2007/07/31

LISBOA



Lisboa tem passado por maus momentos. Muitos lhe têm jurado amor eterno para logo de seguida a desonrarem. Porém, a cidade uma velha, trigueira e robusta, sobreviveu a conquistas e reconquistas, consagrou reis e foi regicida, aplaudiu ditadores e foi revolucionária, foi colaboracionista e independentista, foi cristã, judaica e árabe. Cidade contraditória, recebia as riquezas no cais ao mesmo tempo que acendia as piras da inquisição nas suas praças. Francesa nas avenidas, meridional nos seus bairros.
Carlos V, Imperador e rei de Espanha disse; “Se eu fosse rei de Lisboa, seria em pouco tempo rei do Mundo. Não pensaria ele que Lisboa lhe facilitaria a vida, mas sabia que a cidade encerrava potencialidades. A este propósito, como leitura estival, recomendo o livro de Dejanirah Couto, “História de Lisboa”. À beira da Europa, resvalou muitas vezes para o mar, tão desconcertante nalguns períodos da história que um cronista inglês a descreveu como “maior cidade do norte de Africa”.
Amanhã, Lisboa terá uma nova Câmara Municipal, eleita e empossada, e nela deposita esperança que lhe limpe as feridas mais recentes. Esperamos todos que a luz volte à cidade onde Estrabão, geógrafo grego, dizia que o sol mergulhava.

Sem comentários: