Existe na terra de SAR Isabel II uma Comissão para a igualdade racial, ou coisa que o valha, que decidiu considerar o segundo livro das Aventuras de Tintim, Tintim no Congo, um livro pouco recomendável, por conter considerações racistas. Recomenda essa autoridade, que o livro seja retirado das livrarias, pelo que algumas já começaram a deslocar o título das secções de banda desenhada e infantil juvenil para a secção de adultos. Este novo extremismo do politicamente correcto, se levado a peito, não deixará muita coisa nas prateleiras das livrarias. Que fará a comissão aos textos de Aristóteles e Platão, que não eram propriamente grandes defensores da igualdade entre géneros? Que fará a comissão aos livros mais antigos de BD, onde os heróis ainda podem fumar um cigarro?
Os livros, os filmes, a pintura, o desenho, as criações humanas em geral, estão cheias de contradições, e indexam-se ao seu tempo, seja na estética seja nos valores. Essa é que é a riqueza das produções culturais. Ler o Tintim no Congo, é aprender algo sobre a sociedade belga da década de 30, sobre os valores coloniais ainda maioritários. O contacto dos mais novos com essa informação não é perigosa, perigoso será sim o desconhecimento dela. Os índex sempre deram maus resultados e nem os mais nobres motivos os justificam.
Grave, grave é isto acontecer justamente no país que mantém ainda hoje profundos tiques imperialistas no mundo. O Iraque lembra-lhes alguma coisa?
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