para uma avaliação justa e que não origine ainda mais segregação, teriam de ser tidos em conta critérios, tais como: Envolvente social, meio socio-económico, cultural, entre outros...
Que o ensino necessita de ser avaliado, necessita, mas tem de o ser de forma séria, o que não é o caso!
Há que premiar cada um pela meritocracia, mas não me parece que a méritocracia de uma comunidade educativa de uma escola num meio socio-económico menos favoravel seja menor que a méritocracia do Manuel Bernandes. Para uma mesma avaliação partimos de patamares e realidades diferentes... sem que seja tidas em conta a ponderação várias variaveís... Por isso este tipo de avaliação vale o que vale!!!

A AFILHADA FRANCESA DO MARQUÊS disse...

Caro Carlos Veiga:
Concordo que a Escola mais não é do que a continuidade do meio onde se insere.
Concordo ainda que as escolas não são comparáveis, considerando todas as envolventes e contextos.
Também acho que os rankings não focalizam a sua análise nos critérios adequados.
E por isso, limitei-me a fazer algumas referências às escolas do nosso concelho, com base apenas e só, nos dados divulgados. Não sei se são boas ou más escolas. Provavelmente são boas e também más.
Mas preocupa-me fortemente que não nos mobilizemos para as tornar mais boas que más. Que por sabermos que o meio social e económico em que se inserem não é propiciador de mais estudo, nada façamos para contrariar este facto.
Não aceito que se reproduzam as mesmas vidas, nos mesmos locais, das mesmas gentes, de há muitos anos.
Não aceito que os jovens destas localidades tenham menos capacidades ou menos oportunidades.
Não aceito que não se faça um esforço suplementar para tornar estas escolas, locais de aprendizagem que levem os jovens a estudar mais, a frequentarem o ensino superior, e que se resolva o problema com a criação exaustiva e pouco planeada de cursos de formação ou profissionais.
Bem sei que não basta querer. Que os apoios são poucos, a motivação fraca, a desvalorização da necessidade do conhecimento constante.
Mas é urgente tornar as escolas públicas, as melhores, as que têm melhores resultados.
E por isso, para além de muitas outras coisas a fazer, exijamos que os responsáveis, (todos – técnicos e decisores políticos) cumpram a sua obrigação.
Concorda comigo?
Um abraço

Anónimo disse...

Uma simples nota. Será que ficaram assim tão admirados com esse ranking. Será que não dara jeito que a população continuei a ter cultura abaixo da media , para depois na altura das eleições aparecerer o circo de algumas forças politicas ( no poder claro), que com promessas irrelalistas , mas atendendo a capacidade intelectual da população em geral parecem como a melhor coisa do mundo. Enfim estamos a voltar aos tempos de antigamente dos 3 F .

A educação faz abrir novos horizontes , e isso provoca em alguns elementos da nossa sociedade arrepios. Será porque têm medo de perder os seus postos de trabalho? Será que não são suficientemente validos para manter esse posto de trabalho? A pois é, estamos em Portugal . Eu até pensei que estava num qualquer pais africano . Quero ser espanhol.

Basta de incompetência

O Espanhol de sacavem

Anónimo disse...

Eu também quero ser espanhol, acho que já somos muitos a querer e ninguém nos ouve. Nem o Saramago ouvem e ainda lhe chamam tolo. Normalmente quem está à frente do seu tempo é chamado de tolo, sempre foi assim na História. Aguardemos para ver o que o futuro nos reserva. Esta classe paroquiano portuguesa tem medo de Espanha? medo de perder o seu mesquinho poderzinho de paróquia.