Tenho estado ausente. Aos que com regularidade visitam este espaço ofereço-lhes a explicação possível para a ausência. Por imperativos, fui destacado para uma campanha, não em África, mas que envolve negreiros.
No momento em que o discurso oficial do Governo, anda pleno de formação, qualificação, modernidade, novas oportunidades e choques tecnológicos, as pessoas concretas, a maioria dos trabalhadores, daqueles que acordam cedo e chocalham nos transportes públicos, lutam contra a imposição de relações laborais próprias do século XIX.
Em muitos locais de trabalho os trabalhadores são pressionados e mesmo intimidados a aceitarem a degradação das suas condições de trabalho e salariais. Mas estes não são aqueles a quem podem ser assacadas responsabilidades da “Crise”, são sim os da roda de baixo. São aqueles cujos salários não ultrapassa muitas vezes os 500 euros, mas a quem é dito que a malvada “Crise” exige deles mais trabalho, piores horários, maior precariedade e menor salário. Porquê? Porque parece que afinal a culpa é deles. Direi mesmo que a “Crise” é rentável, é um bom álibi, é uma boa finta!
Na prática é uma nova forma de escravatura, aquela que é imposta aos trabalhadores. Recupero aqui, apenas como mote de reflexão a teoria anarquista e anarco-sindicalista da Escravidão pelo Salário.
Na definição clássica de escravidão, os escravos eram (são, porque ainda existe) forçados a trabalhar, desprovidos de direitos, a troco de comida, condição elementar para lhes assegurar a sobrevivência e continuar o trabalho. Nas sociedades industrializada conseguimos identificar a escravidão que decorre da pobreza pelo salário. Para os anarco-sindicalistas e comunistas, da situação de pobreza e da falta de equidade na distribuição da riqueza produzida resulta este novo tipo de escravidão. Com o baixo salário que aufere, o trabalhador apenas pode precariamente assegurar a sua sobrevivência. Esta situação coloca-o ainda numa posição de fragilidade extrema no contexto da relação laboral. A liberdade formal do trabalhador, ao contrário da escravidão clássica onde o trabalhador era propriedade do esclavagista, fica neste contexto reduzida a uma sombra de si mesma. É-se livre, mas o exercício dessa liberdade está condicionado de forma impossibilitante.
O hiato entre a propaganda oficial, as condições de alguns e a vida da maioria das pessoas é um fosso extraordinário. Para a maioria dos trabalhadores o discurso do século XXI é incompreensível, na medida em que eles sonham em se manter no século XX, empurrados como se sentem de volta ao século XIX.
No momento em que o discurso oficial do Governo, anda pleno de formação, qualificação, modernidade, novas oportunidades e choques tecnológicos, as pessoas concretas, a maioria dos trabalhadores, daqueles que acordam cedo e chocalham nos transportes públicos, lutam contra a imposição de relações laborais próprias do século XIX.
Em muitos locais de trabalho os trabalhadores são pressionados e mesmo intimidados a aceitarem a degradação das suas condições de trabalho e salariais. Mas estes não são aqueles a quem podem ser assacadas responsabilidades da “Crise”, são sim os da roda de baixo. São aqueles cujos salários não ultrapassa muitas vezes os 500 euros, mas a quem é dito que a malvada “Crise” exige deles mais trabalho, piores horários, maior precariedade e menor salário. Porquê? Porque parece que afinal a culpa é deles. Direi mesmo que a “Crise” é rentável, é um bom álibi, é uma boa finta!
Na prática é uma nova forma de escravatura, aquela que é imposta aos trabalhadores. Recupero aqui, apenas como mote de reflexão a teoria anarquista e anarco-sindicalista da Escravidão pelo Salário.
Na definição clássica de escravidão, os escravos eram (são, porque ainda existe) forçados a trabalhar, desprovidos de direitos, a troco de comida, condição elementar para lhes assegurar a sobrevivência e continuar o trabalho. Nas sociedades industrializada conseguimos identificar a escravidão que decorre da pobreza pelo salário. Para os anarco-sindicalistas e comunistas, da situação de pobreza e da falta de equidade na distribuição da riqueza produzida resulta este novo tipo de escravidão. Com o baixo salário que aufere, o trabalhador apenas pode precariamente assegurar a sua sobrevivência. Esta situação coloca-o ainda numa posição de fragilidade extrema no contexto da relação laboral. A liberdade formal do trabalhador, ao contrário da escravidão clássica onde o trabalhador era propriedade do esclavagista, fica neste contexto reduzida a uma sombra de si mesma. É-se livre, mas o exercício dessa liberdade está condicionado de forma impossibilitante.
O hiato entre a propaganda oficial, as condições de alguns e a vida da maioria das pessoas é um fosso extraordinário. Para a maioria dos trabalhadores o discurso do século XXI é incompreensível, na medida em que eles sonham em se manter no século XX, empurrados como se sentem de volta ao século XIX.
1 comentário:
"Já, já, seus merdas, filhos de uns lacerdas,
Seus caimões, filhos de uns cabrões,
seus madraços, filhos de uns putaços. - Francisco Félix de Sousa, dando ordens aos seus três escravos de aluguel, um ourives, um funileiro e um sapateiro."
Há quem diga que Francisco Félix de Sousa foi o último negreiro. É porque não conhecem os actuais.
Ontem e hoje a luta continua.
Um abraço
Maria CC
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