2008/05/20

UM AMOR COR-DE-ROSA II




A Biblioteca Municipal José Saramago, construída e inaugurada durante a gestão da CDU, é um equipamento de referência na área da cultura no Concelho de Loures.
Infelizmente, com o actual executivo rosa não teve descendência, não podendo assim exercer o papel de biblioteca-mãe numa rede de leitura pública concelhia para que foi criada.
A governação municipal tem outras prioridades na área da cultura, como a reconstrução da fachada e “marquise” do Pavilhão de Macau no Parque da Cidade em Loures. Essa sim, uma obra de regime e emblemática do carácter e preferências da actual gestão autárquica municipal no que à cultura diz respeito…
Que importa que na zona oriental do concelho não exista uma única biblioteca à disposição dos munícipes? Então em Loures não se está a reconstruir a fachada do Convento de S. Paulo da cidade de Macau?
Não haverá certamente munícipe algum que não entenda esta opção, dadas as evidentes relações entre Loures e Macau pois, como já afirmou o Sr. Presidente da Câmara numa reunião da Assembleia Municipal, ”conheço muitas pessoas de Loures que vão a restaurantes chineses”.
Vem isto ao caso por via de ser evidente que também no Executivo de Loures não se morre de amores pelo Nobel de Literatura José Saramago.
A biblioteca que leva o seu nome tem, na parede situada à esquerda do hall de entrada, um espaço reservado pelo seu arquitecto para a inserção dos títulos das obras publicadas por Saramago. No entanto quem a visitar constatará, com espanto, ao olhar para a referida parede, que para o Executivo a produção literária de Saramago terminou com o volume A Caverna.
Felizmente, para os leitores e para a língua portuguesa, que assim não foi, pois depois disso o autor publicou mais 6 volumes: O Homem Duplicado, Ensaio Sobre a Lucidez, D. Giovanni ou o Dissoluto Absolvido, A Maior Flor do Mundo, As Intermitências da Morte e As Pequenas Memórias, mas disso o Sr. Presidente e o Sr. Vereador da Cultura pelos vistos não sabem… e até têm raiva a quem sabe.

1 comentário:

Anónimo disse...

Pois. E que dizer dos Museus de Loures? O do Conventinho e o da Fábrica da Loiça. Vazios... de objectos! Mas cheios de hip-hops, raves, febras assadas, cervejas à pressão, etc., etc., etc.! Quem estava à frente, também não fazia grande coisa. Mas agora... parece que estão a preparar o enterro destes equipamentos. O velório já está a ser feito???