Das janelas do meu Palácio, tenho visto erguer-se lentamente, muito lentamente, uma réplica em plástico da fachada da Igreja de São Paulo em Macau. Já lá vão quase quatro anos que a Câmara Municipal de Loures decidiu comprar à Parque das Nações o que sobrou do Pavilhão de Macau, para o erguer no Parque da Cidade em Loures. Então os custos estimados daquela decisão andava pelos 270 mil contos. Não sei quanto será o custo final daquilo, mas não me engano se ele andar já bem além dos valores inicialmente estimados.
Muitos são os edifícios com real valor patrimonial no nosso concelho a carecer de intervenções urgentes e aos quais esta verba seria a diferença entre a manutenção futura e a ruína irreversível. A Câmara Municipal optou por investir o seus recursos, escassos segundo propagandeiam, nesta obra cuja única utilidade é encher o olho. A verdadeira obra de fachada.
Apesar disso, não se pode deixar de registar que após tanto tempo, este monumento em plástico e ferro de montar ainda não está concluído.
Muitos são os edifícios com real valor patrimonial no nosso concelho a carecer de intervenções urgentes e aos quais esta verba seria a diferença entre a manutenção futura e a ruína irreversível. A Câmara Municipal optou por investir o seus recursos, escassos segundo propagandeiam, nesta obra cuja única utilidade é encher o olho. A verdadeira obra de fachada.
Apesar disso, não se pode deixar de registar que após tanto tempo, este monumento em plástico e ferro de montar ainda não está concluído.
Para memória, recolhi do fundo do baú um texto publicado em 2004 no defunto blogue acontece em loures.
"Em ano pré-eleitoral a Câmara Municipal de Loures prepara-se para um conjunto de iniciativas inéditas em todo o País e que surpreenderão pela sua espectacularidade. Sempre bem posicionado junto do poder, o aconteceemloures conseguiu saber em primeira mão, que os serviços de protocolo preparam já a inauguração do Pavilhão de Macau no Parque da Cidade. O secretismo e antecedência dos preparativos desta inauguração devem-se aos contactos que tem vindo a ser feitos no sentido de confirmar a participação de Sua Alteza Real Queen Mary Stuart na inauguração da Sala de Chá do Pavilhão de Macau. Esta brilhante ideia e a sua execução foi obra do responsável do Serviço de Protocolo da Câmara Municipal de Loures a quem foi relativamente fácil o acerto de pormenores, tendo em conta a relação próxima entre o responsável do serviço e sua alteza real, aquando da passagem deste pelos serviços de protocolo da corte inglesa entre 1495 e 1587. A razão deste convite fica a dever-se ao custo imperial desta Sala de Chá, cujo os custos deverão rondar os 270 mil contos. A verba necessária para comprar o monte de sucata que jaz no Parque das Nações em Lisboa, transportá-lo para o Parque da Cidade, montá-lo e recuperá-lo. Além de tudo este tipo de caprichos dispendiosos são próprios das Monarquias. Quem não se lembra da famosa construção do Palácio de Versalhes no meio de nenhures ou da ordem do Czar Pedro para que se edificasse uma cidade no meio de um pântano, Petrogrado."
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