2008/06/02

A QUE PREÇO VAI CHEGAR O CHÁ EM LOURES?




Texto de Rui Pinheiro, a convite do Marquês .


Esta é uma pergunta incontornável, quando se aproxima o data da ansiada inauguração do milionário Pavilhão de Macau em Loures.

Supostamente, a réplica mais pequena da fachada da Igreja de S. Paulo, que constituía a frontaria do Pavilhão de Macau na EXPO 98, está agora no Parque da Cidade em Loures e a partir dessa fachada evoluiria o Pavilhão de Macau, selando uma relação secular entre Loures e o antigo território português do Oriente.

Expliquemos para quem está menos familiarizado com a abrangência universal das raízes do Sr. Presidente da Câmara que este tem, desde tempos imemoriais, um ramo de consanguinidade no Delta do Rio das Pérolas, o que explica o transcendente interesse histórico, económico, patrimonial, cultural e afectivo que a Câmara de Loures e a população do Concelho têm neste magnificiente edifício

Digo supostamente, porque a fachada do Pavilhão durante a EXPO 98 era em esferovite e os anos que esteve ao relento, deram-lhe cabo da consistência e da compostura.

Vai daí, a Câmara de Loures, com a sua agora escorreita mundivisão e argúcia investidora, logo mandou fazer uma réplica da réplica, o que só abona em favor da capacidade imitadora e auto-copiativa.

Em Março de 2007, já o Diário de Noticias, nos dava conta que o bendito, amado e esperado Pavilhão custaria 300 MIL EUROS. A conta já não era pequena, mas passado um ano e muitos aumentos do petróleo e da sardinha, corrigido o valor fornecido pela Câmara que era de certeza já muito abaixo do verdadeiro valor, eu apostaria aí em coisa para 800 MIL EUROS.

Convenhamos que em época de crise, em período em que o Sr. Presidente da Câmara continua a dizer que não há dinheiro para nada, num momento em que a Câmara de Loures vai fazer escolas em pré-fabricados, também eles comprados ou alugados a preço do ouro, os salões de chá ficam caros ao erário público.

Resta saber a que preço vai ser vendida cada chávena de chá para recuperar o investimento. Numas contas breves, pode calcular-se que se forem vendidas por dia 200 chávenas de chá (o que é uma boa média) durante os 30 dias do mês, ao preço petrolífero de €1,00 cada, serão necessários mais de onze anos para pagar a aquisição da fachada (réplica da réplica), o transporte da estrutura, a instalação, montagem e acabamentos.

Não entram aqui em contas a aquisição das chávenas propriamente ditas, onde será servido o abastado líquido que está no centro deste verdadeiro negócio da China…

2 comentários:

Anónimo disse...

Ao mesmo tempo que o Sr. Presidente da Câmara diz que não há dinheiro para nada, é preciso inoformar ou lembrar que a Câmara terminou o exercício de 2007 com 18 milhões de euros.
Acho que não são precisos mais comentários.

Anónimo disse...

Há dinheiro para os desvarios socialistas, olha agora, gastar dinheiro com a populaça.