Volta e meia dedico algum tempo a ler as notícias que nos chegam da Polónia, e desse modo vou acompanhando as diatribes da dupla de irmãos Kaczyński, um Presidente e o outro Primeiro-ministro desse país. Invariavelmente as notícias relatam a sua senda extremista e conservadora. Suportados por uma coligação parlamentar, da qual talvez o seu partido seja o mais moderado, têm desenvolvido uma política de segregação social, religiosa e política. Alguns dos ecos são quase anedóticos.
“No final do ano passado um grupo de 46 deputados polacos quis proclamar Jesus Cristo "Rei da Polónia" mediante um ato parlamentar, (noticiou) o jornal "Rzeczpospolita".De acordo com o jornal, os signatários do projecto de resolução pertencem aos partidos Lei e Justiça (PiS) e Liga das Famílias Polonesas (LPR), no Governo, e ao Partido Camponês Polaco (PSL), de oposição. Lideram o grupo a deputada Halina Murias (LPR) e Artur Górski (PiS), que fazem há semanas uma campanha para convencer seus colegas a proclamar a coroação de Jesus Cristo como "Rei da Polónia".
Entretanto o Governo iniciou e tem em curso uma autêntica caça às bruxas, utilizando os ficheiros da antiga polícia política. Os cidadãos são obrigados a declarar as suas ligações e colaboração com o antigo regime comunista, declarações que serão confrontadas com os registos existentes. A lei é conhecida pela Lei de Verificação de Biografias. Vários sectores da sociedade polaca manifestaram o seu desagrado com esta iniciativa, iniciando um movimento de desobediência à sua aplicação. Entre os contestatários encontram-se muitos dos resistentes à ditadura comunista, que acusam a medida de ser proto-fascista. O resultado é o despedimento dos que se encontram a trabalhar na administração pública ou em organismos tutelados pelo estado ou a privação do exercício profissional. Nesta senda, os irmão maravilha aproveitam para por em xeque a idoneidade de personalidades, políticos e intelectuais que lhes são adversos, como aconteceu com o escritor/jornalista Ryszard Kapuscinki, que foi acusado de colaboracionismo com os serviços secretos, por nos ficheiros se encontrar uma declaração na qual este se comprometia a fornecer ao Estado polaco informações sobre os países que visitasse durante as suas deslocações de trabalho. Essa declaração era um pró-forma. Milhares delas foram assinadas pelos cidadãos polacos que se queriam deslocar a países capitalistas, quase à semelhança das declarações que durante o Estado Novo eram exigidas aos portugueses que queriam ingressar num qualquer trabalho na função pública, tendo para tal que declarem a repulsa às ideias comunistas.
Nem os desenhos animados escaparam, o Governo Polaco acusou a série de animação infantil da BBC, Os Teletubbies, de fomentarem a homossexualidade. Este mesmo Governo publicou uma lei que determina como justa causa para despedimento de um professor o facto de este ter “um estilo de vida homossexual”.
A Polónia é neste momento um país extremista, bem afastado dos valores de democracia e liberdade existentes na União Europeia. Constantemente dá ainda mostras do seu cariz nacionalista. Haverá em breve, resultado de uma crise política interna, novas eleições legislativas na Polónia, talvez delas saia um reforço da dupla terrível.
Perante isto tudo, porque é que a polónia tem lugar na UE? Troco pela Turquia.
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