Ievgueni Chaldej, Berlim, 1945
(© Sammlung Ernst Volland / Heinz Krimmer)
(© Sammlung Ernst Volland / Heinz Krimmer)
"O cenário era perfeito, mas a bandeira não mostrava o que devia mostrar: a foice e o martelo no cume do Reichstag (Parlamento alemão), símbolo máximo da derrota nazi aos pés do Exército Vermelho em Berlim, em 1945. A manipulação da famosa imagem do soldado russo está longe de ser pioneira na história da fotografia. Antes de Ievgueni Chaldej, foram muitos os que não resistiram ao retoque, à sobreposição e ao apagamento de pormenores incómodos no negativo. Mas a importância histórica do desfraldar desta bandeira transforma esta mentira de Chaldej num "pecado" ainda maior. Porque era demasiado perfeita, imaculada. E por isso não merecia essa matriz intrujona a roçar o ilusionismo. Como se não bastasse, na mesma imagem foram apagados os dois relógios do pulso do valente soldado soviético, sinal de que teria havido pilhagens durante a tomada final da capital alemã e de que a queda do Terceiro Reich não teria sido uma operação tão bem comportada como o regime estalinista quereria fazer crer.
O museu alemão Martin Gropius organizou uma grande retrospectiva do fotógrafo ucraniano cujo génio vai, obviamente, muito para além das fotografias comprometidas com o regime soviético. Foram escolhidas 200 provas que dão, pela primeira vez, uma visão geral do seu trabalho e onde se nota, segundo a organização, a tensão entre a fotografia de propaganda e a fotografia documental. Todas as imagens vieram da colecção de Ernst Volland e Heinz Krimmer. A exposição é composta ainda por trabalhos dos fotógrafos russos Dimitri Baltermans e Georgi Petrussov.
Nascido em Donetsk, em 1917, Chaldej começou a fotografar para a agência TASS em 1936. Ao serviço dessa agência registou boa parte da Segunda Guerra Mundial, particularmente a partir do momento em que as tropas de Hitler invadem a ex-União Soviética. Depois do conflito trabalhou alternadamente, até 1970, para a TASS e para o jornal Pravda. Morreu em Outubro de 1997. "
1 comentário:
Caro Marquês, acuso a recepção da mensagem no meu blog.
Que aliás não confirma mais que a correcção e o bom-senso que aqui encontra quem cá passa.
Sobre o famoso assunto, só agora tive tempo para fazer o laçarote.
http://pedronunesnomundo.blogspot.com/2008/05/tons-laranja_22.html
Podendo não estar grande coisa, lá franco é.
C/ cumprimentos
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