No início da década de 80, a Câmara Municipal de Vila Franca de Xira promoveu um concurso para a edificação de um monumento de homenagem a Soeiro Pereira Gomes. Desse concurso saiu vencedor o projecto retratado na foto. “Aos Homens que nunca foram meninos” 29 de Novembro de 1985. O conjunto foi criado pelos escultores João Duarte e João Afra e homenageia Soeiro Pereira Gomes, assim o faz “aos filhos dos Homens que nunca foram meninos”. Também a estes dedicara Soeiro Pereira Gomes a sua obra mais emblemática, Esteiros.
O romance foi editado em 1941, contanto com ilustrações de Álvaro Cunhal. A escrita de Soeiro é um dos expoentes do neo-realismo português. O romance Esteiros, relata a existência de crianças cuja condição social as torna crianças-operárias numa fábrica de tijolo à beira-tejo. Os laços de solidariedade criados entre elas são a defesa que encontram para sobreviver num contexto profundamente hostil. Adultos à força, são na mesma crianças, sempre crianças.
Soeiro Pereira Gomes nasceu em 14 de Abril de 1910 e faleceu em 5 de Dezembro de 1949, vitimado pela tuberculose, doença para a qual, pela sua condição de resistente clandestino à ditadura, nunca recebeu os devidos cuidados médicos. Nasceu em Espinho, onde passou a sua infância. Estudou em Coimbra, de onde rumou a Angola para trabalhar, onde permaneceu cerca de um ano. De regresso a Portugal, fixa-se em Alhandra, começando a trabalhar como funcionário administrativo numa fábrica de tijolos. Foi um organizador e impulsionador da actividade cultural no meio operário. Notabilizou-se pela sua obra literária, maior legado que deixou. Passou longos períodos na resistência clandestina do PCP ao regime salazarista.
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